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Empresas & Negócios

- Publicada em 24 de Dezembro de 2018 às 01:00

Em busca da equidade de gênero

Campanha ElesPorElas quer eliminar a desigualdade entre homens e mulheres

Campanha ElesPorElas quer eliminar a desigualdade entre homens e mulheres


HE FOR SHE/DIVULGAÇÃO/JC
Eduardo Lesina
A disparidade social entre homens e mulheres recebeu maior espaço no debate público. Mesmo com o crescimento do movimento feminista, as mulheres ainda são vítimas da violência de gênero e acabam por ocupar lugares secundários em relação aos homens na sociedade. A partir dessa desigualdade, o movimento ElesPorElas, criado pela ONU Mulheres em 2014, tornou-se uma campanha mundial na defesa dos direitos da mulheres.
A disparidade social entre homens e mulheres recebeu maior espaço no debate público. Mesmo com o crescimento do movimento feminista, as mulheres ainda são vítimas da violência de gênero e acabam por ocupar lugares secundários em relação aos homens na sociedade. A partir dessa desigualdade, o movimento ElesPorElas, criado pela ONU Mulheres em 2014, tornou-se uma campanha mundial na defesa dos direitos da mulheres.
Após constantes quedas no ranking de Desigualdade Global de Gênero, o Brasil se apresenta como 95º na lista do Fórum Econômico Mundial. A campanha chegou ao País em 2015 e busca encorajar meninos e homens ao redor do mundo a também se engajar e tomar medidas contra a disparidade de gênero. O Rio Grande do Sul foi o primeiro estado a aderir ao movimento, em setembro de 2015, mas ainda luta contra os números negativos em relação à violência sofrida pelas mulheres.
Nos últimos quatro anos, a Secretaria de Segurança Pública do Rio Grande do Sul, junto com o Comitê Gaúcho ElesPorElas, liderado pela ONU Mulheres, registrou 356 vítimas de feminicídio. Além disso, no mesmo período, registrou-se 6.149 casos de estupros, com uma média de quatro por dia, enquanto as agressões com lesão chegaram a 87.480, resultando em uma média de 59 mulheres por dia.
O Comitê Gaúcho ElesPorElas é coordenado pelo deputado estadual Edegar Pretto. Composto por 42 membros, que reúne representantes de empresas, universidades, instituições públicas, artistas e os clubes da dupla Grenal. "Em todo o mundo, 1,9 milhão de pessoas assinaram o termo de compromisso global pelo fim da violência contra mulheres. Um número que precisa aumentar para impulsionar a redução do machismo e do número de vítimas no mundo", ressalta o deputado.
No Brasil, as mulheres seguem como maioria no número de habitantes há mais de 30 anos. Em 1980, segundo o Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), havia 753 mil mulheres a mais do que homens; enquanto hoje há 4,5 milhões a mais. A estimativa do IBGE é de que, em 2060, existam 6,3 milhões de mulheres a mais em relação aos homens no Brasil. Mesmo com o futuro cada vez mais feminino, o gênero feminino não encontra esses espaços em diversos segmentos da sociedade.
Para atingir um estágio de igualdade de gênero, o ElesPorElas trabalha sua estratégia global através de três princípios: atenção, argumentação e ação. O primeiro atende à educação, à sensibilização e à conscientização da população masculina sobre as desigualdades enfrentadas pelas mulheres e meninas. O segundo princípio refere-se ao impacto através de políticas e planejamento, orquestrado pela ONU Mulheres. Nesse sentido, a realização de objetivos estratégicos atinge as ideias e gera campanhas de empoderamento econômico das mulheres, fim da violência contra as mulheres, governança e liderança, e paz e segurança. Já o terceiro é relativo à parte prática da campanha, visando à captação de recursos e à relação com outros setores da sociedade, caso do programa-piloto Impacto 10x10, que visa unir governos, empresas e universidades no combate ao machismo.
No Brasil, além da violência que atinge as mulheres em diferentes aspectos, o mercado sistematicamente dificulta o caminho de ascensão das mulheres. Segundo o Relatório da Organização Internacional do Trabalho, a taxa de participação da população feminina no mercado de trabalho representa 48,5%, enquanto a taxa masculina é de 75%.
Esse dado alarmante para a disparidade social é trabalhado pelo ElesPorElas através do Princípios de Empoderamento das Mulheres. A ação consiste em empoderar e promover a equidade de gênero em atividades sociais e econômicas. Através de sete princípios, a ONU Mulheres ajuda as empresas a incorporarem em seus negócios valores e práticas capazes de visar à igualdade entre homens e mulheres. Um exemplo de empresa parceira da campanha é a Coca-Cola Brasil, que, com a parceria com o movimento, conseguiu capacitar 22 mil mulheres e 13 mil homens de comunidades de baixa renda para que entendam a cadeia de valor da empresa e os princípios propostos pelo projeto.
Outra companhia a aderir ao movimento mundial ElesPorElas foi a Emater-RS. Para Iberê de Mesquita Orsi, presidente da empresa, "participar desse movimento é fundamental para a Emater-RS-Ascar, pois vai provocar a reflexão sobre esse problema cultural, ainda enraizado na sociedade", afirmou. No encontro ocorrido no último dia 10, foi definida a criação de um grupo de trabalho, através de portaria, para criar o plano de ação, com previsão para ser anunciado ainda neste mês pela empresa.
Eduardo Lesina
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