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Empresas & Negócios

- Publicada em 29 de Julho de 2019 às 03:00

Nunca tivemos tantas opções sobre tudo. Estamos preparados para isso?

Dia desses li uma frase que me fez parar e reler: "Daqui algumas centenas de anos, quando a história do nosso tempo for escrita de um ponto de vista de longo prazo, é provável que, para os historiadores, o acontecimento mais transformador não seja a tecnologia, a internet nem o comércio eletrônico. Será a mudança sem precedentes da condição humana.
Dia desses li uma frase que me fez parar e reler: "Daqui algumas centenas de anos, quando a história do nosso tempo for escrita de um ponto de vista de longo prazo, é provável que, para os historiadores, o acontecimento mais transformador não seja a tecnologia, a internet nem o comércio eletrônico. Será a mudança sem precedentes da condição humana.
Pela primeira vez um número substancial e crescente de pessoas tem opção. E a sociedade está totalmente despreparada para lidar com isso". Queria ter escrito isso, pensei. É a mais pura verdade. Temos mais empresas no mercado, uma maior quantidade de marcas para optar, novas formas de locomoção, de pedir comida, de se divertir.
Aparecem soluções novas para antigos problemas e assim como grandes empresas surgem do dia para a noite, gigantes desaparecem. Tudo isso é muito bom. No entanto, é visível que o nível de ansiedade das pessoas tem aumentado consideravelmente. Será que a carreira que escolhi vai existir daqui alguns anos? O que preciso estudar para me manter no mercado? Será que terei emprego mês que vem? Meu negócio está preparado para as mudanças? Sem falar que com o aumento da concorrência, o nível de cobrança vai lá para as alturas. A régua está cada dia mais alta. E não é só isso. Temos uma infinidade de aplicativos para um monte de coisas. Filmes, pedir pizza, alugar imóvel sem fiador, arrumar companhia e por aí vai.
São tantas opções para tudo que estamos sentindo uma das piores sensações possíveis: a de falta de controle. E com isso o ser humano não gosta de lidar. Desde sempre, nosso cérebro foi treinado para escanear o perigo, ou seja, para procurar ameaças a fim de nos mantermos vivos. Ou seja, precisamos estar no controle, saber o que vai acontecer, como vai acontecer, qual o próximo passo, tudo isso pela nossa sobrevivência. Você já parou para reparar que estamos mais atentos às coisas com viés negativo do que as com viés positivo? Minha professora no MBA de psicologia positiva fez uma metáfora fantástica: nosso cérebro é velcro para as coisas "ruins" e teflon para as "boas". Pura verdade.
Nunca tivemos controle sobre tudo, isso é verdade, mas agora está mais difícil do que nunca. Perguntas como: qual o curso que devo fazer? EAD ou presencial? Será que tem futuro? Crio a minha própria startup ou tento abrir uma empresa? Estão levando nossa tranquilidade e nossa única certeza é de que teremos dúvidas. Não é por acaso depressão e ansiedade serem temas recorrentes de inúmeras matérias em sites, blogs, revistas e programas de televisão. E isso é mundial. Sabia que o Brasil é o primeiro do ranking mundial quando o assunto é ansiedade? E que é o quinto em depressão? Para lidarmos com isso, temos que aprender a abrir mão do controle.
Quem tenta controlar tudo, só ganha uma coisa: mais ansiedade, mais preocupações, mais nervosismo, mais medo. Abrir mão do controle é talvez o maior ato de coragem que podemos ter. E isso nunca foi tão necessário. Minha sugestão: não antecipe problemas, eles podem nunca acontecer, não antecipe soluções, elas podem não ser as melhores. Faça tudo da melhor forma possível, dê o melhor de você. Isso sim é a única coisa que está em suas mãos.
Empresário e empreendedor
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