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Empresas & Negócios

- Publicada em 10 de Junho de 2018 às 22:47

Nathália Arcuri: Lidar com finanças pode ser divertido

Nathália Arcuri criou um canal no YouTube que soma mais de 1,7 milhão de seguidores

Nathália Arcuri criou um canal no YouTube que soma mais de 1,7 milhão de seguidores


Feira Brasileira do Varejo/Divulgação/JC
Roberta Mello
Nathália Arcuri abriu mão do emprego com carteira assinada como repórter de uma rede de TV aberta com abrangência nacional para tirar do papel o projeto de fazer vídeos com conteúdo sobre finanças abordados de forma leve. Criou o Me Poupe, primeira plataforma de entretenimento financeiro do mundo. Três anos depois, o Me Poupe é considerado o maior canal de finanças do YouTube tem 1,7 milhão de inscritos e conta com cerca de 5 milhões de acessos por mês.
Nathália Arcuri abriu mão do emprego com carteira assinada como repórter de uma rede de TV aberta com abrangência nacional para tirar do papel o projeto de fazer vídeos com conteúdo sobre finanças abordados de forma leve. Criou o Me Poupe, primeira plataforma de entretenimento financeiro do mundo. Três anos depois, o Me Poupe é considerado o maior canal de finanças do YouTube tem 1,7 milhão de inscritos e conta com cerca de 5 milhões de acessos por mês.
Além dos vídeos, a plataforma conta com site, redes sociais e um programa semanal de rádio que vai ao ar na Rádio Rock, em São Paulo. Juntos, todos os conteúdos gerados por Nathália e sua equipe (hoje com 12 pessoas) atingem 8 milhões de pessoas todo mês, número que deve aumentar ainda mais com a chegada ao meio off-line e o lançamento do Me Poupe! 10 passos para nunca mais faltar dinheiro no seu bolso. No ano passado, a empresa faturou R$ 2 milhões, montante que deve chegar a R$ 10 milhões em 2018.
Empresas & Negócios - Como surgiu o Me Poupe?
Nathália Arcuri - Poupo desde a infância, mas sempre percebi como foi difícil para mim entender as linguagens e onde investir. Deixei de ganhar muito dinheiro por que segui recomendações e, depois, descobri que nem sempre elas eram boas para mim mas, sim, boas para o banco. Em um determinado momento da minha carreira, vi a possibilidade de usar os meus recursos de comunicadora e foi assim que surgiu o Me Poupe, de um jeito bem despretensioso. Nunca tive a intenção de fazer do Me Poupe um negócio. Usei a internet porque era o que estava à disposição e no boca a boca o canal foi crescendo e quebrando o paradigma de que as pessoas não querem falar sobre finanças pessoais. O Me Poupe foi o precursor ao tratar de finanças com linguagem acessível e agora até empresas grandes tentam fazer o mesmo.
Empresas & Negócios - A missão é tornar os brasileiros mais educados financeiramente?
Nathália - A missão número um é democratizar ainda mais o universo das finanças do Brasil. E, em segundo lugar, transformar a educação financeira em mainstream, ou seja, fazer com que o assunto dinheiro esteja em todos os lugares. Queremos que as pessoas enfrentem a "dinheirofobia", uma síndrome com a qual todos os brasileiros já nascem e passam a ter vergonha de falar o quanto ganham, o quanto querem ganhar.
Empresas & Negócios - O brasileiro estabeleceu uma relação mais perigosa com o dinheiro? A dinheirofobia está maior agora?
Nathália - O brasileiro não foi educado para ter acesso ao crédito e isso gerou uma inadimplência desenfreada - hoje temos 60 milhões de pessoas inadimplentes em um País de 200 milhões. A crise que estamos vivendo hoje, por esse ponto de vista, é extremamente positiva, porque deu aquele chacoalhão. As pessoas estavam vivendo como se não houvesse amanhã e agora descobriram que ele existe e pode ser bem pesado se não se planejarem.
Empresas & Negócios - Como é empreender na internet e explorar o nicho de vídeos?
Nathália - Acredito que a empresa que não está no YouTube está morrendo. O meu meio principal é este, mas isso vale para todos os negócios. Os varejistas precisam ter seu conteúdo no YouTube, as marcas grandes já o têm e devem estar presentes cada vez mais nesse universo. O que eu fiz foi usar a única ferramenta que eu tinha, a mais acessível. Empreender usando a internet não é de hoje. Só os canais é que vão se inovando. Lá atrás, houve o boom do www; agora, tem a questão do canal de vídeo. É uma ferramenta extraordinária e que permite liberdade total para o conteúdo. Esse é o principal ponto: poder falar do meu jeito, do que acredito, para quem me segue.
Empresas & Negócios - O conceito do canal é entretenimento financeiro. Que conceito é esse?
Nathália - Tudo foi meio por acaso. Em um curso do YouTube, gratuito, falaram que o nome do canal não deixava claro do que se tratava. Meu canal não é de educação financeira, eu odeio esse termo, acho que repele as pessoas. Então pensei que o conceito tinha que ter dinheiro, finanças, e vi que o que eu faço é entretenimento, é divertido. Até dramaturgia financeira já fizemos. Em uma pesquisa, ouvi falar do termo business entertainment, que diz respeito mais a reality show de negócios, e pensei em fazer um financial entertainment. Então pronto, é entretenimento financeiro. O termo pegou.
Empresas & Negócios - Você é tida como uma das mais importantes influenciadoras digitais do País. Como é gerenciar uma marca que está cada vez mais calcada no seu nome?
Nathália - Preciso me reinventar todos os dias. Preciso saber me vender, ter boas pessoas ao meu lado que entendam o que é essa marca, o que ela oferece, quais seus pontos fortes. Existe o Me Poupe e existe a Nath Arcuri, e essas duas coisas precisam trabalhar juntas. As duas são marcas, mas, de fato, o que tem mais valor hoje, dentro desse sistema é Nathália Arcuri. Ao mesmo tempo em que eu sou empreendedora, chefe, eu sou o produto. Eu sempre tenho que me olhar de fora e fazer com que as pessoas vejam isso também. Este tem sido o maior desafio de todos.
Empresas & Negócios - E como é a relação com patrocinadores?
Nathália - É importante falar que há uma diferença entre público e cliente. Nosso público é o maior ativo que vendemos ao cliente. Meus clientes são as marcas que nos patrocinam. Fazemos um filtro de quais clientes queremos trazer para dentro do canal, quais são as marcas que fazem sentido estarem junto conosco. Por exemplo, não trabalhamos com bancos de varejo, não aceitamos fazer propaganda de ninguém. Falamos sobre marcas que acreditamos, que tenham propostas de valor parecidas e que vão entregar ao nosso público aquilo que acredito que seja de valor.
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