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Empresas & Negócios

- Publicada em 23 de Setembro de 2019 às 03:00

Mudança cultural no foco da uMov.me

'Queremos fornecer tecnologia para que as pessoas possam transformar o ambiente', diz Trevisan

'Queremos fornecer tecnologia para que as pessoas possam transformar o ambiente', diz Trevisan


CLAITON DORNELLES /ARQUIVO/JC
Patricia Knebel
Um cara otimista. Esse atributo é um bom começo para descrever Alexandre Trevisan, executivo à frente da uMov.me e líder, junto com seu time (como ele sempre faz questão de destacar), do Dito Efeito, uma série composta por 80 eventos cocriados por centenas de pessoas e organizações sobre temas voltados ao desenvolvimento social, cultural e econômico do Rio Grande do Sul. Natural de Santa Maria, ele se formou em Ciências da Computação pela Ufrgs, instituição com a qual tem uma relação de muito carinho. "Muito do que tenho em mim, sobre pensar fora da caixa, vem do meu período dentro do Instituto de Informática", conta.
Um cara otimista. Esse atributo é um bom começo para descrever Alexandre Trevisan, executivo à frente da uMov.me e líder, junto com seu time (como ele sempre faz questão de destacar), do Dito Efeito, uma série composta por 80 eventos cocriados por centenas de pessoas e organizações sobre temas voltados ao desenvolvimento social, cultural e econômico do Rio Grande do Sul. Natural de Santa Maria, ele se formou em Ciências da Computação pela Ufrgs, instituição com a qual tem uma relação de muito carinho. "Muito do que tenho em mim, sobre pensar fora da caixa, vem do meu período dentro do Instituto de Informática", conta.
A veia empreendedora é algo natural, já que ele vem de uma família que sempre seguiu essa trilha. Eles, no segmento supermercadista; Trevisan, no de tecnologia. A uMov.me, empresa que criou junto com seus sócios, é uma plataforma líder nacional no desenvolvimento de apps sem programação. Uma tendência, segundo ele, que vai ao encontro do cenário de futuro que podemos esperar desse mercado e da forma de trabalhar das novas gerações. "Queremos fornecer tecnologia para que as pessoas sejam capazes se transformar o ambiente, que sejam mais autônomas, mais autoras dos seus processos", aponta Trevisan.
Empresas & Negócios - Como percebe toda essa movimentação que existe hoje em torno das novas tecnologias e como isso impacta a economia?
Alexandre Trevisan - A tecnologia é meio de toda essa revolução que está acontecendo. Mas, existe outra importante transformação acontecendo, que é a cultural, e que faz com que mesmo com a economia em recessão, a tecnologia continuasse crescendo. Um caso clássico é o processo de compras, que em muitos casos deixaram de acontecer pelo varejo tradicional, mas continuaram acontecendo via e-commerce. É uma migração de consumo, uma mudança cultural que faz que as vendas que antes aconteciam off-line passem a ser realizadas on-line. Vivemos no varejo e agora com a mobilidade urbana, delivery de refeições e coisas muito ligadas à mudança de comportamento.
Empresas & Negócios - As estratégias para lidar com essas mudanças culturais já estão na agenda das empresas?
Trevisan - As empresas que ainda não se deram conta de que precisam fazer mudanças na sua estrutura, de forma a interagir melhor com esse novo perfil de usuário e consumidor, vão enfrentar dificuldades. Até porque, essa mudança cultural será ainda mais relevante no final de 2020, com o aumento da geração Z no mercado. No início de 2021, já devemos ter 40% das compras sendo ou influenciadas por essa geração, o que vai acelerar o processo de transformação. As companhias também precisam entender esse novo cenário para lidar com os seus colaboradores quando tiverem no seu grupo pessoas da geração Z. Mesmo que sejam poucos inicialmente, eles serão capazes de mudar comportamento de todo grupo. Como? Hoje quando temos um problema na empresa, chamamos o fornecedor. Essa nova geração está acostumada a resolver tudo sozinha. Quando tiver uma dúvida, vai procurar no Youtube ou em um app. Na empresa, isso muda a forma de se relacionar com clientes e vendedor, e maneira como os processos são feitos. Eles não vão mais esperar que CEO ou o gerente modifique faça algo, vão tomar a iniciativa.
Empresas & Negócios - Como que o modelo de negócios da uMov.me procura ser aderente a essa visão?
Trevisan - A nossa missão é empoderar e desenvolver as pessoas para que elas sejam de fato protagonistas da transformação que vai acontecer no dia a dia delas e das empresas. É fornecer tecnologia para as pessoas serem capazes se transformar o ambiente, que sejam mais autônomas, mais autoras dos seus processos. A nossa code plataforma, sem programação, permite que as pessoas que não são desenvolvedoras sejam capazes de construir as suas soluções. Esse é um mercado que deve crescer seis vezes mais nos próximos cinco anos, segundo projeções do Gartner. Existe um motivo para isso. Cada vez é mais difícil encontrar desenvolvedores para todos os projetos, o que também faz com que o custo deste profissional seja cada vez mais alto. Já vivemos há algum tempo esse desequilíbrio, o que, inevitavelmente, levaria a uma ruptura. Aí que a ideia de ter construções de soluções sem programação se encaixa muito bem. Essa plataforma também gera entregas rápidas - os projetos precisam ser rápidos para ser desenvolvidos, se demorar 12 meses para ficar pronto, como no passado, o problema já mudou.
Empresas & Negócios - Quais as perspectivas de crescimento da empresa?
Trevisan - Estamos crescendo três dígitos, bem acelerado. Temos hoje 55 pessoas, uma base muito forte em Porto Alegre e operação em São Paulo. Até final do ano devemos anunciar operação fora do Brasil, na Europa. Estamos preparando todos os nossos processos para conseguir atingir no próximo ano taxas de crescimento ainda mais aceleradas, de forma fluida, conseguindo por meio do suporte das pessoas e processos ter uma resposta melhor. Isso tudo com o nosso foco de criação de aplicativos Business to Business (B2B), voltados para a automação e gestão de equipes de campo como vendas, promotores, técnicos de campo e vistoriadores, entre outros. Muitas das aplicações que as pessoas usam hoje em dia em apps como da Panvel, Lebbes, Quero Quero e Colombo tem alguma solução nossa.
Empresas & Negócios - O momento atual da economia ajuda ou atrapalha?
Trevisan - Sou extremamente otimista, é uma característica pessoal. Então, tenho uma expectativa boa em relação as reformas que estão acontecendo. A grande barreira de crescimento para o Brasil é a da Previdência, e acho que estamos próximos de ter uma conclusão. Tem outros movimentos estruturais mais silenciosos sendo feitos, como algumas vendas de ativos e privatizações, que mostram uma redução do tamanho do estado, o que deve gerar oportunidades para a economia. As possibilidades são boas, até porque qualquer movimentação mais significativa da economia impacta de forma relevante o de tecnologia. Nos períodos mais difíceis de crise, alguns projetos tiveram que esperar. Com a reação do mercado, devem ser os primeiros projetos a ser tirados do papel. Sabemos que o Brasil sempre prepara algumas surpresas não mapeadas. Ainda assim, a minha confiança é que esses pontos positivos possam superar os aspectos não identificadas que ainda vamos viver.
Empresas & Negócios - A uMov.me Arena tem sediado diversos eventos no Estado. Como a empresa pensou esse projeto?
Trevisan - A uMov.me Arena é uma iniciativa de inovação em rede, uma entrega da nossa empresa para a sociedade. Se estamos na era do conhecimento, vamos então articular conexões entre as pessoas e caminhos para o conhecimento ser compartilhado com mais eficiência. Faz parte do nosso propósito empoderar as pessoas. O uso do espaço (que fica no prédio em que está localizada a sede empresa) é 100% gratuito. Além do nosso projeto Dito Efeito, um dos exemplos de um projeto que endereça as nossas crenças, recebemos diversos encontros com curadoria de conteúdo de entidades como Endeavor, Amcham, Seprorgs, Assespro e outras para termos certeza que estamos entregando painéis, workshops e outros encontros com qualidade. Também cedemos o espaço para outras empresas, como Lojas Renner, Sicredi e Gerdau.
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