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Empresas & Negócios

- Publicada em 18 de Maio de 2020 às 03:00

Cachê on-line e aplauso virtual para salvar a cultura

Plateias são fundamentais para artistas e equipes, que agora dependem de contribuições para sobreviver

Plateias são fundamentais para artistas e equipes, que agora dependem de contribuições para sobreviver


/FREEPIK/DIVULGAÇÃO/JC
Eduardo Lesina
A pandemia de Covid-19 está afetando diretamente todos os setores econômicos ao redor do mundo. Mas é na indústria da cultura e do entretenimento que os impactos negativos foram rapidamente sentidos. Shows, espetáculos, exposições e outros eventos que contêm agrupamento de pessoas foram cancelados ou adiados graças às recomendações para evitar a disseminação do novo coronavírus. Sem a manutenção das atividades, os milhares de profissionais atuantes no segmento cultural dependem de ajuda para enfrentar o desemprego, a fome e o medo.
A pandemia de Covid-19 está afetando diretamente todos os setores econômicos ao redor do mundo. Mas é na indústria da cultura e do entretenimento que os impactos negativos foram rapidamente sentidos. Shows, espetáculos, exposições e outros eventos que contêm agrupamento de pessoas foram cancelados ou adiados graças às recomendações para evitar a disseminação do novo coronavírus. Sem a manutenção das atividades, os milhares de profissionais atuantes no segmento cultural dependem de ajuda para enfrentar o desemprego, a fome e o medo.
Uma dessas iniciativas é a campanha "Me Contagia de Alegria", lançada pelas empresas Voy e Alô Ingressos com o objetivo de prestar auxílio a essa parcela bastante representativa da população brasileiras. Conforme o Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE) em 2018, o setor da cultura e do entretenimento contava com 5,2 milhões de colaboradores, chegando a representar 5,7% do total de ocupados no País.
Através de uma "plateia solidária", a campanha reúne doações e as reverte em cestas básicas para doação a profissionais de luz e som, cenografia, elétrica, cabeamento, carregadores, auxiliares de produção e palco, camareiros, seguranças, controladores de acesso e muito outros que formam essa cadeia produtiva e acabaram perdendo seus empregos por conta da pandemia. "A ideia é bastante simples: percebemos que a maior parte dos profissionais atuantes na parte 'operária' não tem vínculo empregatício. A proibição dos eventos afeta instantaneamente os ganhos e receitas de muitas pessoas", conta o CEO da Voy e um dos idealizadores da campanha, Marcus Niemeyer. Segundo dados do IBGE, cerca de 44% dos profissionais atuam de maneira autônoma no setor, sem salário fixo ou carteira assinada.
Sem qualquer comercialização de show ou contrapartida para o período pós-isolamento, as doações são divididas em três seções e variam de R$ 10 a R$ 50: plateia solidária (R$ 10); cadeira solidária (R$ 25) e camarote solidário (R$ 50). Niemeyer explica que mesmo com a possibilidade de apurar um montante maior com a opção de um valor único, os organizadores buscaram entender a realidade dos doadores que estão vivendo a mesma pandemia: "escalonamos os valores para que possamos conseguir arrecadar ainda mais doações e revertê-las em mais cestas". Semanalmente, a equipe do "Me Contagia de Alegria" contabiliza os valores recebidas e as converte em cestas básicas que serão encaminhadas aos profissionais do setor.
Utilizando a estrutura da Alô Ingressos, e de seus parceiros locais nos estados brasileiros, o movimento gerou uma lista de profissionais atuantes no segmento cultural e que são passíveis de doações. Através de o preenchimento de uma lista online, que conta com mais de 300 membros, os organizadores da campanha podem contatar os aqueles que pararam de trabalhar por conta da Covid-19.
A campanha começou na primeira semana de abril e vai durar enquanto o período de isolamento persistir. Até o momento, os membros da campanha já conseguiram auxiliar cerca de 36 famílias de profissionais da indústria cultural. Os ingressos solidários podem ser comprados no link: http://abre.ai/a6f2.
Outra iniciativa que busca auxiliar o setor cultural é o fundo "Juntos Pela Música". Lançado pela União Brasileiras de Compositores (UBC) e a plataforma de streaming Spotify, o fundo já nasce com R$ 1 milhão, sendo R$ 500 mil da UBC e outros R$ 500 mil do Spotify, e procura remunerar artistas que enfrentam dificuldades financeiras. Segundo o Escritório Central de Arrecadação e Distribuição (Ecad) a crise causada pela pandemia pode impactar na arrecadação de direitos autorais por execução pública, resultando em uma de R$ 140 milhões em três meses.
Para ampliar o alcance dos benefícios, as entidades optaram por abrir a campanha para donativos da sociedade civil, através do link: http://abre.ai/a6gm. O movimento faz parte do projeto global "Spotify Covid-19 Music Relief", em que a empresa se compromete a equiparar as doações do público. Ou seja, para cada real doado pela sociedade, a empresa doará o mesmo valor - além do aporte inicial de R$ 500 mil.
O repasse será na forma de uma ajuda mensal de R$ 400 a cada contemplado, com quatro parcelas mensais. Para pleitear o auxílio, o músico deve ser associado à UBC há pelo menos 1 ano, ter recebido entre R$ 800 e R$ 12 mil na distribuição da UBC em 2019 e comprovar dificuldades financeiras devido à crise gerada pelo novo coronavírus. Até o momento, mais de 140 artistas já receberam a primeira parcela do auxílio, logo após o lançamento do fundo, e outros 800 buscam acesso.
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