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Estiagem

- Publicada em 21 de Março de 2022 às 19:00

Agricultores obtêm bons resultados com soja plantada tardiamente

Lavoura de Ricardo Copetti terá boa colheita com soja plantada de forma tardia, em dezembro

Lavoura de Ricardo Copetti terá boa colheita com soja plantada de forma tardia, em dezembro


Ricardo Antonio Copetti/Acervo Pessoal/JC
Diego Nuñez
A estiagem no Rio Grande do Sul é cíclica. Especialistas e agrometeorologistas afirmam que, a cada 10 anos, em três a produção agrícola do Estado é afetada por falta de chuvas. Mesmo que uma seca na intensidade da que assolou lavouras em diferentes regiões gaúchas não era esperada, alguns produtores ficaram atentos aos ciclos do verão gaúcho e, de certa forma, driblaram as condições climáticas.
A estiagem no Rio Grande do Sul é cíclica. Especialistas e agrometeorologistas afirmam que, a cada 10 anos, em três a produção agrícola do Estado é afetada por falta de chuvas. Mesmo que uma seca na intensidade da que assolou lavouras em diferentes regiões gaúchas não era esperada, alguns produtores ficaram atentos aos ciclos do verão gaúcho e, de certa forma, driblaram as condições climáticas.
Foi o caso de Ricardo Antonio Copetti, produtor rural com propriedade em Santo Ângelo, no Noroeste gaúcho, uma das regiões com maior déficit hídrico nesta safra 2021/2022. “Foi uma estratégia para diluir um pouco o risco, plantando parte da lavoura mais cedo, parte mais para o meio do período de plantio e parte mais tarde, no final da época”, explicou ele.
A primeira parte da lavoura de soja foi plantada em outubro do ano passado, enquanto a última parte foi plantada em dezembro.
A partir do final de fevereiro e março, a estiagem deu uma trégua em algumas regiões do Rio Grande do Sul. A volta da chuva a Santo Ângelo permitiu que estes grãos semeados de forma mais tardia pelo agricultor obtivessem um bom desempenho, e a expectativa é de que a produção seja melhor do que a das lavouras semeadas antes.
“Com umas chuvas boas, recuperou essa parte da lavoura e vai dar uma produtividade melhor. A soja é uma planta relativamente resistente, suporta os veranicos e quase que surpreende a gente por tudo que ela passa e consegue reagir no final do ciclo”, celebra Copetti.
Em uma safra com quebra de milhões de toneladas de grãos e perdas bilionárias no campo que irão refletir em praticamente todos os setores da economia gaúcha, movimentos que garantam produtividade e rentabilidade aos agricultores são essenciais.
“Com esse preço, qualquer coisa que vende já ajuda”, disse Copetti. Com menor oferta do grão, a soja, que já vinha de ciclos de valorização no mercado internacional, também tem seu preço crescendo no balcão. Segundo levantamento da Emater-RS, o preço mínimo pago ao produtor em março é de R$ 202,50 por casa (60 quilos).
A soja plantada em dezembro, de forma tardia, está em sua fase de enchimento de grão, e deve ser colhida em cerca de 40 dias.
Estas plantas têm um ciclo vegetativo mais curto. Normalmente, em anos sem estiagem, as cultivares precoces costumam ter uma maior produtividade. Nesta temporada, o diferencial foi o clima.
"Em anos normais, as precoces, plantadas cedo, rendem mais, tem melhor produção por causa da genética. Se espera que produzam mais. Essa melhora na safra plantada mais tarde só aconteceu porque voltou a chover aqui (na região de Santo Ângelo). Em regiões que não voltou a chover, acho que não teve essa melhora", conta Copetti.
Segundo André Bordignon, coordenador setorial de agronegócios do Sebrae-RS, “existem cultivares de ciclo curto e longo. Tem aquele pessoal que optou por plantar ela mais tarde, já que nas principais época de plantio não estava chovendo. Quem plantou mais tarde teve um resultado melhor, em algumas regiões. São produtores que conseguiram minimizar o impacto da seca utilizando diferentes cultivares, até na mesma propriedade”. É justamente este o caso em que Copetti se encaixa.
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