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Empresas & Negócios

- Publicada em 30 de Novembro de 2020 às 03:00

Movimento ajuda negócios de pessoas negras

Um dos objetivos é fazer com que consumidor negro tenha necessidades satisfeitas por empreendedores negros

Um dos objetivos é fazer com que consumidor negro tenha necessidades satisfeitas por empreendedores negros


/rawpixel/freepik/Divulgação/JC
Conectar pessoas negras de diversas profissões para fortalecer o empreendedorismo e a circulação de recursos financeiros entre a comunidade negra, assim pode ser parcialmente resumido o Movimento Black Money, que coloca em rede não apenas produtos e serviços de pessoas negras, mas também estimula a valorização da negritude e o pertencimento social. Segundo uma das fundadoras, Nina Silva, entre os fundamentos do movimento estão o de favorecer os negócios de pessoas negras, segundo a premissa "se não me vejo, não compro" e também fazer com que o consumidor negro tenha as suas necessidades satisfeitas por empreendedores negros.
Conectar pessoas negras de diversas profissões para fortalecer o empreendedorismo e a circulação de recursos financeiros entre a comunidade negra, assim pode ser parcialmente resumido o Movimento Black Money, que coloca em rede não apenas produtos e serviços de pessoas negras, mas também estimula a valorização da negritude e o pertencimento social. Segundo uma das fundadoras, Nina Silva, entre os fundamentos do movimento estão o de favorecer os negócios de pessoas negras, segundo a premissa "se não me vejo, não compro" e também fazer com que o consumidor negro tenha as suas necessidades satisfeitas por empreendedores negros.
"Há 3 anos, fundei o Movimento Black Money junto com meu sócio Alan Soares e, desde então, utilizo do nosso background para apoiar empreendedores negros e negras em seus negócios com objetivo de buscar autonomia da população negra no Brasil com pontes e influências junto a outros países", conta. Ou seja, o Black Money reforça a importância de utilizar o poder de compra dos afrodescendentes e investir na própria comunidade de afro empreendedores.
Dessa forma, o dinheiro se mantém circulando entre as pessoas negras por mais tempo, gerando emprego, renda e também, promovendo assim, a integração dessa população ao sistema financeiro. "Qual é a riqueza, o que você tem dentro de você e o que você pode fazer no seu dia a dia para enriquecer e investir na sua própria comunidade, é isso o que o movimento coloca", diz Nina.
Nascida no Jardim Catarina, em São Gonçalo (RJ), na época, a maior favela plana da América Latina, e formada em administração e especializada em tecnologia, Nina é considerada uma das 100 pessoas afrodescendentes com menos de 40 anos mais influentes do mundo ao receber o prêmio Most Influential People of African Descent (MIPAD) da Organização das Nações Unidas e também já foi eleita uma das 20 mulheres mais poderosas do Brasil pela Forbes. "Desde muito nova, sempre me espelhei na minha irmã, seis anos mais velha e a primeira da família a cursar faculdade", relatou.
Ela começou a trabalhar cedo, para ajudar em casa, em uma empresa onde teve o seu primeiro contato real com o universo da tecnologia. Assim, foi convidada para fazer parte da implementação de um sistema integrado de gestão empresarial, o ERP (Enterprise Resource Planning) da SAP, empresa alemã da área de tecnologia.
Em mais de 17 anos de experiência na área, ela trabalhou em multinacionais fora do país e liderou equipes de 60 pessoas. Mesmo tendo conseguido sucesso na sua carreira, chegou a passar por muitos episódio de racismo e misoginia. Nina relata que vivenciou a falta de reconhecimento dos seus pares nas instituições por onde passou, em que, geralmente, a maioria dos profissionais de ponta era branca. "Se você é preto, você é o pior. Se você é mulher, você sabe menos. Se você é pobre, você não tinha que estar aqui. Como eu sempre fui essas três coisas juntas, ser perfeita era, no mínimo, minha obrigação", desabafa.
O movimento Black Money foi inspirado em experiências que Nina vivenciou nos EUA, onde morou um tempo, e também no Pan Africanismo, com a proposta de deixar o capital financeiro e social circulando o maior tempo possível na comunidade negra. Assim, o movimento trata a população afrodescendente como mercado de nicho e compreende que trata-se da maior parte do mercado.
Daí a ideia de ter uma cadeia produtiva onde negros e negras sejam donos dos meios de produção. Por isso, o movimento esta baseado em três pilares: foco em comunicação, educação e geração de negócios pretos, tendo o uso da tecnologia como um dos métodos utilizados para gerar sinergias, para favorecer o empoderamento negro conectando empreendedores e consumidores.
O site é a plataforma responsável por unir os braços do movimento e fomentar o desenvolvimento do ecossistema do empreendedorismo negro em um marketplace pelas duas pontas: a do "afroempreendedorismo" e a do "afroconsumo". Por meio da startup, o Black Money disponibiliza um maquininha de cartão preta, com taxas menores e voltada para o empreendedorismo negro e que já funcionam em afronegócios de dez cidades brasileiras. Para 2021, o plano é lançar o próprio cartão de crédito, funcionando com as bandeiras tradicionais, e as contas digitais do The Black Bank.
Todos os projetos são focados no empoderamento da comunidade negra e no letramento racial onde pessoas brancas devem atuar de maneira ativa na luta antirracista. "Nossa comunicação é pautada na elucidação das desigualdades raciais como agravante social da sociedade brasileira, mas com diretrizes propositivas tanto de projetos como eventos no entorno de educação, comunicação, empregabilidade e empreendedorismo da comunidade negra", afirma Nina.
 
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