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Agro

- Publicada em 21 de Maio de 2021 às 11:44

Projeções globais apontam para expansão das safras de trigo

A triticultura avança no RS, na Rússia e deve se recuperar na Argentina, que registrou perdas em 2020

A triticultura avança no RS, na Rússia e deve se recuperar na Argentina, que registrou perdas em 2020


PAULO PIRES/DIVULGAÇÃO/JC
Thiago Copetti
A produção de grãos, seja onde for, tem sempre no horizonte de acompanhamento não apenas a sua própria safra, mas também a dos principais concorrentes globais. Assim como indicativos de para onde vai o consumo de alimento e de ração animal. E o trigo, que começa a ser semeado no Rio Grande do Sul, é um dos destaques da expansão global em 2021.
A produção de grãos, seja onde for, tem sempre no horizonte de acompanhamento não apenas a sua própria safra, mas também a dos principais concorrentes globais. Assim como indicativos de para onde vai o consumo de alimento e de ração animal. E o trigo, que começa a ser semeado no Rio Grande do Sul, é um dos destaques da expansão global em 2021.
Há recuperação na safra argentina, afetada no ano passado pela estiagem, e também crescente na Rússia, outro grande produtor de onde o Brasil vem buscando reforço nas importações. E como o mercado agrícola é uma teia interconectada globalmente, até mesmo a área plantada e o clima na Ucrânia podem trazer alguns indicadores interessantes a produtores gaúchos de milho e trigo, por exemplo. Além, claro, dos grandes players do agronegócio e principais concorrentes nas exportações de grãos.
Acompanhar toda essa movimentação global tem nos relatórios do Departamento de Agricultura dos Estados Unidos (USDA, na sigla em inglês) uma das principais bússolas. Na semana passada, quando publicou os primeiros números para a temporada 2021/22, era grande a expectativa do agronegócio sobre o que apontaria o governo norte-americano, tanto para a sua safra quanto para as colheitas mundo afora.
O assessor técnico da comissão de Cereais, Fibras e Oleaginosas da Confederação da Agricultura e Pecuária do Brasil (CNA) Fábio Carneiro aponta que o relatório indica, por exemplo, atenção especial à produção, compra e venda de milho. A USDA sinaliza, entre outros fatores, que o mercado global tem impactos com redução da safra na Ucrânia, que fornece principalmente à China e Europa.
“E isto em um momento de grande apetite chinês como importador, que chegaram 26 milhões de toneladas no atual ciclo, muito acima da cota que o próprio país se impõe, de 7 milhões de toneladas. Acima disso, o que nunca ocorreu, ao menos em anos recentes, os custos tributários inviabilizavam as aquisições”, explica Carneiro.
O executivo explica que o mercado esperava uma ampliação das compras pelo gigante asiático de 30 milhões de toneladas para os próximos períodos, mas o USDA avalia que ficará na casa dos 28 milhões.
“Ainda que igualmente elevado, o relatório é sempre uma referência nos quatro cantos do globo e, de certa forma, frustrou um pouco o mercado e a expectativa que se tinha até então mudou”, detalha Carneiro.
O trigo é outro ponto de atenção para o Brasil e também observado atentamente pelo USDA – agora mais do que nunca, já que o grão é uma fonte energética substituta do milho na criação de animais e alternativa agora reforçada para criadores de aves e suínos do Rio Grande do Sul. O cereal, portanto, passará a ser mais demandado em todo o mundo, e o uso como ração animal já cresce especialmente na Europa.
Elcio Bento, consultor da Safras & Mercado para área de trigo, acrescenta que os relatório da USDA trazem informações relevantes não apenas de países produtores, mas também dos que não produzem o grão – neste caso sob a ótica do consumo.
“O USDA oferta, inclusive em relatórios públicos e gratuitos estes dados, e para suas próprias análises precisam entender o consumo global, além da produção”, explica Bento.
Para nosso maior fornecedor do cereal, a Argentina, a primeira estimativa do USDA é de que serão produzidos 20,5 milhões de toneladas neste ano. Em 2020, de uma projeção inicial de quase 21 milhões a produção caiu para 16,7 milhões devido à seca. Em termos mundiais, o relatório norte-americano projeta manutenção de estoques em torno de 295 milhões de toneladas, mesmo com aumento da produção global projetada com incremento de quase 13 milhões de toneladas, de 776 milhões para 777,9 milhões.
“Isso porque há um forte aumento na quantidade de trigo consumido. A China anualmente consome menos 20 milhões de toneladas para ração animal. No ano passado, no entanto, foram quase 40 milhões de toneladas”, explica o consultor da Safras & Mercado.
No relatório norte-americano, Bento chama a atenção para a projeção da manutenção da Rússia com 85 milhões de toneladas neste ciclo, equivalente ao recorde do ano passado.
“A Rússia tem se sobressaído com seu crescimento na produção mundial de trigo, antes na faixa de 74 milhões como recorde anterior, e com melhor qualidade. Assim com está ocorrendo no Rio Grande do Sul. E vale lembrar que o Brasil se abasteceu do trigo russo no ano passado e neste, o que nunca havia feito, devido a falta do produto argentino”, acrescenta Bento.
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