Corrigir texto

Se você encontrou algum erro nesta notícia, por favor preencha o formulário abaixo e clique em enviar. Este formulário destina-se somente à comunicação de erros.

Agro

- Publicada em 29 de Setembro de 2021 às 15:35

Produção de leite, ovos e mel bate recordes em 2020, diz IBGE

Custos da produção leiteira subiram, mas preço pago aos produtores também aumentou

Custos da produção leiteira subiram, mas preço pago aos produtores também aumentou


CAROLINA JARDINE/DIVULGAÇÃO/JC
A produção nacional de leite, ovos de galinha e mel alcançou níveis recordes em 2020, em um contexto de alta de preços de alimentos e mudanças no consumo causadas pela pandemia, apontam dados divulgados nesta quarta-feira (29) pelo IBGE (Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística).
A produção nacional de leite, ovos de galinha e mel alcançou níveis recordes em 2020, em um contexto de alta de preços de alimentos e mudanças no consumo causadas pela pandemia, apontam dados divulgados nesta quarta-feira (29) pelo IBGE (Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística).
As máximas foram verificadas na PPM (Pesquisa da Pecuária Municipal) 2020. A série histórica teve início em 1974.
De acordo com o IBGE, a produção de leite chegou ao recorde de 35,4 bilhões de litros no ano passado, alta de 1,5% frente a 2019. Minas Gerais seguiu na liderança do setor entre os estados, com 9,7 bilhões de litros - ou 27,3% do total.
Entre os municípios, Castro (PR) aparece na primeira posição, com 363,9 milhões de litros (1% do total).
Mariana Oliveira, supervisora da pesquisa do IBGE, ressalta que, em 2020, houve alta nos preços de commodities como o milho, usado em rações para alimentação de vacas.
A situação aumentou os custos da produção leiteira e, ao mesmo tempo, elevou o preço pago aos produtores pela bebida.
Segundo Mariana, quem conseguiu viabilizar a atividade em meio às despesas mais altas encontrou um "atrativo" no preço maior. Ela também cita o impacto das mudanças nos hábitos de consumo durante o período de isolamento social.
"O preço maior acabou estimulando os produtores que apresentavam mais condições para viabilizar a produção", aponta.
"Na pandemia, as pessoas ficaram mais em casa. Isso também estimulou o consumo de produtos lácteos", acrescenta.
No caso dos ovos de galinha, a produção alcançou a máxima de 4,8 bilhões de dúzias em 2020. O aumento foi de 3,5% em relação a 2019.
Durante a crise sanitária, as carnes ficaram mais caras, e os ovos representaram uma fonte de proteínas com preços mais acessíveis, destaca Mariana. O efeito de substituição pode ter favorecido a produção, segundo a pesquisadora.
"Assim como as carnes, o preço do ovo também subiu, mas subiu menos", reforça.
São Paulo concentrava 25,6% da produção nacional, a maior fatia entre os estados. Santa Maria de Jetibá (ES) foi o município com maior volume: 371,6 mil dúzias (7,8%).
A produção nacional de mel, por sua vez, alcançou o recorde de 51,5 mil toneladas em 2020. O aumento foi de 12,5% em relação ao ano anterior.
O IBGE destaca que o dólar mais alto frente ao real incentivou as exportações de mel, que cresceram 52,2% em relação a 2019. O reflexo, diz o instituto, foi a redução da oferta para o mercado interno, o que elevou preços.
Os maiores produtores de mel no país são o Paraná, responsável por 15,2% do total, e o Rio Grande do Sul, com 14,5%. Entre os municípios, a maior produção foi registrada em Arapoti (PR), com 1,6% do total.
A PPM contempla seis produtos da pecuária. Além do leite, dos ovos de galinha e do mel, os mais representativos, também há dados sobre lã, ovos de codorna e casulos de bicho-da-seda.
O valor total da produção foi de R$ 75,5 bilhões em 2020, alta nominal (sem levar em conta a inflação) de 27,1% frente a 2019. O montante é o maior desde o início do Plano Real, em 1994, diz o IBGE.
O leite respondeu por 74,9% do valor gerado. Em seguida, veio a fatia referente à produção de ovos de galinha: 23,6%. O mel foi responsável por 0,8% do valor.
Ovos de codorna (0,5%), lã (0,1%) e casulos de bicho da seda (0,1%) aparecem na sequência.
Minas Gerais foi líder em valor de produção: R$ 17,8 bilhões. Dessa marca, a parcela de 89,8% (R$ 15,99 bilhões) foi gerada pelo leite.
A pesquisa do IBGE ainda mede o tamanho de rebanhos no país. Ao final de 2020, o rebanho bovino cresceu 1,5%, chegando a 218,2 milhões de cabeças. É o maior efetivo desde 2016.
O Centro-Oeste respondeu por 34,6% do total (ou 75,4 milhões). Mato Grosso segue líder entre os estados, com 32,7 milhões de cabeças (14,9%). No recorte dos municípios, São Félix do Xingú (PA) manteve a liderança, com 2,4 milhões (1,1%).
Ao final de 2020, o país também tinha 41,1 milhões de suínos, alta de 1,4% ante 2019. Santa Catarina manteve a liderança entre os estados, com 7,8 milhões de cabeças (18,9% do total). Toledo (PR) foi o maior produtor entre os municípios, com 1,2 milhão (2,9%).
O total de galináceos -galos, galinhas, frangos, frangas, pintos e pintainhas- somou 1,5 bilhão de cabeças, 1,5% maior do que no ano anterior. Houve acréscimo de 21,7 milhões de animais. O Paraná lidera o ranking desse ramo desde 2005, com 26,7% do total nacional.
Entre os municípios, Santa Maria de Jetibá (ES), com fatia de 1,3%, apresenta o maior efetivo de galináceos desde 2016.
Agência Folhapress
Conteúdo Publicitário
Leia também
Comentários CORRIGIR TEXTO