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Empresas & Negócios

- Publicada em 29 de Julho de 2019 às 03:00

Indústria de elevadores vê oportunidades e desafios em grandes centros

Para diretor de Engenharia da Thyssenkrupp Elevadores, é preciso evitar o aumento excessivo de energia

Para diretor de Engenharia da Thyssenkrupp Elevadores, é preciso evitar o aumento excessivo de energia


THYSSENKRUPP ELEVADORES/DIVULGAÇÃO/JC
Jefferson Klein
A tendência da concentração da população mundial nas cidades de maior porte e a consequente intensificação da verticalização desses lugares proporciona ao mesmo tempo mais mercado para o segmento de elevadores e mais obstáculos a serem superados.
A tendência da concentração da população mundial nas cidades de maior porte e a consequente intensificação da verticalização desses lugares proporciona ao mesmo tempo mais mercado para o segmento de elevadores e mais obstáculos a serem superados.
O diretor de Engenharia da Thyssenkrupp Elevadores, Reinaldo Paixão, comenta que uma dificuldade a ser enfrentada é evitar o aumento excessivo de energia por equipamentos utilizados em prédios muito altos. A reposta da empresa para essa questão é o desenvolvimento de novos produtos e tecnologias.
JC Empresas & Negócios - Quais serão os maiores desafios tecnológicos para os elevadores no futuro?
Reinaldo Paixão - O grande desafio será quanto à energia, algo que vai estar vinculado ao tipo de material que será utilizado. Quanto mais peso se tem no sistema, obviamente terá uma demanda maior de energia.
Empresas & Negócios - A verticalização das cidades, com aumento dos prédios, gera que dificuldades para os fabricantes de elevadores?
Paixão - Eu fiz uma palestra recentemente, em uma universidade, e o tema era exatamente qual era a visão sobre o mercado do futuro. Existem estudos que apontam que até o ano de 2050 em torno de 70% da população deve estar concentrada em grandes cidades. Tomando como base o nosso negócio, os prédios estarão cada vez mais altos. São esperados edifícios de 300 a 600 metros. Essa verticalização vai estar cada vez mais presente. Em um prédio de 600 metros de percurso, um dos grandes problemas é a parte de tração.
Empresas & Negócios - Quais são os obstáculos?
Paixão - Como você vai manter a cabina suspensa? Por exemplo, um cabo de uma polegada pesa em torno de 1,2 quilo por metro. Então, imagina 600 metros de cabo de tração, acrescentando a compensação (peso que vai em baixo da cabina), é uma massa em quantidade absurda e precisaria de uma máquina gigante e de um consumo de energia altíssimo. A Thyssenkrupp Elevadores quando lançou o Multi (um elevador sem cabos, que opera com um sistema de trilhos e imãs) visou exatamente a esse tipo de empreendimento. Com esse elevador é possível viajar na horizontal e na vertical, sem ter a preocupação das compensações devido aos equipamentos de tração.
Empresas & Negócios - Quais as atividades ligadas ao desenvolvimento de tecnologias que a thyssenkrupp Elevadores possui no Rio Grande do Sul?
Paixão - Hoje, nós temos em Guaíba um centro de pesquisa e de desenvolvimento de produtos e um centro de inovação, que funciona dentro da Pucrs. No grupo de engenheiros que estão instalados na universidade, pelo menos 30% do tempo deles é dedicado a tecnologias disruptivas e o restante é para ações aplicadas aos produtos que serão desenvolvidos em médio e longo prazo. Atualmente, começa a se desenvolver uma tecnologia e no máximo em 10 a 15 meses tem que estar no mercado.
Empresas & Negócios - Como está o mercado global de elevadores?
Paixão - Historicamente, nos últimos anos, o mercado que mais pulsa é o chinês. A China chegou, nos áureos tempos, há dois ou três anos, a produzir anualmente uma quantidade de quase 500 mil elevadores ao ano. Para se ter uma ideia, estima-se que no Brasil tenha-se cerca de 400 mil elevadores instalados. A China impacta muito no mercado mundial.
Empresas & Negócios - Como está o segmento de elevadores no Brasil e as perspectivas futuras?
Paixão - Em 2013, o mercado chegou a bater em 14 mil, 15 mil unidades. Foi o pico. Estou há 39 anos no setor e acredito que tenha sido o momento mais extraordinário da construção civil ao longo da minha carreira. Mas, (as vendas) foram caindo gradativamente. De 2017 para cá houve uma queda ainda mais acentuada. O mercado chegou ao patamar de 7,5 mil unidades, no ano passado.
Empresas & Negócios - Qual é a estimativa para 2019?
Paixão - Houve uma melhora, deve chegar a cerca de 8 mil unidades comercializadas neste ano. Mas, é uma reação que não é muito acentuada.
Empresas & Negócios - As dificuldades enfrentadas pelo segmento da construção civil é o que pode explicar a retração da comercialização de elevadores no passado?
Paixão - Esse foi o principal fator. A área da construção civil vem sendo penalizada ao longo dos últimos anos. É um reflexo que para o setor de elevadores tem um efeito retardado, de um ano e meio, e a recuperação se dá no mesmo tempo. Isso porque quando o elevador está sendo instalado significa que a construtora está, em um prédio de médio porte, a cerca de quatro a seis meses para o momento da entrega final da sua edificação. Normalmente, as construtoras não compram o elevador no lançamento do empreendimento. Entre a época do lançamento e da compra do elevador, pode passar um espaço de um ano.
Empresas & Negócios - A Thyssenkrupp recentemente lançou um novo elevador chamado de Evolution. Quais as características desse produto?
Paixão - O Evoltuion teve o lançamento neste ano no Brasil e em 2018 nos Estados Unidos. É um produto alinhado com a norma que entrará em vigor no Brasil que deve valer entre outubro deste ano e janeiro de 2020: a EN 81-20. A regra dá uma ênfase muito grande na segurança do usuário, de quem instala, de quem faz a manutenção e quanto à acessibilidade também. Outro benefício é que esse elevador, ao invés de utilizar cabos convencionais de tração, usa um sistema de cintas. A grande vantagem disso é que a curvatura das cintas permite que sejam usadas polias de menor diâmetro, possibilitando o aproveitamento de cabinas maiores e menores profundidades de poço.
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