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Reportagem especial

- Publicada em 27 de Dezembro de 2020 às 21:00

De quais habilidades as empresas vão precisar no pós-pandemia?

Habilidades pessoais serão tão importantes quanto tecnologias

Habilidades pessoais serão tão importantes quanto tecnologias


/JANNOON028/FREEPIK.COM/DIVULGAÇÃO/JC
A pandemia e o avanço da tecnologia têm praticamente obrigado as empresas a se adaptarem rápido e, com isso, surge a necessidade de contar com profissionais com habilidades específicas para atender a essas demandas. Quanto à digitalização acelerada, por exemplo, dados do relatório anual da Workana, plataforma que conecta freelancers a empresas da América Latina, revelaram que 67,8% dos empreendedores tiveram que desenvolver soluções para vender online. O estudo mostra ainda que a maioria dos entrevistados precisou investir na gestão de redes sociais (22,7%) e em canais para se comunicar com os clientes (20,3% em vendas pelo whatsapp e 15% na criação de site). Mas a adaptação às ferramentas digitais será suficiente no futuro?
A pandemia e o avanço da tecnologia têm praticamente obrigado as empresas a se adaptarem rápido e, com isso, surge a necessidade de contar com profissionais com habilidades específicas para atender a essas demandas. Quanto à digitalização acelerada, por exemplo, dados do relatório anual da Workana, plataforma que conecta freelancers a empresas da América Latina, revelaram que 67,8% dos empreendedores tiveram que desenvolver soluções para vender online. O estudo mostra ainda que a maioria dos entrevistados precisou investir na gestão de redes sociais (22,7%) e em canais para se comunicar com os clientes (20,3% em vendas pelo whatsapp e 15% na criação de site). Mas a adaptação às ferramentas digitais será suficiente no futuro?
O mundo é volátil, incerto, complexo e ambíguo (VUCA), e muitas áreas estão passando por transformações, ao mesmo tempo que outras novas estão surgindo, e evoluir sempre é fundamental para acompanhar essas mudanças. Tanto que o conceito de Lifelong Learning, que significa atualização contínua sobre a sua própria área de atuação incorporando soft skills - conceito esse que já é bastante utilizado por freelancers - vem ganhando cada vez mais destaque. Porém, a necessidade de evoluir não se concentra só nos quesitos que envolvem novas tecnologias, mas também nos que se referem a inteligência emocional.
Pensamento crítico e solução de problemas, por exemplo, estão entre as habilidades que os profissionais terão que ter nos próximos anos, destaca o relatório Futuro do Emprego, do Fórum Econômico Mundial, que sinaliza também que 50% dos profissionais precisarão se requalificar até 2025. Ainda segundo o ranking de skills do levantamento global, resiliência, flexibilidade, liderança, inovação aparecem como fortes tendências daqui para frente, assim como apontou o estudo da Workana.
Para Daniel Schwebel, country manager da Workana no Brasil, inovação tecnológica há em abundância nos dias de hoje, bem como um movimento muito forte das empresas em busca de qualificações técnicas. Por isso, adquirir e trabalhar esses pontos citados acima é algo urgente, porque ninguém tem 100% de certeza de como será o mundo depois da COVID-19 e, por tal motivo, será preciso apostar em pessoas com habilidades pessoais que ajudem a enfrentar os desafios que toda a volatilidade e incerteza trazem.
Como potencializar e trabalhar melhor essas habilidades pessoais dos profissionais - ainda mais considerando que muitas empresas seguirão com o trabalho remoto parcial ou total? "Ao mesmo tempo que a tecnologia faz surgirem rapidamente novas profissões e novos desafios, ela pode contribuir também para a requalificação ágil dos colaboradores. Desde que a atuação dos líderes ocorra com olhares voltados ao profissional, numa perspectiva professional centric, que deixa o office centric, para apostar em uma nova estrutura de baixo pra cima, que ouve as necessidades dos profissionais, as compreende e, de forma humanizada, volta seus esforços a desenvolver a inteligência emocional dos colaboradores. Com isso, mesmo diante dos desafios do mundo volátil, incerto, complexo e ambíguo, são maiores as chances de que as pessoas tenham o equilíbrio necessário para se adaptar", conclui Schwebel.
Empresas que colocaram os funcionários para trabalhar em casa na pandemia do coronavírus pretendem mantê-los longe do escritório no próximo ano pelo menos alguns dias por semana, mas hesitam em formalizar regras para o trabalho remoto de suas equipes.
Segundo um levantamento da corretora de seguros americana Lockton com 469 companhias brasileiras e multinacionais, 55% adotaram o home office com definição de políticas claras e 41% o fizeram de maneira informal.
Entre as empresas que estabeleceram regras para o trabalho remoto, só 27% oferecem auxílio para custear despesas que os colaboradores passaram a ter com energia, telefone e internet. Em média, elas pagam aos empregados R$ 100 por mês. Só 22% ajudaram também com móveis de escritório.
O levantamento sugere que as empresas evitaram aumento de custos com a alimentação dos funcionários na pandemia. Em média, elas gastaram neste ano R$ 30,85 por dia com o vale-refeição de cada funcionário. No ano passado, a média foi R$ 30,61. Não houve reajuste na pandemia, segundo a Lockton.

Home office não será full time, aponta levantamento da Lockton

Pesquisa de Benefícios realizada pela consultoria e corretora de seguros norte-americana Lockton indica que o home office veio para ficar, mas não será em tempo integral.
Um dos benefícios de maior prevalência nas Políticas de Flexibilidade, o home office já foi instituído por 55% das empresas e outras 41% adotam de maneira informal, ou seja, sem uma política estruturada. Independentemente da pandemia, 45% das empresas já autorizavam os colaboradores a trabalharem de casa um ou dois dias por semana.
O diretor Atuarial da Lockton no Brasil e coordenador do levantamento, Cesar Lopes, explica que já havia um movimento das organizações em flexibilizar a necessidade de ter colaboradores fisicamente nos escritórios e a pandemia acelerou o processo. "O home office veio para ficar, mas ao contrário do que se esperava, não será full. Os dados da pesquisa apontam que as organizações planejam manter os colaboradores em home office entre dois e três dias por semana", afirma Cesar Lopes, diretor Atuarial da Lockton no Brasil e coordenador do levantamento.
O levantamento ouviu 469 empresas em 44 setores da economia. A amostra contou com 46% de companhias de capital nacional e 54% multinacionais.
Com o home office estruturado, apenas 27% das empresas afirmaram oferecer um auxílio financeiro mensal para colaboradores. Esse auxílio, que está em média R 100, tem como objetivo contribuir com o pagamento das contas que tiveram um aumento pelo fato de o colaborador passar mais tempo em casa, como energia, telefone e internet.
Além disso, de acordo com o levantamento, 22% das organizações concederam um auxílio específico para compra de mobiliário ou disponibilizaram o mobiliário do escritório para o colaborador. Esse auxílio, one-shot, variou entre R$ 310 e R$ 1.000.
 

Gestores pretendem contratar talentos de outras cidades e de outro países

Competência do profissional será principal ponto avaliado, independentemente da distância

Competência do profissional será principal ponto avaliado, independentemente da distância


tirachardz/freepik.com/DIVULGAÇÃO/JC
 A pandemia redefiniu muitas tendências no mercado de trabalho e, nesse contexto, a Workana , plataforma que conecta freelancers a empresas da América Latina, fez um levantamento, pela perspectiva dos gestores das empresas, que mostra que deverá haver mais flexibilidade na relação entre funcionários e contratantes. Para 16,1% dos líderes, por exemplo, no futuro do trabalho, o principal ponto a ser avaliado para uma contratação será a competência do profissional, independentemente de ele estar a quilômetros de distância ou não.
De acordo com Daniel Schwebel, country manager da Workana no Brasil, o home office deixou de ser opção, para figurar no mercado de trabalho como preferência de mais de 94,2% dos profissionais CLT. E as empresas também não querem mais se limitar só aos melhores talentos da região em que estão localizadas, mas sim de todo o país - ou mesmo do mundo. Não à toa, 84,2% dos gestores pretendem promover o trabalho remoto no pós-pandemia. "Vejo essa nova tendência, e esse intuito de adotar esse novo modelo de trabalho, como algo bastante positivo a todos, porque ajuda a democratizar o mercado", afirma.
A grande maioria - 96,7% dos profissionais  - considera que poder trabalhar remotamente será um diferencial na hora de escolher um emprego, algo que, para muitos, significa ter mais qualidade de vida - podendo morar em locais mais afastados, com mais opções de lazer, por exemplo -, e não precisar mais perder horas no trânsito. E o mercado deve acompanhar essa nova tendência. A expectativa é de que haja uma diminuição do espaço físico dos escritórios, que é no que acreditam 10,1% dos que estão à frente de empresas, ou até mesmo o fim desses ambientes corporativos, que é o que poderá ocorrer de acordo com 13,7% deles.
Já 8,9% acreditam que o home office será melhor equipado, com ferramentas e uma estrutura que correspondam a esse novo modelo de trabalho. As empresas já estão compreendendo que, daqui em diante, terão que se atentar ao que os funcionários precisam para continuar trabalhando bem, oferecendo recursos. Uma boa internet, por exemplo, será fundamental para que uma reunião online ou um evento importante possam ocorrer da melhor maneira possível, já que esses encontros virtuais serão uma realidade no pós-pandemia para 19,1% dos líderes.
"Surgiu a necessidade de os gestores entenderem de que forma o home office impacta na organização das empresas, repensarem estratégias e, principalmente, readequarem seu modo de lidar com seus colaboradores", explica Schwebel. Para ele, as pessoas estão se transformando, e a forma como elas trabalham também. Por isso, as estruturas e estratégias dos negócios precisam acompanhar essa mudança, com muito diálogo, para se chegar a um equilíbrio, experimentando novidades - e os benefícios que elas podem trazer -, e levando em conta também questões pessoais que podem ajudar a promover esse equilíbrio. "A qualidade técnica da força de trabalho já ficou em segundo plano, dando vez ao lado humano e ao bem-estar de todos, porque as pessoas importam mais que qualquer outra coisa, e sem elas, nenhuma tecnologia, inovação, ou grande empresa se sustenta", acredita.
 

Trabalhadores remotos são 9,6% dos ocupados concentram 18,5% da massa salarial, diz IPEA

No mês de outubro, os brasileiros que trabalhavam remotamente receberam 18,5% de toda a massa de salários efetivamente paga aos trabalhadores do País embora correspondessem a menos de 10% do contingente de ocupados, segundo o Instituto de Pesquisa Econômica Aplicada (Ipea).
Em outubro, havia 7,6 milhões de pessoas em trabalho remoto, o equivalente a 9,6% dos 79,4 milhões de ocupados e não afastados de seus trabalhos no período. A remuneração recebida por esses trabalhadores totalizou R$ 33,6 bilhões, dentro de uma massa salarial efetivamente recebida de R$ 181,5 bilhões pelos trabalhadores ocupados.
O Ipea usou como base os dados da Pesquisa Nacional por Amostra de Domicílios Covid-19 (Pnad Covid) de outubro, apurada pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE).
De todos os rendimentos recebidos pelos trabalhadores remotos, 39,1% estavam concentrados em São Paulo; 15,0%, no Rio de Janeiro; e 5,6%, no Paraná.
Se considerada a massa de renda obtida por todos os trabalhadores, inclusive os que atuavam presencialmente, a fatia dirigida às pessoas em home office alcançava 32,98% no Distrito Federal. No Rio de Janeiro, 29,14% da massa efetivamente recebida por trabalhadores do estado eram de pessoas em trabalho remoto. Em São Paulo, 24,15% da massa salarial eram de trabalhadores remotos.
O contingente de pessoas em trabalho remoto no País diminuiu em 477 mil pessoas em relação a setembro, embora o total de ocupados tenha subido a 84,1 milhões de pessoas em outubro, 1,2 milhões de vagas a mais que no mês anterior. O setor de serviços emprega 44,3% dos trabalhadores em home office, seguido pelo setor público (38,4%) e indústria (7,0%).

Mudanças trazidas pelo coronavírus irão sobreviver à pandemia

Quando a pandemia passar, hábitos e mudanças implementadas devem permanecer

Quando a pandemia passar, hábitos e mudanças implementadas devem permanecer


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O ano de 2020 foi um turbilhão, mas deixará um legado importante para o dia das pessoas. Depois de tantos meses enfrentando as mudanças trazidas pela pandemia da Covid-19, a vacina contra o vírus já é uma realidade bastante próxima, com países como Inglaterra, Canadá e Estados Unidos sendo os primeiros a iniciar a imunização de seus habitantes. No Brasil, por enquanto, apenas o estado de São Paulo divulgou um cronograma de vacinação.
Já o Governo Federal anunciou que prevê iniciar vacinação contra a Covid cinco dias após aval da Anvisa e entrega das doses, mas não especificou nenhuma data. Nas declarações mais recentes do Ministério da Saúde, fevereiro foi apontado como mês provável para esse início de processo.
Mesmo que ainda não haja uma certeza de quando haverá o início de uma vacinação em massa por aqui, agora as pessoas já conseguem vislumbrar uma luz no fim do túnel, mas, é importante reforçar que o coronavírus segue infectando milhares de pessoas por dia e tirando centenas de vidas Brasil afora.
E quando a pandemia passar, alguns hábitos construídos e mudanças que foram implementadas na vida das pessoas devem permanecer. Até porque, após toda população ser vacinada, ainda demorará algum tempo para termos dados confiáveis sobre como será a vida pós-pandemia. De acordo com especialistas, a vacina impedirá que a pessoa adoeça, mas não se sabe se impedirá a infecção e transmissão a outra pessoa não vacinada.
Isso significa que os mesmos protocolos preventivos que todos seguiram ao longo de 2020 - do distanciamento físico ao uso de máscaras de proteção - ainda devem ser seguidos. Além disso, outras mudanças que se instalaram neste período vieram para ficar de vez e, acreditem, isso é algo bastante positivo.
 

Cai o número de pessoas em trabalho remoto pelo segundo mês consecutivo

A Pnad Covid-19 objetiva estabelecer o número de pessoas com sintomas associados à síndrome gripal e monitorar os impactos da pandemia no mercado de trabalho brasileiro

A Pnad Covid-19 objetiva estabelecer o número de pessoas com sintomas associados à síndrome gripal e monitorar os impactos da pandemia no mercado de trabalho brasileiro


/MARCELO CAMARGO/ABR/JC
O estudo "O trabalho remoto e a pandemia: a manutenção do status quo de desigualdade de renda no País", divulgado pelo Instituto de Pesquisa Econômica Aplicada (Ipea), mostra que o trabalho remoto englobou, em outubro deste ano, um total de 7,6 milhões de pessoas, o que correspondeu a 9,6% das 79,4 milhões de pessoas ocupadas no Brasil e não afastadas. Foi o segundo mês consecutivo de redução no percentual de brasileiros trabalhando de forma remota, sinalizou o levantamento.
Isso quer dizer que foram 477 mil pessoas a menos do que o estimado em setembro. De acordo com o Ipea, essa é a primeira vez, desde o início da pandemia do novo coronavírus, que esse número é inferior a 8 milhões. Os números reforçam a tendência de que o modelo híbrido - parte da jornada em home office e outra presencial na empresa - deve ganhar mais espaço a partir de agora.
As estimativas do estudo do Ipea foram calculadas com base na Pnad Covid-19, divulgada pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE). A Pnad Covid-19 objetiva estabelecer o número de pessoas com sintomas referidos associados à síndrome gripal e monitorar os impactos da pandemia no mercado de trabalho brasileiro.
Segundo o Ipea, a remuneração dos trabalhadores que trabalham de casa alcançou R$ 33,6 bilhões no mês de outubro, o que corresponde a 18,5% da massa total de rendimentos efetivamente recebida por todas as pessoas ocupadas no país, da ordem de R$ 181,5 bilhões. No mês de setembro, 10,7% das pessoas ocupadas e não afastadas trabalharam de forma remota, sendo responsáveis por 20% da massa de rendimentos.
O Ipea verificou também a questão da desigualdade de rendimentos do trabalho remoto per capita, isto é, por indivíduo, no país. Não houve aumento significativo da desigualdade como resultado do trabalho remoto. Segundo o pesquisador Geraldo Góes, um dos autores do estudo, independente da pandemia do novo coronavírus, a desigualdade de renda permanece elevada no Brasil e o percentual da massa de rendimentos gerada pelas pessoas em trabalho remoto continua sendo praticamente o dobro do percentual de pessoas ocupadas que estão em home office.
Em relação ao mês anterior, o perfil de quem está trabalhando em casa permaneceu estável. Em outubro, observou-se que as mulheres constituíam a maioria das pessoas em trabalho remoto (56,9%), da cor branca (65%), com nível superior completo (76%) e idade entre 30 e 39 anos (32%). Predominou, em outubro também, o setor formal no teletrabalho (84,1%), que equivale a 6,4 milhões de pessoas, enquanto os restantes 15,9% dos trabalhadores estavam na informalidade (1,2 milhão de pessoas). Na desagregação por atividade, o Ipea constatou que 44,3% das pessoas em home officeestavam em atividades de serviços, 38,4% no setor público, 7% na indústria e 4,9% no comércio. A maior concentração de pessoas trabalhando remotamente continuou no Sudeste brasileiro (58,4%).
Por unidade federativa, a pesquisa aponta que o Distrito Federal seguiu liderando o ranking, com 32,98% da massa de rendimentos efetivamente recebida por trabalhadores em home office, seguido pelo Rio de Janeiro (29,14%) e São Paulo ( 24,15%). O Mato Grosso foi o estado com o menor percentual (6,78%).