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South Summit

- Publicada em 04 de Maio de 2022 às 18:27

Grande agricultura tem papel de transferir inovação para pequenas propriedades

Palestrantes debateram caminhos para o desenvolvimento tecnológico nas lavouras

Palestrantes debateram caminhos para o desenvolvimento tecnológico nas lavouras


Roberto Furtado/ Agência Preview/divulgação/jc
As novas tecnologias, naturalmente, chegam antes para a grande agricultura. Portanto, teriam um papel a desempenhar no fomento do ecossistema de inovação no agronegócio na região em que estão inseridas as grandes propriedades, segundo analisou o painel “O papel da inovação na cadeia de alimentos sustentáveis", realizado durante o primeiro dia do South Summit Brazil 2022, que ocorre em Porto Alegre até sexta-feira (6).
As novas tecnologias, naturalmente, chegam antes para a grande agricultura. Portanto, teriam um papel a desempenhar no fomento do ecossistema de inovação no agronegócio na região em que estão inseridas as grandes propriedades, segundo analisou o painel “O papel da inovação na cadeia de alimentos sustentáveis", realizado durante o primeiro dia do South Summit Brazil 2022, que ocorre em Porto Alegre até sexta-feira (6).
“Os agricultores brasileiros estão abertos a novas tecnologias, e os grandes players têm um papel a desempenhar, de ajudar a agricultura a crescer e se desenvolver”, resumiu o head de inovação da SLC Agrícola, uma das maiores produtores de algodão do País, Frederico Longemann.
Alexandre Mendonça de Barros, diretor da consultoria agrícola MBAgro, avalia que o Rio Grande do Sul, estado caracterizado pela agricultura familiar, consegue cumprir bem o papel de transferência de conhecimentos através das cooperativas. “Nós temos cooperativas que ajudam muitas pequenas propriedades a acessar novas tecnologias. O Sul do Brasil é muito forte nessa área, tem um grande trabalho. Há uma grande transformação acontecendo e não é fácil para os agricultores saberem qual nova a tecnologia vai realmente ajudá-los a desenvolver a produção”, analisa Barros.
O fundador da Barn Investimentos, Flavio Zaclis, acredita que a transferência de tecnologia para a pequena e média agricultura, apesar de não acontecer de forma instantânea, é possível, e até certo ponto provável, a médio e longo prazo. “Os grandes produtores acessam antes as novas tecnologias e avanços, por múltiplas razões. E muitas das soluções ainda não estão ao alcance da agricultura brasileira, mas estarão. Não é difícil de imaginar que daqui a 10 anos as máquinas estarão conectadas e os agricultores terão total controle do que acontece em suas fazendas”, projeta Zaclis.
Longemann aponta que há possibilidade de avanços em toda a cadeia do agronegócio gaúcho e brasileiro, não apenas dentro das lavouras. Mais tecnologia voltada para aperfeiçoar logística, transporte e armazenagem, por exemplo, poderia evitar perda de grãos e manter a qualidade dos produtos. “Temos muitos problemas logísticos que o mundo digital pode ajudar muito. Podemos usar tecnologia para otimizar o transporte e armazenagem. Há muito a avançar. Temos muita inovação, é um mundo muito complexo", destaca o head de inovação da SLC Agrícola.
Para Barros, estes são pontos importantes do ciclo agrícola que muitas vezes não recebem a devida atenção. “Há muito a avançar da porteira pra dentro, mas também há muito a avançar da porteira pra fora: no transporte, na distribuição… e isso é algo que as pessoas falam pouco”, afirma o diretor da MBAgro.

Entidades e secretários do Estado assinam manifesto para criação da RS FoodTech Alliance

Um grupo de entidades e secretários do Rio Grande do Sul assinaram, nesta quarta-feira (4), um manifesto firmando compromisso em formar uma rede chamada RS FoodTech Alliance, que buscará tornar o Estado um polo de excelência quando o assunto é inovação em sistemas alimentares, cadeia que vem se consolidando no século XXI. O ato ocorreu dentro da programação do primeiro dia do South Summit Brazil, em Porto Alegre.
As foodtechs são empresas que inovam na forma de produção e consumo de alimentos e agregam valor aos setores agropecuário e gastronômico. Atualmente, há cerca de 30 startups no Rio Grande do Sul e 300 no Brasil, promovendo negócios associados à cadeia da alimentação.
O secretário da Agricultura, Pecuária e Desenvolvimento Rural (Seapdr), Domingos Velho Lopes, que participou da assinatura do manifesto, destacou que a Secretaria, sendo responsável pelo fomento e desenvolvimento de um segmento econômico que gera cerca de 40% do PIB gaúcho, se coloca como parceria para que esta iniciativa gere bons frutos.
“Não poderíamos nos furtar de trabalhar qualquer item que venha incentivar inovação e tecnologia e a união de forças para o crescimento do Estado, sob o ponto de vista ambientalmente correto, socialmente adequado, de união de entidades e de fomento à atividade agrossilvipastoril como o principal mote das nossas atividades”, acrescentou Lopes.
O diretor executivo da Agência de Desenvolvimento e Inovação Local (Agil), Cristiano Zanin, um dos coordenadores deste movimento, explicou que a intenção da criação da RS FoodTech Alliance é aproximar os ecossistemas de inovação e de conhecimento, mapeando as startups ligadas aos alimentos e promovendo uma integração entre todos os atores.
“Sabemos da importância do agro e da inovação, mas ainda não está aprofundada no Rio Grande do Sul as questões relacionadas às tecnologias voltados aos alimentos, as Foodtechs, que são uma vertente muito importante, capaz de gerar mais valor agregado à cadeia de alimentos no Estado”, avalia Zanin.
A RS FoodTech Alliance nasce agregando conhecimento de quatro polos gaúchos – Lajeado, Porto Alegre, Rio Grande/Pelotas e Santa Maria, envolvendo instituições como Tecnovates/Univates; Tecnopuc/Pucrs; Universidade Federal de Santa Maria; Embrapa Alimentos; Sebrae RS; secretarias estaduais, prefeituras e outras entidades.
Para o representante do Coletivo Sabores Urbanos, Rogério Carvalho de Assis Brasil, o Estado larga na frente de outros estados ao criar esta rede de fortalecimento deste mercado. “O Rio Grande do Sul é expoente neste meio, trabalhando com alimentos do futuro, fazendo com que tenhamos uma infinidade de processos mitigados para levar cada vez mais alimentos saudáveis para a mesa dos brasileiros e do mundo”, acrescentou Assis Brasil, ao mencionar exemplos de startups que trabalham com beneficiamento do bagaço da azeitona, microencapsulação de probiótico, inserção de ômega 3 em produtos cárneos e hambúrgueres à base de plantas.
Além de mapear potenciais, a RS FoodTech Alliance pretende desenhar políticas e programas de apoio, buscar linhas de financiamentos e incentivar a criação e expansão de negócios inovadores em todas as áreas dos sistemas alimentares.