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Empresas & Negócios

- Publicada em 13 de Agosto de 2018 às 01:00

Novo formato familiar dá impulso à Hercosul


MARINA G. FERRÃO/DIVULGAÇÃO/JC
Tatiana Prunes
A relação do brasileiro com os pets é tão próxima que, de uns anos para cá, passaram a existir novas configurações familiares, nas quais os bichos de estimação chegam a "ocupar" o espaço do filho, do neto ou do irmão. E como efeito da causa animal, que só cresce, tem surgido cada vez mais produtos, que vão de sapatos a cerveja, serviços de hotelaria, festas de aniversário, spa e, é claro, alimentos muito próximos aos dos humanos.
A relação do brasileiro com os pets é tão próxima que, de uns anos para cá, passaram a existir novas configurações familiares, nas quais os bichos de estimação chegam a "ocupar" o espaço do filho, do neto ou do irmão. E como efeito da causa animal, que só cresce, tem surgido cada vez mais produtos, que vão de sapatos a cerveja, serviços de hotelaria, festas de aniversário, spa e, é claro, alimentos muito próximos aos dos humanos.
A Hercosul, que atua com petfood, fabricando rações secas, úmidas e snakes, hoje um dos setores que mais se expandem, iniciou atividades em Ivoti e se viu na necessidade de ampliar as operações. Para acompanhar a alta demanda, abriu mais três unidades de negócios: uma segunda planta industrial, em Vacaria, e dois centros de distribuição, no Paraná.
"A disputa pelo cliente, mesmo com o negócio em alta, é grande. Para ganhar um percentual ou meio ponto percentual do market share, é muito difícil, então abrimos as filiais para atender melhor esses consumidores e buscar novos mercados", afirma o diretor executivo da Hercosul, Idésio Perosa. Mesmo durante os anos de crise pelos quais o Brasil tem passado, o setor teve um incremento de 7,9% entre 2016 e 2017, de acordo com a Associação Brasileira da Indústria de Produtos para Animais de Estimação (Abinpet).
"Isso pode ser evidenciado na quantidade de lojas, marcas e produtos para animais de estimação com que temos contato atualmente, e que não estavam presentes há cerca de 10 anos, por exemplo", completa Perosa, admitindo que o foco no mercado nacional levará a empresa a abrir novas unidades.
Empresas & Negócios - A empresa completou 17 anos com a marca em crescimento. A que se atribui?
Idésio Perosa - Primeiro, focamos no mercado local, em Porto Alegre, e depois fomos ampliando as operações. Hoje, atendemos o Rio Grande do Sul, boa parte de Santa Catarina, Paraná e São Paulo. Também exportamos para Uruguai e Paraguai, e estamos buscando trabalhar com Argentina, Peru, Colômbia e Chile, assim como todos os países da América do Sul. Já exportamos para a África e a Europa, mas as restrições sanitárias e de segurança alimentar dificultam muito os negócios. Também estamos entrando em um novo mercado, que é o do autosserviço, no qual estão, basicamente, grandes contas e, assim, passar a disponibilizar nossos produtos em novos pontos de vendas.
Empresas & Negócios - Em que ritmo a empresa vem se desenvolvendo?
Perosa - Temos crescido em torno de 8% a 10% ao ano, graças à soma de todas as circunstâncias, como exportação, aumento da demanda e ampliação de atendimento a novos mercados. Alguns dados também podem ajudar a explicar: cerca de 44% das residências no Brasil têm cães e gatos, o que equivale a mais ou menos 52 milhões de animais. Segundo o Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), nós temos hoje ao redor de 45 milhões de crianças, ou seja, existem mais bichos de estimação. O setor está faturando, por exemplo, R$ 20 bilhões ao ano. Só em petfood, estamos na casa dos R$ 13 bilhões, R$ 14 bilhões de faturamento, em âmbito nacional. E mais, em 2013, 11% da população tinha 60 anos ou mais. Em 2030, essa população de idosos passará a 18,2% da população. Ocorre que essa pessoa que fica em casa, sozinha, acaba adotando um cachorro, um gato, e é por isso que o mercado se expande tanto.
Empresas & Negócios - Quais as mudanças encaradas pela Hercosul, ao longo desses anos, para que se mantivesse o padrão?
Perosa - Em 2007/2008, o Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento (Mapa) exigiu que todas indústrias do nosso segmento atendessem às boas práticas de fabricação. Em função dessa condição legal, muitas indústrias pararam de produzir, saíram do mercado ou tiveram que se adequar. Então, para exportar, temos que ter ao menos o certificado do ministério, o que consideramos um marco. A partir daí, a empresa veio ajustando todas suas instalações, processos e equipamentos. Em 2015, a empresa se certificou na ISO 9001. Anteriormente a isso, nós também tínhamos outra certificação internacional para indústria de alimentos, a Análise de Perigos e Pontos Críticos de Controle (Appcc), que estabelece normas de monitoramento no segmento alimentício. No decorrer do tempo, isso foi fazendo com que a empresa acertasse seus processos e desenvolvesse melhorias, o que nos leva até hoje. Mas eu diria que o principal ponto é a concepção dos negócios. O fundador da empresa sempre desenvolveu produtos que tivessem padrão superior de qualidade, e isso é possível verificar, hoje, no que oferecemos.
Empresas & Negócios - A população de pets aumenta, e suas vidas têm se prolongado. Isso implica em quê?
Perosa - De acordo com a líder em pesquisa estratégica para o mercado de consumo (Euromonitor), o mercado pet brasileiro é o segundo maior do mundo, ficando atrás somente dos EUA, e terceiro, de acordo com a Abinpet, atrás de EUA e Reino Unido. Em valores, um mercado de R$ 20,3 bilhões em 2017, sendo 68,6% Petfood; 15,8%, PetServ; 7,9%, PetCare; e 7,7%, PetVet. Há 20 anos, éramos o quinto player internacional. Todo esse incremento se deu por dois fatores principais combinados: o tamanho da população brasileira e a relação desta com os animais de estimação. Nossa empresa, a exemplo disso, produz o Biofresh, ração superpremium, que tem alta concentração de alimentos de ingredientes frescos, mantidos de maneira natural e sem adição de conservantes artificiais, o que, certamente, proporciona aos animais uma longevidade muito mais saudável.
Empresas & Negócios - Em que mais esse comportamento vem influenciando?
Perosa - Algumas outras mudanças nas dinâmicas do dia a dia das famílias afetaram o mercado, como consequência dos novos estilos de vida. A concentração das populações em grandes centros urbanos, que leva a residências menores, foi um grande impulsionador do aumento de pets de menor porte, que convivem melhor em espaços mais reduzidos e têm menor necessidade de gastos energéticos. E o aumento significativo do número de famílias nas quais todos trabalham trouxe o aumento da opção por gatos, animais que convivem melhor por tempos maiores sem a presença dos humanos e têm hábitos mais independentes.
Empresas & Negócios - A Hercosul está envolvida em alguma ação institucional?
Perosa - Trabalhamos, há dois anos, com pet terapia junto a alas pediátricas de quatro hospitais de Porto Alegre: Hospital de Clínicas, Hospital Conceição, Hospital São Lucas (Pucrs) e Instituto do Câncer Infantil (ICI). As sessões acontecem mensalmente durante cerca de uma hora e contam com a participação de um cãozinho adestrado chamado Buzz, que obedece a comandos de seu adestrador e das crianças, interagindo e trazendo momentos de alegria e descontração aos pacientes.
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