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- Publicada em 22 de Outubro de 2018 às 01:00

Cresce oferta de crédito no País

Oliveira diz que desemprego e a perda de renda das famílias elevaram o risco de inadimplência

Oliveira diz que desemprego e a perda de renda das famílias elevaram o risco de inadimplência


/ANEFAC/DIVULGAÇÃO/JC
O volume de crédito ofertado na economia brasileira quase dobrou na última década. Além de mais dinheiro, quem tomou empréstimo teve mais prazo para pagar. Mas o custo das operações continuou elevado, segundo estudo da Associação Nacional dos Executivos de Finanças (Anefac). De acordo com o levantamento, o total de recursos oferecidos em crédito nos últimos 10 anos saltou de R$ 1,8 trilhão para R$ 3,1 trilhões. Os juros médios cobrados na ponta, por sua vez, estão atualmente em 38,5% ao ano, ante 38%.
O volume de crédito ofertado na economia brasileira quase dobrou na última década. Além de mais dinheiro, quem tomou empréstimo teve mais prazo para pagar. Mas o custo das operações continuou elevado, segundo estudo da Associação Nacional dos Executivos de Finanças (Anefac). De acordo com o levantamento, o total de recursos oferecidos em crédito nos últimos 10 anos saltou de R$ 1,8 trilhão para R$ 3,1 trilhões. Os juros médios cobrados na ponta, por sua vez, estão atualmente em 38,5% ao ano, ante 38%.
A crise econômica interrompeu a trajetória de queda dos juros e do crescimento da oferta de crédito. Há cinco anos, o total de empréstimos equivalia a 60% do Produto Interno Bruto (PIB) e caminhava para 80%. Hoje, com os bancos mais seletivos, o total de crédito representa apenas 46,8% do PIB. "Os juros ao consumidor, mesmo com a Selic no menor patamar histórico, de 6,5% ao ano, estão quase no mesmo nível de uma década atrás, até um pouco mais altos", comenta Miguel Ribeiro de Oliveira, diretor de pesquisas econômicas da Anefac e autor do levantamento.
Segundo ele, o desemprego e a perda de renda das famílias elevaram o risco de inadimplência, e os bancos subiram as taxas de juros e o spread (diferença entre o custo de captação dos bancos e as taxas de juros cobradas dos clientes). O levantamento mostra que o spread avançou de 24,5% ao ano para 29,4% ao ano. Já a inadimplência, medida por atrasos superiores a 90 dias, subiu de 4% para 4,4%.
O especialista lembra que, neste ano, mesmo com a economia mostrando sinais de recuperação, o quadro eleitoral incerto trouxe mais risco, impedindo que os juros na ponta caíssem. Se o custo não foi alterado, o brasileiro ganhou mais prazo para pagar os empréstimos. O número de prestações subiu de uma média de 12 meses para 40,6 meses.
Além desses fatores, Oliveira observa que a concentração bancária contribui para a cobrança de juros mais altos. Atualmente, os cinco maiores bancos do País respondem por mais de 80% do crédito oferecido. As chamadas fintechs, startups do ramo financeiro, que estão crescendo como alternativa de crédito, começam a ocupar a brecha deixada pelos bancos na seletividade de crédito. Mas elas ainda representam um volume muito pequeno da oferta, algo em torno de 0,5% do total de crédito.
"O fato é que temos maior concentração de bancos do que as principais economias do mundo. As fintechs e as cooperativas ainda representam muito pouco da oferta de crédito, mas começam a incomodar com taxas de juros mais baixas, menos burocracia e abertura de conta sem cobrança de tarifas", diz Oliveira.
A Federação Brasileira dos Bancos (Febraban) informou, em nota, que o aumento da inadimplência, por conta da crise, tem impacto tanto sobre o spread quanto sobre os juros. Mas, apesar do cenário adverso nos últimos anos, as taxas de juros vêm caindo no País.
A entidade diz ainda que não reconhece análises que apontam a concentração bancária como causa dos juros elevados. Segundo um estudo feito pela consultoria Accenture, encomendado pela própria Febraban, a razão principal do spread mais alto no Brasil está nos custos elevados da intermediação financeira.
"Os custos associados a inadimplência, tributação, depósitos compulsórios e outros elementos do sistema de regulação são bem mais altos no Brasil que em países emergentes relevantes, como Chile e Turquia", diz a entidade na nota.
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