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Empresas & Negócios

- Publicada em 27 de Julho de 2020 às 03:00

Victoria Maxx revaloriza a venda porta a porta

Zoraide destaca o investimento em novos nichos de atuação, como o mercado pet

Zoraide destaca o investimento em novos nichos de atuação, como o mercado pet


JULIANO VICENZI/DIVULGAÇÃO/JC
Roberto Hunoff
Estabelecida em área construída de 1,7 mil m², em Caxias do Sul, a Victoria Maxx tem uma história de quase 30 anos ligada ao mercado da beleza e estética. Com foco no desenvolvimento e elaboração de produtos para terceiros, principalmente empresas de micro e pequeno porte, a marca diversifica seu portfólio.
Estabelecida em área construída de 1,7 mil m², em Caxias do Sul, a Victoria Maxx tem uma história de quase 30 anos ligada ao mercado da beleza e estética. Com foco no desenvolvimento e elaboração de produtos para terceiros, principalmente empresas de micro e pequeno porte, a marca diversifica seu portfólio.
Além disso, ingressa em novos nichos, como o pet, já reconhecido como mercado de grande potencial, e o de higienização, em linha com a expectativa de mudanças profundas no comportamento da população como decorrência da pandemia do novo coronavírus.
Desde março, diante da crise sanitária, a empresa, administrada por Zoraide Moreira e Melissa Matias, mãe e filha, tem usado todos os expedientes legais possíveis para manter o quadro funcional de 28 pessoas e, ao mesmo tempo, estar pronta para fazer frente aos desafios que o novo mercado vai impor.
Com a redução drástica nos pedidos dos clientes tradicionais, as gestoras viram na pandemia alternativa para manter um funcionamento mínimo e passaram a produzir álcool em gel, medida que fortaleceu a ideia de diversificar os mercados de atuação, política que foi sendo desenhada nos últimos três anos.
Empresas & Negócios - Como surgiu a Victoria Maxx e a opção por faze produtos de beleza e estética para terceiros?
Zoraide Moreira - A relação com o mercado de beleza e estética começou quando criamos uma farmácia, que tinha como principal diferencial trabalhar com descontos para aposentados. Em 1993, meu filho mais velho, desenvolveu uma linha de cosméticos e passou a vender diretamente nas casas. Anos após casou e investiu em novo negócio. Juntamente com minha filha Melissa dei sequência à atividade que ele iniciara. Investimos em uma grande ação para ampliar a presença no mercado nacional, com abertura de quiosques em shoppings e franquias. Resolvemos abrir uma segunda fábrica, na Bahia, atendendo convite do governo do Estado. Ficamos quatro anos por lá. Não deu certo, vendemos a fábrica e retornamos, tendo de amargar um enorme prejuízo. No contrato de venda assumimos compromisso com o comprador de que não teríamos produtos para o mercado de consumo direto. Assim nasceu, em 2007, a Victoria Maxx com o conceito da terceirização.
E&N - A partir da estrutura que havia em Caxias?
Zoraide - Não, começamos do zero. Depois de um tempo, fechamos a fábrica daqui e ficamos somente com a fábrica da Bahia. Iniciamos num pavilhão de 300 m² e somente com cosméticos e produtos de higiene pessoal. Em 2012, ampliamos para 970m² com agregação de mais produtos e, agora, chegamos a 1,7 mil m² para atender os novos projetos.
E&N - Vender produtos com marca própria não é mais lucrativo?
Zoraide - Quando tínhamos a marca própria, já éramos procurados por alguns clientes para terceirizar. Com o contrato que nós proibiu de atuar com marca própria, vimos que terceirizar era solução e não se fazia concorrência. Descobrimos que são dois mercados bem distintos.
Com marca própria, além da parte industrial, precisamos de uma estrutura de vendas, com equipes diferentes e treinamento constante, dentre outras ações. Quando prestamos somente o serviço, nossa principal preocupação é com a atualização, sempre em busca de novidades. Vimos que dedicar 100% do tempo à indústria garantia resultado melhor.
E&N - Como é feito o desenvolvimento do produto? A pedido do cliente?
Zoraide - Cada cliente é único, trabalhamos de olho na história dele e no que ele quer colocar no mercado. Não há similaridade entre as linhas. Igual somente a embalagem, porque temos deficiência neste segmento, faltam opções. Temos mais de 1 mil formulações já testadas e as adaptações são feitas de acordo com a necessidade do cliente, sem custo adicional. Há casos de produto inovador, em que começamos desde a pesquisa da fórmula. Neste caso é criação exclusiva, com custo. Algumas têm resposta positiva, como foi o desenvolvimento de uma linha capilar, que apresentou 95% de eficiência nos testes laboratoriais. Deu certo e está até hoje no mercado. Outras são um fracasso. Caso de um cliente que trouxe a ideia de um produto à base de ervas para linha capilar. Testamos durante um ano os ativos de cada planta e não deu certo. Nós embarcamos no sonho do cliente.
E&N - Qual é o perfil do cliente da Victória Maxx?
Zoraide - Em torno de 60% são mulheres empreendedoras com vontade de colocar um negócio. Chegam pequenas e crescem, fazendo a venda de casa em casa. Temos um cliente que começou com um produto, pomada para descanso das pernas, vendido por meio de anúncio. Hoje tem 12 e, alguns sofisticados, como antirrugas. Temos a hotelaria como um bom cliente, com fornecimento de shampoos, sabonetes em barra, toucas e pentes, dentre outros itens. Ainda atendemos farmácias e outros segmentos. Nossa carteira tem perto de 400 clientes, alguns com até 80 produtos de diferentes linhas, como capilar, corporal e facial. Eles estão concentrados, basicamente, nas regiões Sul e Sudeste. Temos como diferencial maquinário para fazer sabonete em barra para pequenas produções. Também atuamos no envase e impressão de saches, atendendo principalmente a pequenas empresas.
E&N - O que levou a empresa a buscar novos nichos de atuação?
Zoraide - Há três anos, minha filha Melissa, teve a ideia de produtos pet. É apaixonada por animais e até participa de uma ONG. Pesquisamos o mercado e avaliamos que era um bom mercado. Só não esperávamos que fosse tão difícil a liberação junto ao Ministério da Agricultura. No momento, temos 21 produtos licenciados para embelezamento de animais e estamos trabalhando com clientes no desenvolvimento de linhas próprias. Devemos colocar no mercado até o final do ano. Quem mais tem demonstrado interesse são pessoas que não atuam no mercado pet, mas viram possibilidade e venderão para clínicas em geral. É um novo investidor. Creio que o conceito da terceirização é inovador no mercado pet, basicamente atendido por grandes empresas industriais. Vamos abrir a possibilidade de fornecimento pelos pequenos negócios.
E&N - A partir da pandemia, surgiu nova ideia?
Zoraide - O coronavírus acelerou uma ideia que existia há muito tempo. Já licenciamos na empresa a área para produção de saneantes para uso em residências, hospitais, laboratórios e demais estabelecimentos. Já temos 12 produtos desenvolvidos e testados para limpeza específica de roupas, cozinha e casa. Os produtos destinam-se à higienização ou desinfecção. reio que a linha chega ao mercado antes do pet, até porque na Anvisa a liberação é mais ágil. A ideia é trabalhar com embalagens menores, mas com produtos de maior concentração, o que deve facilitar a venda e a própria estocagem em casa. Acredito muito neste segmento, porque as pessoas, pelo novo vírus, foram obrigadas a dar maior atenção à higienização. Isto permanecerá nas casas e a linha saneante vem em momento certo. Poucos têm ideia da importância de usar desinfetante em todos os ambientes do lar. Também neste mercado teremos concorrência de grupos fortes, mas que não direcionam suas ações para pequenos produtos. Queremos fazer a distribuição porta a porta como antigamente nos cosméticos. Colocar produtos em pequenos frascos, para aplicação na forma de spray, ou direta.
E&N - Qual a origem dos insumos usados na composição dos produtos?
Zoraide - Cerca de 95% são importados. Para fazer frente à desvalorização do real, que nos prejudica muito, estamos reestudando formulações para, pelo menos, manter os preços. O custo da matéria-prima dobrou por serem compradas em dólar e euro. Teríamos condições de desenvolver todas estas matérias-primas no Brasil. Mas assim como ocorre com soja ou minérios, mandamos para o exterior produtos naturais, encontrados no mato, que volta como matéria-prima cara. Extratos e óleos poderiam ser feitos aqui, nas toda a produção está nas mãos de grandes multinacionais a partir de plantas simples que temos.
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