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Empresas & Negócios

- Publicada em 08 de Junho de 2020 às 03:00

Produto nacional tem vantagem em meio à crise

EMP - Mateus Souza - crédito Divulgação gemü

EMP - Mateus Souza - crédito Divulgação gemü


/GEMU/DIVULGAÇÃO/JC
Mateus Souza
O cenário que a indústria brasileira enfrenta neste fim de semestre é ainda muito confuso, com empresas voltando à operação após recessos preventivos contra a Covid-19 e outras suspendendo a operação indefinidamente. O recuo previsto no PIB brasileiro já ultrapassa os 5%.
O cenário que a indústria brasileira enfrenta neste fim de semestre é ainda muito confuso, com empresas voltando à operação após recessos preventivos contra a Covid-19 e outras suspendendo a operação indefinidamente. O recuo previsto no PIB brasileiro já ultrapassa os 5%.
Como enfrentar a crise no longo prazo e se precaver contra novos imprevistos da economia? Uma das vantagens competitivas que ficaram claras neste momento é a produção local de insumos industriais. Com a nacionalização de matérias-primas, as empresas ficam menos suscetíveis a flutuações cambiais e restrições logísticas.
Num cenário de dificuldades para o transporte aéreo e marítimo, ter insumos produzidos em território nacional traz tranquilidade. Deixar de importar e passar a produzir localmente só é possível por meio de planejamento de longo prazo, da confiança em suas filiais e a contratação consciente para as posições estratégicas. Obter as necessárias certificações também é um passo crucial na obtenção da liderança de mercado.
Outro ponto sensível para as empresas no momento é a variação cambial, pois o atrelamento da importação ao dólar ou ao euro se mostra uma bomba-relógio. Por outro lado, a exportação, para quem pode fazê-la, representa uma vantagem para a indústria inserida no mercado internacional, como atividade muito rentável que deverá ser fomentada na retomada desta crise.
Se uma indústria mantém uma cadeia de fornecedores bem consolidada, e tem insumos em estoque, é possível continuar atendendo seus clientes em curto espaço de tempo e sem consideráveis variações de preço. Uma grande economia em meio à crise.
Atualmente gerencio as vendas da área industrial de uma fabricante de válvulas e percebo que, o fato de produzir no Brasil diafragmas de vedação com capacidade de exportação para diferentes países, tem sido uma vantagem. Mesmo em meio à incerteza nacional, surge a possibilidade de ampliar as vendas externas, o que poderia até mesmo acarretar novas contratações.
Quando uma indústria importa um insumo, está à mercê de inúmeras variáveis - até mesmo roubo de cargas já negociadas, como temos visto ultimamente, no que foi classificado como "pirataria moderna". Ao investir na nacionalização desse produto, é possível até mesmo customizar o insumo, de forma a atender melhor o cliente em sua aplicação específica.
A Confederação Nacional da Indústria (CNI) tem chancelado essa tendência, ao afirmar que a nacionalização, que já foi encarada como medida protecionista no passado, hoje é uma importante política industrial para o país: incorporar tecnologias, desenvolver e inovar em novos produtos e modelos de negócio, além de diversificar para setores e atividades com maior valor agregado.
A dica seria usar ao máximo o produto Made in Brazil, tentar exportar o que for possível e substituir importações quando cabível. Esse investimento consistente será uma tábua de salvação para a economia do País - mas ele requer coragem e decisões de longo prazo.
 
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