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Responsabilidade Social

- Publicada em 18 de Janeiro de 2021 às 03:00

Travestis e transexuais lutam para serem vistos

Doações começaram em abril do ano passado e ainda são muito necessárias em função da pandemia

Doações começaram em abril do ano passado e ainda são muito necessárias em função da pandemia


/Divulgação/ONG Igualdade RS
Com mais de 20 anos de atuação, a ONG Igualdade RS (Associação de Travestis e Transexuais do Rio Grande do Sul) atua em favor da promoção e da proteção dos direitos humanos da comunidade trans e travesti do Estado. Reconhecendo a necessidade de fala do grupo do qual faz parte, a enfermeira Marcelly Malta começou, dentro do Grupo de Apoio e Prevenção à Aids (Gapa), a constituir a ONG, que seria fundada no dia 25 de maio de 1999.
Com mais de 20 anos de atuação, a ONG Igualdade RS (Associação de Travestis e Transexuais do Rio Grande do Sul) atua em favor da promoção e da proteção dos direitos humanos da comunidade trans e travesti do Estado. Reconhecendo a necessidade de fala do grupo do qual faz parte, a enfermeira Marcelly Malta começou, dentro do Grupo de Apoio e Prevenção à Aids (Gapa), a constituir a ONG, que seria fundada no dia 25 de maio de 1999.
Presidente e fundadora da Igualdade, Marcelly relembra que, em 2000, a ONG foi chamada pelo então governador Olívio Dutra para ministrar palestra ao setor de segurança pública do Estado. O assunto a ser tratado era a maneira correta de abordagem a travestis e transexuais. Para ela, a palestra representou um momento de destaque na história da ONG, também por ter rendido sete prêmios para a organização. "Foi uma das coisas mais importantes", orgulha-se.
Filiada à Rede Trans Brasil, a Igualdade ficava localizada em uma galeria na Rua dos Andradas, no Centro Histórico de Porto Alegre. Com a chegada da pandemia, no dia 15 de março de 2020 a associação deixou o local. Agora a ideia é começar a trabalhar no novo endereço, uma sala no primeiro andar do edifício de número 300, na rua Uruguai, também no centro da capital.
Com 12 pessoas atuando, a ONG conta com equipes de assessoria jurídica, assistência psicológica e assistência social. O trabalho desses profissionais aumentou quando, por conta da Covid-19, travestis e transexuais acabaram perdendo seus empregos. Marcelly explica que muitas atuavam como empregada doméstica, faxineira ou babá.
Foi pensando em quem enfrentava dificuldade para conseguir emprego e em quem perdeu sua renda e passava por situação de pobreza que, no dia 1º de abril de 2020, a ONG deu início ao projeto Solidariedade em Ação, com o objetivo de distribuir, todas as quartas-feiras, alimentos e materiais de higiene e limpeza para integrantes da comunidade trans que necessitavam de auxílio.
Os produtos distribuídos chegam à ONG através de doações. Somente no ano passado, a Igualdade recebeu mais de 20 toneladas de alimentos, além de álcool gel, máscaras e material de higiene, que beneficiaram mais de 300 pessoas. A entrega dos donativos à travestis, transexuais e drag queens ocorre no Centro Cultural Vila Flores, localizado no bairro Floresta, em Porto Alegre.
Marcelly conta que muitas pessoas, por conta da crise causada pela pandemia, entraram em um momento de profunda tristeza. O trabalho feito pela ONG busca trazer carinho e palavras de conforto para esta população. A presidente relata ter sido questionada sobre como consegue ajudar as pessoas. "A gente tem boa vontade. Quarta-feira eu tenho que estar de pé, boa e bonita para estar lá ajudando", responde.
Apesar dos números positivos do projeto Solidariedade em Ação em 2020, Marcelly relata que, desde o mês de outubro, as doações caíram em 100%. Ela acredita que essa queda esteja diretamente ligada ao medo e à incerteza das pessoas em relação ao futuro, por conta da covid-19. Antes da redução, uma mesma pessoa poderia pegar uma cesta básica a cada 15 dias. Agora, este período foi estendido para um mês.
Ainda no início do projeto, em 2020, vendo o trabalho de destaque que estava sendo feito pela ONG, o Fundo Positivo, que ajuda instituições que trabalham com a causa das doenças sexualmente transmissíveis, contemplou a Igualdade com a doação de cestas básicas, álcool gel, materiais de higiene e máscaras. Para este ano, Marcelly afirma não saber se receberá um novo auxílio do Fundo.
Além do Solidariedade em Ação, a associação também realiza ações em estabelecimentos penais, mas, em razão da pandemia, não está podendo ingressar em presídios e penitenciárias. Como uma forma de manter a ajuda para estas pessoas, o auxílio com cestas básicas é direcionado, também, às travestis e transexuais que são monitoradas por tornozeleiras eletrônicas.
Uma das responsáveis pela existência da ONG, Marcelly relata a emoção ao receber o agradecimento de pessoas que foram ajudadas pela Igualdade e que já não precisam mais da cesta básica. "Recebi um texto tão lindo que eu chorei", afirma a presidente.
 

Saiba como contribuir

Interessados em doar podem procurar:

ONG Igualdade RS
(51) 30190012

Marcelly Malta
(51) 99849-9287

Além de cestas básicas, a associação também está precisando de roupas e material de higiene, como álcool gel, sabonete e pasta de dente. Caso necessário, a ONG busca os donativos na casa do doador. Doações em dinheiro também são aceitas para auxiliar na compra dos produtos.