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- Publicada em 17 de Agosto de 2020 às 03:00

Projeto reconecta alunos da Ufrgs ao ensino

Grupo voluntário formado por professores, estudantes e técnicos se mobilizou para criar o projeto

Grupo voluntário formado por professores, estudantes e técnicos se mobilizou para criar o projeto


/Divulgação/Reconecta Ufrgs
João Pedro Rodrigues
O retorno às aulas tem sido uma pauta recorrente durante a pandemia. Desde o cancelamento, em março, há um debate acerca das possibilidades para a volta, tendo como grande questão a acessibilidade dos estudantes, pois não são todos que possuem computadores com internet para participar do ensino a distância e, sem ele, o aluno não poderá dar seguimento aos seus estudos.
O retorno às aulas tem sido uma pauta recorrente durante a pandemia. Desde o cancelamento, em março, há um debate acerca das possibilidades para a volta, tendo como grande questão a acessibilidade dos estudantes, pois não são todos que possuem computadores com internet para participar do ensino a distância e, sem ele, o aluno não poderá dar seguimento aos seus estudos.
Diante dessa realidade, um grupo de voluntários formado por professores, estudantes e técnicos administrativos se mobilizou para criar o Reconecta Ufrgs, projeto que tem como objetivo destinar computadores a estudantes da universidade que vivem em situação de vulnerabilidade socioeconômica. O projeto consiste na arrecadação dos aparelhos, no seu recondicionamento e na sua distribuição.
A iniciativa surgiu a partir dos trabalhos já realizados no Centro de Recondicionamento de Computadores (CRC) da Ufrgs, onde são desenvolvidos cursos e oficinas para jovens em vulnerabilidade social a fim de capacitá-los no processo de recondicionamento de equipamentos eletroeletrônicos. No CRC, porém, os equipamentos são doados para Pontos de Inclusão Digital (PIDs), tais como telecentros, escolas e bibliotecas públicas. "A partir desse grupo, nós percebemos que havia uma carência para o estudante. Com isso, pensamos em criar uma ação emergencial nesse período", explica o professor do Departamento de Informática Aplicada e coordenador do projeto, Renato Perez Ribas.
Assim, desde o mês passado, o grupo vem recolhendo equipamentos para serem restaurados. Após a coleta, é realizada uma análise do material e um recondicionamento, que consiste na formatação e instalação de softwares, além de um teste final para ver se o aparelho terá um desempenho suficiente para o auxílio no ensino remoto. Ribas assegura que, assim que há a constatação do funcionamento do equipamento, ele é formatado. "Nós nem acessamos o sistema operacional. Não temos acesso a nenhum dado pessoal e tomamos o cuidado para limpar completamente o HD e não passar dados aos estudantes", afirma. Já são cerca de 50 computadores restaurados.
De acordo com o coordenador, hoje, a cada dois desktops doados, um volta a funcionar e ainda sobram peças boas. Já nos notebooks, o rendimento é menor, tendo recuperação de um a cada quatro doados. Para as peças que não tiverem mais uso, há a preocupação com o correto descarte. Junto a uma startup de descarte de resíduos sólidos, a equipe busca dar aos equipamentos a destinação adequada.
Depois de prontos, os aparelhos são distribuídos através de um sorteio transmitido pelo Facebook. O Reconecta exige o atestado de benefícios para garantir que os contemplados com as máquinas sejam de fato os estudantes em vulnerabilidade socioeconômica que já tiveram essa condição avaliada pela Pró-Reitoria de Assuntos Estudantis (PRAE).
O professor ressalta, também, a possibilidade dos beneficiados de recusarem as máquinas sorteadas. Isso porque, dependendo do equipamento, existe a necessidade de um espaço mais adequado para a sua instalação. É o caso dos desktops, por exemplo, que precisam de conexão de internet por fio. Caso o estudante recuse, ele voltará a participar do sorteio na semana seguinte.
Quem tiver interesse em doar, deve preencher o formulário no site do Reconecta e aguardar o contato por Whatsapp. O grupo realiza, preferencialmente, a coleta a domicílio. Para os estudantes interessados em participar do sorteio, é necessário preencher o formulário específico e enviar o Atestado de Benefícios 2020/1 para o e-mail [email protected], conforme as orientações disponíveis no site do projeto. Inicialmente, o grupo também arrecadava netbooks e tablets. Agora, no entanto, tem dado preferência para notebooks e desktops (computadores de mesa), por serem mais adequados para a utilização pelo aluno.
Quem não tem equipamento para doação pode apoiar o projeto adquirindo um voucher, no site, para um curso online que será oferecido em setembro. O curso sobre recondicionamento de computadores está em fase final de elaboração e parte da experiência das oficinas realizadas no CRC, voltadas à capacitação de jovens. Os recursos financeiros obtidos são usados na compra de materiais, como ferramentas para o recondicionamento e peças de reposição.
Ribas diz que a ideia é estender o projeto mais dois meses, pois, mesmo com o início das aulas, previstas para começarem nesta quarta-feira, ainda existirão alunos com dificuldades. "Se nós seguirmos trabalhando depois é só bônus. Não sabemos muito bem o que vai acontecer. Será que em dezembro estará tudo normal de novo?", indaga.
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