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Empresas & Negócios

- Publicada em 18 de Maio de 2020 às 03:00

Mais cautela, mais empregos no médio prazo

Marco Stefanini é fundador e CEO global da Stefanini - divulgação Stefanini

Marco Stefanini é fundador e CEO global da Stefanini - divulgação Stefanini


/STEFANINI/DIVULGAÇÃO/JC
Fundador e CEO global da Stefanini
Fundador e CEO global da Stefanini
O mercado corporativo brasileiro poderia ter um pouco mais de cautela perante a crise gerada pela pandemia do coronavírus. Diferentemente de outros países, que têm tentado preservar empregos e pagamento de fornecedores, temos observado no Brasil uma impetuosidade das empresas em reduzir parte dos serviços contratados ou postergar pagamentos. Entendemos que a situação é crítica no mundo inteiro, que o vírus chegou como um tsunami em vários países, e que a interrupção de serviços neste momento impacta a economia em diferentes proporções.
Mesmo com as dificuldades impostas pela pandemia, este não é o momento de enfraquecer a empregabilidade. Na prática, grandes empresas têm duas formas de demitir: os próprios funcionários - processo mais desgastante e caro -, ou reduzindo fornecedores, que acabam sendo obrigados a demitir em massa. É a chamada demissão indireta, já que as empresas de serviços têm um fôlego financeiro muito menor do que grandes corporações.
Outro ponto a ser observado é que as grandes empresas têm patrimônio e conseguem mais facilmente controlar o capital de giro e buscar empréstimos, se necessário. No caso das menores, o custo maior está na folha de pagamentos. Portanto, na cadeia produtiva, são as mais frágeis. Se há quebra de contrato em meio à crise, ou se pagamentos são adiados, cria-se uma instabilidade financeira propícia à ampliação de demissões, seguindo um efeito dominó sem precedentes.
Por isso, o momento exige calma, resiliência e criatividade. Mantendo nossos quadros, ajudaremos a evitar ou minimizar um possível colapso econômico e social. Felizmente, as soluções digitais, que tiveram impulso ainda maior durante a pandemia, permitem trabalhar de casa com segurança, mantendo a produtividade e quebrando paradigmas sobre o home office.
Além de manter os nossos colaboradores, temos a responsabilidade com a sociedade em geral. Daí a importância de segurar os empregos até termos uma visibilidade maior da crise. E, quando digo isso, refiro-me também a colaborar com a empregabilidade dos parceiros, mantendo os compromissos assumidos previamente. Sabemos que existe uma preocupação generalizada com o efeito da pandemia nos negócios, mas já vivemos tantos períodos conturbados na economia brasileira, que este será mais um. A crise é abrupta, forte, porém rápida. Tudo isso passará e, mais do que nunca, precisaremos das pessoas para retomar as atividades e garantir que a economia gire.
Atuando em 41 países, percebo que, na maioria deles, as empresas estão preocupadas em manter contratos com prestadores de serviços. Na Europa e EUA, que têm vivenciado fortemente o impacto da Covid-19, o fluxo de caixa da nossa empresa, em março, manteve-se quase o mesmo em relação aos meses anteriores. As lideranças sabem que o emprego pode ajudar a reerguer os países após o coronavírus, e que os provedores são importantes para quando a crise passar.
Em compensação, no Brasil, é bem maior o número de empresas pedindo a suspensão de contratos por um prazo ou o corte de parte dos serviços. Ao agir no ímpeto, pode-se colocar em risco a economia como um todo e o market share da própria empresa na retomada da economia. O grande aprendizado, neste momento, é procurar respeitar a cadeia produtiva para encarar o que vem por aí, retomar as atividades o mais rapidamente possível para que 2020 não seja mais um ano perdido.
 
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