O primeiro levantamento de safra da Companhia Nacional de Abastecimento (Conab) publicado em 2022 já começou a contabilizar os efeitos da estiagem nas lavouras gaúchas. Enquanto a previsão de dezembro ainda estimava um aumento de 35,3% na colheita de milho nesta safra em relação ao ciclo 2020/2021, o documento divulgado nesta terça-feira (11) já estima uma quebra de 30,3% na produção do grão. Segundo a Conab, enquanto no ciclo passado os agricultores gaúchos colheram 4,39 milhões de toneladas de milho, a produção da safra 2021/2022 não deve passar de 3,06 milhões de toneladas.
Com essa redução no milho, a Conab estima que a safra gaúcha de grãos de verão atinja 32,46 milhões de toneladas, uma queda de 3,2% em relação às 33,54 milhões de toneladas registradas no ciclo 2020/2021. No momento, a companhia ainda não modificou suas previsões para as lavouras de soja e de arroz, que seguem com as mesmas estimativas divulgadas em dezembro. No entanto, com o avanço da estiagem, os dados do levantamento de fevereiro já devem apresentar novas quedas.
Para a soja, a Conab ainda prevê uma colheita de 21,22 milhões de toneladas no Rio Grande do Sul, o que representa crescimento de 2,1% em relação às 20,79 milhões de toneladas da safra 2020/2021. Já para o arroz, a estimativa é de uma queda de 2,3% na produção, passando das 8,28 milhões de toneladas da safra passada para 8,08 milhões de toneladas neste ciclo.
Produção brasileira de grãos deve alcançar 284,4 milhões de toneladas
Para a safra nacional de grãos no ciclo 2021/2022, a Companhia Nacional de Abastecimento (Conab) prevê produção de 284,4 milhões de toneladas. A cifra representa crescimento de 12,5% em relação à safra 2020/2021, o equivalente a 32 milhões de toneladas. A previsão, contudo, foi reduzida em relação à terceira estimativa, que tinha sido de 291,1 milhões de toneladas.
Segundo a Conab, condições climáticas desfavoráveis no Sul do país prejudicaram as estimativas de produção da primeira safra de milho e da soja, com registro de um dezembro seco no Rio Grande do Sul, por exemplo.
O destaque continua sendo a soja, com incremento de 3,8% na área plantada e estimativa de produção de 140,5 milhões de toneladas, o que representa redução de 2,3 milhões de toneladas em relação à previsão anterior.
No caso do milho, a produção para a primeira safra está estimada em 24,8 milhões de toneladas. A previsão para a produção total, incluindo a segunda e a terceira safras, é 112,9 milhões de toneladas.
Outro destaque é o trigo, cuja safra já foi encerrada com colheita de 7,7 milhões de toneladas, resultado superior ao da safra anterior, apesar do registro de estiagens e geadas que prejudicaram a produção. Favoreceu a cultura o incremento da área plantada, informou a Conab.
Outra cultura que teve bom desempenho foi o algodão, com aumento de 1,5 milhão na área plantada e produção de pluma de 2,7 milhões de toneladas. No caso do arroz, porém, a área plantada se reduziu, e a produção está estimada em 11,38 milhões de toneladas.
O feijão também seguiu tendência de queda, com redução de 2% na área a ser semeada na primeira safra, cuja estimativa de produção ficou em 988,4 mil toneladas. Incluindo-se a segunda e terceira safras, a estimativa total é de 3,08 milhões de toneladas.
Exportações batem recorde
A Conab informou que as exportações de soja chegaram a 86,1 milhões de toneladas no ano passado, superando o recorde anterior, registrado em 2018.
No caso do algodão em pluma, no ano passado foram exportadas 2 milhões de toneladas, 58% acima da média dos últimos cinco anos. Para 2022, é estimado crescimento para 2,05 milhões.
O levantamento completo pode ser encontrado no portal da Conab.