Corrigir texto

Se você encontrou algum erro nesta notícia, por favor preencha o formulário abaixo e clique em enviar. Este formulário destina-se somente à comunicação de erros.

Empresas & Negócios

- Publicada em 29 de Outubro de 2018 às 01:00

Pettenati aposta em alto padrão para conquistar clientes dentro e fora do País

Ricardo conta que a empresa identificou um nicho para a fabricação de tecidos

Ricardo conta que a empresa identificou um nicho para a fabricação de tecidos


PETTENATI/DIVULGAÇÃO/JC
Tatiana Prunes
Com mais de 50 anos de história, a Pettenati, de Caxias do Sul, iniciou suas atividades produzindo peças de malharia retilínea. Nos anos 1970, incorporou a fabricação de tecidos de malharia circular e contribuiu com uma das principais inovações na área têxtil com a introdução do plush no Brasil, inclusive como marca registrada.
Com mais de 50 anos de história, a Pettenati, de Caxias do Sul, iniciou suas atividades produzindo peças de malharia retilínea. Nos anos 1970, incorporou a fabricação de tecidos de malharia circular e contribuiu com uma das principais inovações na área têxtil com a introdução do plush no Brasil, inclusive como marca registrada.
A empresa, atualmente, atende cerca de mil clientes entre nacionais e internacionais, com uma linha de produtos completa para os públicos feminino, masculino, infantil e bebê. "Estamos nos segmentos de moda surf, street, íntima, homewear e active esporte e somos a maior fabricante do tecido com fio supplex no País", conta o diretor presidente da Pettenati, Ricardo Pettenati. A empresa atua também com confecção que engloba serviços ao clientes através de peças para servir especialmente a marcas estrangeiras do setor esportivo.
"Na década de 1990, com a abertura financeira à concorrência internacional, houve um aumento da produtividade e a competitividade da economia nacional, com consequência importante sobre o mercado de trabalho brasileiro." Foi quando as indústrias iniciaram uma sistematização no Brasil, que começou a crescer, a desenvolver estrutura de fornecimento e de produtos. "Então identificamos um nicho para a fabricação de tecidos", aponta Ricardo Pettenati. "A roupa esporte style virou moda, uma tendência importante para o nosso desenvolvimento", completa o executivo. Atualmente, a comercialização de tecidos é responsável por 85% do faturamento da Pettenati.
JC Empresas & Negócios - Na trajetória da Pettenati, houve algumas mudanças de foco. Por quê?
Ricardo Pettenati - É uma combinação de fatores. O Brasil é um país que veio mudando muito, passando por ciclos. Chegamos, no início dos anos 1970 até meados de 1980, a exportar até 60% do faturamento. Gradativamente, o mercado interno foi crescendo, mas, em contrapartida, também deixando de competir com a entrada, na época, de produtos da China e da Coreia do Sul, entre outros, e fomos perdendo espaço na exportação. Assim, migramos, aos poucos, para outro tipo de área como o do tecido, porque muitos se interessavam pelo que produzíamos. Iniciamos o fornecimento da matéria-prima para confecções, mas em um determinado momento nos vimos fazendo isso e de outro lado manufaturando, ou seja, sendo concorrente dos nossos próprios clientes. Então tivemos que nos posicionar e tomamos a decisão de ser uma indústria de tecidos, apenas. Com especialidade e conhecimento passamos a oferecer, inclusive, assistência técnica. No início dos anos 1990, com a abertura comercial, o Brasil teve muita formação der marcas, com o desenvolvimento de negócios que, de pequenas passaram a médias, e as médias se tornaram grandes, ampliando o mercado em geral. Com o nosso expertise e know how no ramo ajudamos o cliente orientando e desenvolvendo o tecido direcionado na necessidade da confecção de cada um. Sempre tivemos, também, departamento de criação e de tendência de moda, fazendo com que nos tornássemos uma referência no setor.
Empresas & Negócios - Atualmente não produzem mais nenhuma peça?
Pettenati - Não fabricamos confecção de 1992 até 2004, quando voltamos a recriar. Como éramos fornecedores de tecido, fomos a primeira empresa de malharia circular no Brasil a desenvolver o material de forma técnica, inteligente, para práticas de esporte como térmicos, de gerenciamento de umidade e dry. As marcas internacionais exigem uma conformidade muito grande, como ambiental e técnica, práticas laborais e padrões de qualidade. Elas não querem ver apenas o produto, mas aprová-lo. Por exportar, temos que nos manter atentos às necessidades e aos conceitos de standards desse perfil. Quando percebemos que essas empresas precisavam de confeccionistas, e que em geral a confecção no Brasil está voltada para sua própria marca, a Pettenati ficou definida como uma organização industrial que ofereceria uma fábrica completa, do tecido à peça pronta. Partimos, daí, para o programa de privete label que é o full package. Em 2004, passamos a trabalhar com Adidas e Nike, e agora produzimos também para a Lacoste, Trackfield e The North Face, entre outras marcas.
Empresas & Negócios - São marcas com alto padrão de exigência. Como atender a isso?
Pettenati - Exatamente por isso que gostamos. Se fosse fácil, todos fariam e a briga seria por centavos. Mas nosso objetivo é trabalhar com valor agregado. A exigência deles é enorme e isso requer que mantenhamos o nível de qualidade que já temos, fundado na nossa filosofia, e que acaba refletindo em todos. Isso faz com que estejamos na vanguarda em padrões ambientais, de sustentabilidade, na parte laboral, de organização e de recursos humanos, o que nos mantêm com o foco no nosso objetivo.
Empresas & Negócios - Como foi passar pela crise a que o Brasil enfrentou?
Pettenati - Atendemos o mercado nacional e, quando o dólar decresce, é muito mais fácil para as empresas importarem o produto pronto. Quando o dólar fica mais elevado, é preferível fazer aqui. Uma parte das peças prontas, todos sempre importam, e isso faz com que tenhamos de ser muito mais ágeis. Portanto, temos que ser muito rápidos, trabalhar com lotes menores com agilidade, diversificação e flexibilidade.
Empresas & Negócios - Com pouco mais de 10 anos, a Pettenati já abriu capital. Como isso aconteceu?
Pettenati - Abrimos capital em 1981. Na época, ainda atuávamos com peça pronta de malharia retilínea e foi quando estávamos fazendo uma expansão muito grande. Foi uma virada, na época, de tipo de produto e de tendência. Saímos daquela malharia de máquinas manuais e mecânicas para as eletrônicas. Fizemos um investimento considerável e precisávamos expandir rápido. A estratégia foi abrir o capital. A partir disso, demos um salto - nos tornamos uma S.A. e entramos em um mercado dinâmico, que gera uma credibilidade muito grande perante os clientes, o negócio e as marcas internacionais. Isso porque temos que divulgar resultados, informações, temos exigências e fiscalizações de compliance, o que nos profissionalizou ainda mais.
Empresas & Negócios - Qual o tamanho da empresa, hoje?
Pettenati - Nós temos duas unidades em Caxias do Sul, com 1.275 funcionários onde está toda a nossa administração comercial, expedição e confecção. No exterior, implantamos uma unidade em El Salvador, com 700 colaboradores, só de tecidos. É uma fábrica visando o mercado do esporte e de outdoor, sintético, o de montanha, para um total de 50 marcas que exportam exclusivamente para os Estados Unidos. Fabricamos na América Central também com o objetivo de distribuir matéria-prima (tecidos) aos confeccionistas dessa região.
Conteúdo Publicitário
Leia também
Comentários CORRIGIR TEXTO