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Empresas & Negócios

- Publicada em 08 de Novembro de 2019 às 16:17

Mercado do plástico fica aquém das expectativas do Simplás

Oliveira assumiu em agosto o comando do sindicato que tem mais de 400 empresas filiadas

Oliveira assumiu em agosto o comando do sindicato que tem mais de 400 empresas filiadas


JONAS ROSA/DIVULGAÇÃO/JC
Jefferson Klein
Um cenário mais aquecido era a projeção do Sindicato das Indústrias de Material Plástico do Nordeste Gaúcho (Simplás) para o ano de 2019. No entanto, a demora na retomada da economia fez com que muitas fábricas operassem com ociosidade, atesta o presidente da entidade, Gelson de Oliveira. O dirigente assumiu em agosto o comando do sindicato que tem mais de 400 empresas filiadas. O faturamento do setor plástico na região Nordeste do Estado (no entorno de Caxias do Sul) é de aproximadamente R$ 3,5 bilhões ao ano e a geração de empregos é de cerca de 9,5 mil postos de trabalho.
Um cenário mais aquecido era a projeção do Sindicato das Indústrias de Material Plástico do Nordeste Gaúcho (Simplás) para o ano de 2019. No entanto, a demora na retomada da economia fez com que muitas fábricas operassem com ociosidade, atesta o presidente da entidade, Gelson de Oliveira. O dirigente assumiu em agosto o comando do sindicato que tem mais de 400 empresas filiadas. O faturamento do setor plástico na região Nordeste do Estado (no entorno de Caxias do Sul) é de aproximadamente R$ 3,5 bilhões ao ano e a geração de empregos é de cerca de 9,5 mil postos de trabalho.
Empresas & Negócios - Quais as suas metas à frente do sindicato?
Gelson de Oliveira - Inicialmente, eu já participava como vice-presidente durante três gestões, então eu tinha um conhecimento de como funcionava o sindicato. É claro que cada presidente tem uma forma de agir, uma forma de pensar. Estou distribuindo muitas tarefas, fazendo com que os diretores assumam também muitas funções, o que provavelmente na gestão passada eram tarefas que o próprio presidente assumia. Isso para que todos os envolvidos percebam a importância dos assuntos tratados.
E&N - Qual a sua avaliação sobre o cenário atual do setor do plástico?
Oliveira - O setor ainda está com uma demanda muito baixa, principalmente, na área de peças técnicas, que é a grande demanda dos nossos associados. E por quê? Porque aquela expectativa que tínhamos lá no começo do governo Bolsonaro não se concretizou.
E&N - A expectativa era de um aquecimento da economia?
Oliveira - Exatamente. A gente imaginava: puxa, ganhou a eleição, assumiu, os investidores, as demandas reprimidas, tudo isso vai fluir enormemente e a economia vai deslanchar. Isso não ocorreu. Eu diria que as empresas estão atuando com 50% da sua capacidade. O ideal seria 75% a 80%, até 90%.
E&N - Então, metade da capacidade das plantas do setor de transformação está ociosa?
Oliveira - Poderia se dizer isso. No setor como um todo. Deve ter algum nicho que pode estar diferente, mas eu não acredito. Por exemplo, na área de brinquedos era para estar a pleno vapor durante o período do dia das crianças e isso não aconteceu, na verdade reduziu.
E&N - O que fez essa perspectiva positiva, lá do começo do ano, não se confirmar?
Oliveira - Isso é complexo. São diversos fatores, fundamentalmente o governo não conseguiu implementar o destrave da economia.
E&N - A importação dos produtos plásticos é um problema para o setor?
Oliveira - É sim, até porque internamente sofremos com o custo Brasil. Tem gente que importa brinquedos, peças de brinquedos, moi e utiliza como matéria-prima. É mais barato do que comprar matéria-prima aqui no Brasil.
E&N - Essas importações vêm fundamentalmente de que país?
Oliveira - Principalmente, da China.
E&N - Qual a sua avaliação sobre a concentração do mercado nacional quanto ao fornecimento de resinas termoplásticas (hoje a petroquímica Braskem é a principal empresa quanto às matérias-primas do setor no País)?
Oliveira - Tudo que é monopólio faz o preço, isso é muito ruim. Eu gostaria que tivéssemos aí duas ou três petroquímicas poderosas no País. Porque é da competitividade, da competição, que se melhora os processos, as capacidades produtivas. Dessa forma é que vamos evoluir. O custo da matéria-prima impacta muito as empresas transformadoras.
E&N - É possível reverter a imagem negativa do plástico quanto aos seus impactos no meio ambiente?
Oliveira - Essa condição é gerada simplesmente pela falta de educação. O descarte correto é tudo que precisa. É só colocarmos alguma infraestrutura e retorno financeiro em centrais, para as pessoas que coletam e devolvem as peças já usadas, para fazer uma economia circular bem elaborada, e o plástico vai deixar de ser vilão, porque é uma matéria-prima formidável, que melhorou a qualidade de vida das pessoas. O custo do plástico para ser fabricado, para ser modelado, é muito barato em relação a outros materiais, especialmente, em relação ao alumínio e ao aço.
E&N - Em que consiste o programa Plástico do Bem desenvolvido pelo Simplás?
Oliveira - É um processo de educação ambiental, no sentido de fazer a economia circular, quer dizer o uso, o descarte, a reciclagem e o reuso. O aluno traz o plástico para o colégio, existe até uma competição para ver qual a escola que recolhe mais lixo, e depois uma empresa parceira nossa pega o material para dar uma destinação adequada.
E&N - Hoje, quais são as cidades que contam com a iniciativa?
Oliveira - Caxias do Sul, Farroupilha e Flores da Cunha e estamos conversando com Bento Gonçalves para fazer lá também.
E&N - Como o senhor vê as legislações que tentam refrear o consumo do plástico?
Oliveira - O uso do plástico é irreversível. Eles falam da sacolinha, mas por que não se fala da embalagem que envolve o feijão, o arroz? A sacolinha é o de menos. Inclusive, a sacolinha é reutilizada para colocar o lixo. O que tem que acontecer é o consumo consciente. Não é ir no mercado e colocar três sacolinhas para carregar o mesmo produto.
E&N - Hoje, além do Simplás, mais dois sindicatos (Sinplast e Simplavi) representam os transformadores de plástico no Rio Grande do Sul. Há alguma perspectiva de juntar essas entidades em apenas uma?
Oliveira - A vida dos sindicatos não está fácil, porque houve uma redução significativa nas receitas. Eu acho que a unificação não será uma tendência. Qual é o sindicato que vai querer aumentar sua base territorial? Fica muito mais difícil uma gestão de uma área maior, precisa ter uma estrutura maior.
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