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Estiagem

- Publicada em 17 de Março de 2022 às 18:24

Seca afetou 93% das lavouras do RS, aponta Sebrae

Setores mais afetado são as lavouras, pecuária de corte e pecuária leiteira

Setores mais afetado são as lavouras, pecuária de corte e pecuária leiteira


FELIPE DALLA VALE/PALÁCIO PIRATINI/DIVULGAÇÃO/JC
Diego Nuñez
Praticamente todo produtor rural gaúcho foi afetado com a estiagem que assola o Rio Grande do Sul neste verão. Esta é uma percepção visível, mas que o Serviço Brasileiro de Apoio às Micro e Pequenas Empresas (Sebrae-RS) colocou em números: 93% das propriedades rurais informaram impactos negativos da seca na produção.
Praticamente todo produtor rural gaúcho foi afetado com a estiagem que assola o Rio Grande do Sul neste verão. Esta é uma percepção visível, mas que o Serviço Brasileiro de Apoio às Micro e Pequenas Empresas (Sebrae-RS) colocou em números: 93% das propriedades rurais informaram impactos negativos da seca na produção.
O dado foi divulgado a partir de uma pesquisa realizada pela entidade entre 7 e 18 de fevereiro deste ano com 403 produtores rurais de todas as regiões do Estado. Naturalmente, o setor do agronegócio foi a lavoura, seguida da pecuária de corte e da pecuária de leite, em ordem.
Um dado alarmante foi identificado pelo Sebrae: 44% dos entrevistados relataram perdas superiores a 60% da produção frente à expectativa inicial. Outros 23% dos produtores relataram perdas que ficaram entre 41% e 60%, para 25% as perdas foram de 21% a 40% e apenas 9% de quem participou da pesquisa relatou perda inferior a 20%.
“É uma base grande. Temos cerca de 4 mil propriedades, então é 10% do nosso público. Portanto, a pesquisa tem um grau de confiança altíssimo”, explica André Bordignon, coordenador setorial de agronegócios do Sebrae.
Apesar das grandes perdas de produção, o impacto econômico, apesar de gigantesco, é proporcionalmente menor. Em 76% das propriedades, houve perda de rentabilidade. Contudo, 17% relataram aumento do faturamento, e em 7% os ganhos se mantiveram estáveis.
São 17% dos produtores que relatam percentual de redução do faturamento até o momento acima de 80%, mesmo percentual que relata perdas entre 61% e 80% - ou seja um terço teve perdas maiores do que 60% no faturamento.
Um quarto (26%) relata perdas que ficaram entre 41% e 60%. De acordo com 29% dos produtores rurais que participaram da pesquisa relatam perdas de faturamento que vão de 21% a 40% e apenas 11% aponta redução menor do que 20% no faturamento.
“Algumas propriedades conseguiram equilibrar com o alto valor que tem sido agregado aos produtos. A quebra reflete diretamente no consumidor final. Restaurantes e comércios estão tendo que rever seus custos e preços”, afirma Bordignon.
A valorização dos grãos em todo o mundo - que beneficia produções para exportação - e a baixa oferta, que causa avanços de preço no mercado interno, diminuem, em parte, a perda de rentabilidade no campo. Mas não soluciona. Os setores que mais apresentaram perda de faturamento são a pecuária de leite e a lavoura.
Um dos objetivos do Sebrae ao realizar a pesquisa é oferecer auxílio e alternativas aos produtores rurais gaúchos. “O primeiro ponto é a gestão. Temos uma ação pontual emergencial para auxiliar o produtor rural que teve baixa na produtividade e pode ou não estar em dívida - é trabalhar gestão, ver fluxo de caixa, entender como esse momento afeta o planejamento do ano dele. São ações individuais com proprietários para entender a realidade deles, entender o grau de endividamento da propriedade para planejar o resto do ano”, explica o coordenador setorial de agronegócios da entidade.
Segundo ele, a estiagem pode ser tida para meteorologistas como a pior em 70 anos, mas as perdas do agronegócio em função dela são as piores da história: “Em questões econômicas, é a maior estiagem, sem dúvida. até porque a produção do Estado há 70 anos era menor do que é hoje”.
“Em 2020 tivemos estiagem também, mas nesse ano os locais mais afetados, com maior déficit hídrico, são o norte e noroeste do Estado, que é a maior produtora de grãos no RS e que está causando o maior impacto econômico", conclui Bordignon.
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