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Agro

- Publicada em 24 de Agosto de 2021 às 16:40

Litro do leite ao produtor chega a R$ 1,7159 no RS

Tradicional expansão da atividade foi arrefecida pelo aumento dos custos e pela perda de áreas de pastagem para a agricultura

Tradicional expansão da atividade foi arrefecida pelo aumento dos custos e pela perda de áreas de pastagem para a agricultura


CAROLINA JARDINE/DIVULGAÇÃO/JC
O valor de referência do leite projetado para agosto no Rio Grande do Sul atingiu R$ 1,7159 com base em dados apurados nos primeiros 10 dias do mês pelo Conselho Paritário de Produtores e Indústrias de Leite do RS (Conseleite). O indicador, divulgado nesta terça-feira (24), representa uma elevação de 0,45% em relação ao consolidado de julho, que foi de R$ 1,7082.
O valor de referência do leite projetado para agosto no Rio Grande do Sul atingiu R$ 1,7159 com base em dados apurados nos primeiros 10 dias do mês pelo Conselho Paritário de Produtores e Indústrias de Leite do RS (Conseleite). O indicador, divulgado nesta terça-feira (24), representa uma elevação de 0,45% em relação ao consolidado de julho, que foi de R$ 1,7082.
Marco Antonio Montoya, professor de Economia da Universidade de Passo Fundo (UPF) e responsável pelo levantamento do Conseleite, constata que o cenário é de estabilidade mesmo em plena safra, uma vez que a tradicional expansão de produção foi arrefecida pelo aumento dos custos de produção e pela perda de áreas de pastagem para a agricultura. “O valor do leite no mercado consumidor não está acompanhando o custo da atividade, e ainda estamos perdendo produtores para o cultivo de soja”, ponderou o coordenador do Conseleite, Alexandre Guerra, lembrando que o consumo de grãos está em alta, com valorização motivada pela demanda internacional e pela expansão do setor de proteína animal.
No campo, a previsão também é de que a produção de leite em 2021 não aumentará como ocorria no período de safra de anos anteriores. Isso porque, com menos recursos e potencial de compra abalado pela inflação, os produtores estão segurando despesas e a expansão de rebanhos. “Isso era verificado em pequenos rebanhos e hoje já se vê médios produtores migrando de atividade”, completou o vice-coordenador do Conseleite, Rodrigo Rizzo. Com a chegada de setembro, espera-se o início do plantio de soja e outras culturas de verão, o que deve reduzir ainda mais as áreas de pastoreio.
Mobilizados, representantes dos produtores e indústrias trataram da urgência em buscar alternativas que mantenham a produção ativa e viável. No Conseleite, é unanimidade a necessidade de políticas públicas que permitam o fomento de um setor tão estratégico para a economia e para a nutrição do povo brasileiro. “Precisamos pensar no futuro, mas também em ações rápidas que nos tragam resultados nesse cenário atual”, sugeriu Guerra. Uma das preocupações apontadas na reunião foi com o aumento da importação de leite em pó, que deve ter impacto severo no mercado gaúcho nos próximos meses.
Com a produção contida no campo,  Montoya apresentou dados que indicam estabilidade de valores do leite entre junho, julho e agosto. Considerando os indicadores a contar de outubro de 2020, o valor de referência apresentou uma leve recuperação, o que cobriu parte dos custos de produção, mas não o suficiente para acompanhar as despesas crescentes na indústria e no campo. Montoya ainda indica que, se comparando com o preço do leite registrado em outros estados, a produção gaúcha ainda está com valores abaixo das demais regiões. “Há questões logísticas envolvidas muito em função do distanciamento dos principais mercados consumidores”, salientou o professor.
Se a inflação atinge a realidade da produção, na ponta também traz impacto no consumo. Guerra lembrou que as famílias também perderam poder de compra nos últimos meses. E o leite, alega ele, é altamente suscetível a essas variações. “É um cenário que exige nossa atenção, assim como os avanços da balança comercial”.
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