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Agro

- Publicada em 04 de Junho de 2021 às 12:59

Área plantada de milho e soja nos EUA deve superar previsões oficiais

Altos preços estão incentivando agricultores norte-americanos a aumentarem suas lavouras

Altos preços estão incentivando agricultores norte-americanos a aumentarem suas lavouras


Preston Keres/USDA/JC
Marcelo Beledeli
A alta das commodities agrícolas deve incentivar os agricultores norte-americanos a aumentarem sua área plantada acima das expectativas oficiais. No entanto, mesmo com uma maior produção, os preços de milho e soja devem seguir em patamares elevados no mercado internacional, devido à forte demanda chinesa e a uma previsão de baixos estoques para o fim de 2021. Isso deve fazer com os que produtores de milho e soja dos Estados Unidos alcancem rentabilidades históricas. A análise é de economistas do Farmdoc, grupo de extensão agrícola da Universidade de Illinois.
A alta das commodities agrícolas deve incentivar os agricultores norte-americanos a aumentarem sua área plantada acima das expectativas oficiais. No entanto, mesmo com uma maior produção, os preços de milho e soja devem seguir em patamares elevados no mercado internacional, devido à forte demanda chinesa e a uma previsão de baixos estoques para o fim de 2021. Isso deve fazer com os que produtores de milho e soja dos Estados Unidos alcancem rentabilidades históricas. A análise é de economistas do Farmdoc, grupo de extensão agrícola da Universidade de Illinois.
No final de março, o Departamento de Agricultura dos Estados Unidos (USDA) informou que os agricultores norte-americanos pretendiam plantar 91,444 milhões de acres de milho e 87,6 milhões de acres de soja este ano, o que representava um crescimento, respectivamente, de menos de 1% e de 5% para as duas culturas em relação a 2020. Os resultados vieram abaixo do esperado pelo mercado, o que gerou uma pressão nas cotações dos produtos na bolsa agrícola de Chicago (CBOT).
No entanto, as projeções do Farmdoc, baseadas em comparações de previsões publicadas pelo USDA no primeiro trimestre de outros anos com o que foi realmente verificado no campo, sugerem revisões de área plantada, com aumento das lavouras. Segundo os especialistas da Universidade de Illinois, os produtores norte-americanos deverão acrescentar cerca de 500 mil acres para o milho e de 1 milhão de acres para soja em relação ao que foi anunciado pelo USDA. Isso implica estimativas de área plantada final de cerca de 92 milhões de acres para milho e 88,6 milhões de acres para soja no Estados Unidos. O USDA vai divulgar novos números no dia 30 de junho, data em que libera ao mercado o relatório de área plantada.
Economistas esperam preços e receitas recordes para os grãos nos EUA 
Esse aumento de área está sendo incentivado pela alta dos preços agrícolas. Em maio, o USDA divulgou uma previsão de que os preços médios de mercado para 2021 seriam em US$ 5,70 por bushel para milho e US$ 13,85 por bushel para soja.
No caso do milho, um preço de U$$ 5,70 seria o terceiro preço mais alto da história, ficando atrás apenas dos US$ 6,22 em 2011 e dos US$ 6,89 de 2012. A partir da alta de 2012, os preços do milho caíram, com média abaixo de US$ 4,00 de 2014 a 2019. Para o ano de comercialização de 2020 (que vai até agosto de 2021) é projetado um preço médio de US$ 4,35.
Semelhante ao milho, a comercialização da soja de 2021 começa em setembro de 2021 e termina em agosto de 2022. O preço previsto de US$ 13,85 o bushel será o segundo maior preço já registrado, atrás apenas dos US$ 14,40 por bushel de 2012. A partir de 2012, os preços da soja caíram, ficando em média abaixo de U$$ 9 por bushel em 2018 e 2019. Se confirmado, o preço de US$ 13,85 por bushel projetado para 2021 seria um aumento de 61% em relação a 2019. Para o fim do ano de comercialização de 2020, os preços médios são projetados em $ 11,25 por bushel.
“O atual nível dos preços surpreende. E sem perspectiva de redução. A médio prazo, a dúvida é saber se os preços continuarão elevados ou ficarão ainda mais elevados”, projeta Gary Schnitkey, economista e professor de Gestão Agrícola da Universidade de Illinois.
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Segundo Schnitkey, esse patamar de preços deverá render aos produtores norte-americanos uma rentabilidade histórica. Por exemplo, na região central de Illinois, com uma produtividade esperada de 218 bushels por acre, o Farmdoc prevê que o milho deve gerar uma receita bruta de U$$ 1.237 por acre em 2021, a maior já registrada se acontecer. A próxima receita mais alta havia ocorrido em 2012 – ano em que os Estados Unidos enfrentaram forte seca - quando a receita foi de US $ 1.192 por acre. No entanto, devido aos problemas climáticos, em 2012, 24,7% da receita bruta (U$$ 295) veio de pagamentos de seguro agrícola. Já para 2021, as projeções são apenas para recursos entrados devido à colheita de grãos.
No caso da soja, com uma previsão de produtividade de 68 bushel por acre em Illinois, a receita bruta é projetada para 2021 é de U$$ 942 por acre, valor que também seria recorde. A alta anterior foi estabelecida em 2020, quando a receita bruta foi de US$ 855 por acre. No entanto, esse valor incluía cerca de US$ 45 por acre provenientes de outros pagamentos, muitos dos quais eram auxílios pagos pelo governo devido à pandemia de Covid-19.
Segundo o diretor do Farmdoc, Scott Irwin, essa expectativa de preços altos e boa lucratividade se mantém mesmo com a previsão de uma maior área plantada e, dessa forma, uma colheita mais volumosa. Um dos motivos é forte demanda chinesa por grãos. “A China segue efetuando grandes compras no mercado, estão eles estão se recuperando da crise da peste suína, que dizimou as criações de porcos, e precisam refazer estoques”, aponta Irwin.
Agora, o mercado se volta agora para a questão do clima durante meses de junho e julho, decisivos para determinar o potencial produtivo das lavouras, e para o relatório do USDA no final de junho. “Por enquanto, em regiões produtoras do Meio Oeste, estávamos verificando um tempo mais seco, mas é preciso acompanhar e esperar para ver se isso vai ficar uma estiagem”.
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