Uma denúncia da Associação Brasileira de Transportadores Internacionais ao Ministério Público Federal em Uruguaiana traz à tona um problema que o Sindicato Nacional dos Auditores Fiscais Federais Agropecuários vem alertando há pelo menos dois anos.
A falta de auditores fiscais federais agropecuários na região da fronteira do Rio Grande do Sul com o Uruguai e a Argentina vem provocando atrasos nas liberações no Porto Seco em Uruguaiana. Falta de pessoal também é registrada em Santana do Livramento e Aceguá. A Procuradoria do Ministério Público Federal de Uruguaiana chegou a pedir esclarecimentos ao Ministério da Agricultura, mas ainda não há solução para o caso. O Vigiagro de Uruguaiana, que há três anos contava com sete auditores fiscais federais agropecuários, hoje tem três, sendo que dois estão em condições de se aposentar.
"É uma situação que enfrentamos em todas as áreas do Mapa, não só em Uruguaiana. Mas nas fronteiras fica mais evidente pela alta demanda diária que represa pela falta de auditores para atender", afirma Soraya Elias Marredo, delegada sindical no RS do Sindicato Nacional dos Auditores Fiscais Federais Agropecuários. Conforme Soraya, a situação está tão insustentável que muitos colegas relatam problemas de exaustão e estresse. "Recebemos diariamente depoimentos de AFFAs que estão atendendo acima de suas capacidades. Atuar desta forma, além de insalubre para o servidor, pode acabar gerando falhas e precarização no sistema de fiscalização", alerta.
Segundo ela, o Anffa Sindical aponta, com frequência e ênfase, a necessidade de realização de concurso público, atividade que está suspensa por conta das tratativas da Reforma Administrativa.