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Clima

- Publicada em 14 de Janeiro de 2022 às 13:33

Estiagem castiga principais culturas em 207 mil propriedades rurais no RS

Falta de chuvas leva mais de 5,3 mil produtores a solicitarem seguro junto ao Proagro

Falta de chuvas leva mais de 5,3 mil produtores a solicitarem seguro junto ao Proagro


Gustavo Mansur/Palácio Piratini/JC
Os efeitos da estiagem já podem ser sentidos em todo o Rio Grande do Sul pelos produtores das principais culturas agrícolas cultivadas no Estado. Até esta sexta-feira (14), 207 mil lavouras gaúchas já registram impactos do clima seco e da falta de chuvas, segundo a Emater.
Os efeitos da estiagem já podem ser sentidos em todo o Rio Grande do Sul pelos produtores das principais culturas agrícolas cultivadas no Estado. Até esta sexta-feira (14), 207 mil lavouras gaúchas já registram impactos do clima seco e da falta de chuvas, segundo a Emater.
Somente em novembro, as precipitações oscilaram entre 25 e 50 mm na maioria das regiões, menos na Fronteira Oeste, Campanha, Planalto, em partes da Serra do Nordeste e nos Campos de Cima da Serra, onde os valores acumulados atingiram entre 100 e 150 mm. A situação não melhorou em dezembro, e, durante o mês de janeiro, o Rio Grande do Sul convive com forte calor, com temperaturas que ultrapassam os 40ºC.
Os efeitos da estiagem já deixaram estragos em diversas lavouras do Estado. Mais de 5,3 mil produtores rurais já precisaram acionar o seguro junto ao Programa de Garantia da Atividade Agropecuária (Proagro), que é um mecanismo de política agrícola destinado aos pequenos e médios produtores, que visa cobrir prejuízos causados por fenômenos naturais, pragas e doenças que atinjam rebanhos e plantações.
O principal atingido é o milho. Das 207 mil propriedades que registraram perdas por conta da estiagem, mais de 90 mil são produtoras de milho em grãos, e outras 33 mil produzem milho destinado à confecção de silagem.
Na safra 2020/21, a produção de milho no Brasil alcançou mais de 86 milhões de toneladas. No Rio Grande do Sul, a área semeada chegou a mais de 830 mil hectares, em um ano que também foi de seca. O Estado é o sexto maior produtor de milho grão do País.
Em 2022, se apresenta uma estiagem ainda mais severa, com efeitos se apresentando mais cedo e com perspectivas negativas em diversas localidades. As lavouras das regiões administrativas de Erechim, Frederico Westphalen, Ijuí, Passo Fundo, Santa Rosa e Soledade sofrem com perdas que podem chegar a 60% da produção inicialmente estimada.
Já na soja, principal cultura do Estado, os efeitos começam a ser sentido já na semeadura dos grãos. Com a falta de umidade no solo, as lavouras implantadas no início do período recomendado apresentam crescimento menor e abortamento de flores e de legumes. Até esta sexta-feira (14), 94% da área total de soja foi semeada. Assim, o impacto da estiagem pode se refletir na não semeadura da área remanescente, dependendo das condições climáticas futuras, além de um inevitável replantio em áreas já cultivadas.
Nesta safra, esperava-se implantar em torno de 6,3 milhões de hectares de soja no Estado, com estimativa inicial de produção de cerca de 20 milhões de toneladas de grãos. Entretanto, os impactos da estiagem sobre a produção de soja variam de 3% a 26,5%. Figuram entre as principais atingidas as regiões administrativas de Lajeado e, novamente, Soledade.
Mais de 23 mil produtores de leite, de um universo total que abrange 40 mil no Estado, já sentem o efeito da estiagem. A bacia leiteira gaúcha, concentrada nas regionais administrativas de Caxias do Sul, Lajeado, Passo Fundo, Erechim, Frederico Westphalen, Ijuí e Santa Rosa, costuma produzir diariamente 11,4 milhões de litros entre dezembro e janeiro. O produto é destinado ao processamento em 241 estabelecimentos industriais de pequeno, médio e grande porte.
Atualmente, o impacto da estiagem na produção de leite acarreta na redução de 1,66 milhões de litros por dia. A estiagem reduz a disponibilidade de alimentação para os bovinos de corte e de leite e agrava a crise enfrentada pela cadeia láctea gaúcha, provocada por expressivo aumento nos custos de produção no último ano.
As perdas na produção de pastagens cultivadas chegam a 58,5% e em pastagens nativas, a 52,8%. O pasto se constitui na base alimentar para o desenvolvimento da bovinocultura, a ovinocultura e a equideocultura no Rio Grande do Sul.
Ainda, quase 11 mil produtores de feijão e mais de 16 mil produtores de fumam também reportaram efeitos negativos da estiagem. No feijão, as maiores perdas da expectativa inicial, de mais de 60%, estão localizadas nos municípios região de Ijuí.
Os efeitos também são sentidos na fruticultura, com 11,7 mil propriedades atingidas, e na olericultura, com4,5 mil propriedades. O levantamento da Emater indica redução de 644.423 toneladas na produção de frutas e de 18.980 toneladas na produção de olerícolas.
EMATER ASCAR RS/DIVULGAÇÃO/JC
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