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Comércio Exterior

- Publicada em 14 de Julho de 2021 às 15:56

Alta demanda mundial por commodities deve continuar nos próximos anos, avalia Turra

Francisco Turra participou da reunião Tá na Mesa, da Federasul

Francisco Turra participou da reunião Tá na Mesa, da Federasul


APROBIO/DIVULGAÇÃO/JC
As exportações agrícolas brasileiras estão vivendo um momento positivo. Em junho, o agronegócio brasileiro alcançou recorde em faturamento de exportações, com uma alta de 25% em relação ao mesmo período do ano passado.
As exportações agrícolas brasileiras estão vivendo um momento positivo. Em junho, o agronegócio brasileiro alcançou recorde em faturamento de exportações, com uma alta de 25% em relação ao mesmo período do ano passado.
Para o futuro próximo, as perspectivas do comércio exterior para o setor são otimistas. Os estoques das principais commodities devem continuar baixos em todo o mundo nos próximos anos e a demanda por produtos brasileiros deve continuar crescendo. Pelo menos essa é a previsão do ex-ministro da Agricultura Francisco Turra, hoje presidente do Conselho de Administração da Associação dos Produtores de Biocombustíveis do Brasil (Aprobio), que foi, nesta quarta-feira (14), o palestrante do Tá Na Mesa, evento promovido pela Federação de Entidades Empresariais do Rio Grande do Sul (Federasul).
“Certamente não teremos euforias, com preços exagerados como os que tivemos neste ano. Mas acredito que as commodities terão preços em elevação nos próximos anos, até a recomposição dos estoques”, disse Turra. Contudo, o ex-ministro defende que o produtor deve tralhar com a média histórica dos preços de exportação, pois a tendência é que o aumento dos valores seja acompanhada por elevação de custos. Para Turra, o produtor rural do País também não deve trabalhar com a perspectiva de crescimento extraordinário nas exportações, como vem ocorrendo em 2021.
Quem concordou com a avaliação de Turra foi o pesquisador da Embrapa e membro do Conselho Agrossustentável, Décio Luiz Gazzoni. Para ele, “o produtor, por trabalhar em ambiente de risco, deve operar num fluxo de caixa de 5 anos. Esse ano foi uma conjunção de fatores que resultou em grande ganho”.
“Existe uma disputa de elos da cadeia produtiva onde cada um tenta se apropriar da maior margem produtiva, algo que não ocorre só no agronegócio. A partir do momento que o agricultor se capitaliza, quem vende para o agricultor tenta extrair o máximo de margem”, analisa Gazzoni.
Para o pesquisador, a atuação do agronegócio brasileiro durante a pandemia impediu que o país atravessa uma recessão ainda maior neste período de crise. Enquanto outros setores sofreram muito com a chega do novo coronavírus, o agronegócio conseguiu se manter sólido mesmo em meio às incertezas.
“O agronegócio brasileiro, nesta pandemia, é uma dupla exceção: tanto exceção no mundo, quanto no mercado interno. Outros países produtores sofreram muito mais do que o Brasil. Nós surfamos a onda da crise”, exaltou Gazzoni.
Turra avalia que “nunca o Brasil mostrou tanto a cara como produtor de alimentos como agora na pandemia. Estamos em praticamente todos os mercados do mundo com produtos de alta qualidade”.
“Hoje, o mundo tem uma dependência muito forte do Brasil – a Agência das Nações Unidas para Agricultura e Alimentação (FAO) e pela Organização para a Cooperação e Desenvolvimento Econômico (OCDE) anunciaram que de tudo que o mundo precisar de alimentos nos próximos 20, 30 anos vai sair deste país chamado Brasil”, disse o ex-ministro.

PIB do Agronegócio deve dobrar até 2034, afirma especialista da Embrapa

Durante o Tá Na Mesa, o pesquisador da Embrapa e membro do Conselho Agrossustentável, Décio Luiz Gazzoni apresentou uma pesquisa realizada através de modelos matemáticos onde prevê que o Brasil deve aumentar o Produto Interno Bruto (PIB) do agronegócio até 2034.
O estudo apresenta três principais cenários: um otimista, um provável e um pessimista. O cenário provável utiliza a evolução que o agronegócio tem apresentado nos últimos anos: Com as novas oportunidades que surgiram, nosso agronegócio demonstrou sua capacidade nesta pandemia, e nós podemos dobrar em 2037 e dobrar de novo em 2048”, disse Gazzoni ao apresentar o estudo.
“Agora, se nós fizermos todo o dever de casa, eliminarmos todo o ‘custo Brasil’, capturarmos as possibilidades, transformarmos as nossas vantagens comparativas em competitividades, nós dobramos em 2034, de novo em 2046, e de novo em 2050”, completou o pesquisador. Este seria o cenário positivo.
Gazzoni opina que, nestes cenários, “não é só o agricultor que ganha: Esse dinheiro do agronegócio irriga a economia como um todo, movimenta a indústria, o comercio, os serviços, as lojas, o turismo”.