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Grãos

- Publicada em 06 de Abril de 2021 às 17:14

Área de trigo no RS deve ser a maior em sete anos, somando 1,1 milhão de hectares

Cultura tem estímulos diversos para avançar sobre os campos gaúchos neste ano

Cultura tem estímulos diversos para avançar sobre os campos gaúchos neste ano


RON LIMA/BIOTRIGO/DIVULGAÇÃO/JC
O plantio de trigo no Rio Grande do Sul em 2021 deve superar pela primeira vez em sete anos uma área de milhão de hectares – o que não ocorria desde 2014. De 930 mil hectares em 2020, o Estado tende a plantar 15% a mais, alcançando 1,1 milhão de hectares neste ano. O estimulo para isso vem de todas as frentes, desde demanda crescente para alimentação animal até a maior capacidade financeira do produtor (capitalizado pela soja) para investir nas culturas de inverno no próximo ciclo.
O plantio de trigo no Rio Grande do Sul em 2021 deve superar pela primeira vez em sete anos uma área de milhão de hectares – o que não ocorria desde 2014. De 930 mil hectares em 2020, o Estado tende a plantar 15% a mais, alcançando 1,1 milhão de hectares neste ano. O estimulo para isso vem de todas as frentes, desde demanda crescente para alimentação animal até a maior capacidade financeira do produtor (capitalizado pela soja) para investir nas culturas de inverno no próximo ciclo.
Se confirmada a projeção, será a segunda maior área cultivada pelos triticultores gaúchos na década, superando o 1,038 milhão de hectares cultivados em 2013. Esse movimento da valorização das culturas de inverno em geral já desponta no horizonte – lembrando que o plantio de inverno tem início nas próximas semanas, em algumas regiões.
Assim como milho, soja, arroz e feijão, os preços pagos pelo trigo avançaram significativamente nos últimos meses. De uma média de R$ 45,00 a saca, a cotação saltou para próximo de R$ 80,00. Hamilton Jardim, coordenador da Comissão de Culturas de Inverno da Farsul, diz que os produtores de soja estão melhor remunerados e poderão absorver perdas – caso ocorram. O trigo é tradicionalmente mais sensível às intempéries climáticas e, por isso, tem um pouco mais de risco de perdas.
“O produtor de soja está com dinheiro no bolso, tem terra e máquinas paradas. E vai apostar mais nas lavouras de inverno para fazer dinheiro também na metade do ano, com esta e outras culturas valorizadas”, explica Jardim.
Ex-ministro da Agricultura e presidente do conselho consultivo da Associação Brasileira de Proteína Animal (ABPA), Francisco Turra é um dos mais animados com as perspectiva para este ano. Turra lista diferentes motivos para o entusiasmo. Assim como Jardim, o executivo destaca que a terra ociosa no campo durante o inverno está com os dias contados.  “Temos 6 milhões de hectares com soja, mais uns 800 mil com milho. Já as culturas de inverno, somadas, têm pouco mais de 1 milhão de hectares. O restante, fica parado no inverno. É um desperdício de terra, de máquinas e financeiro”, afirma.
O ex-ministro compara a ociosidade de terras no Estado com um exemplar avanço do plantio de inverno no Paraná, por exemplo. De acordo com Turra, ao semear de forma abrangente milho, soja e trigo, os agricultores paranaenses alcançam hoje o equivalente a três safras. No Rio Grande do Sul, com a maior parte do campo parado no período de frio, temos o equivalente a 1,9 safra.
Turra acrescenta, ainda, que a falta de milho no mercado será um dos fatores que impulsionarão o trigo e outros plantios de inverno. Isso porque o setor o setor de proteína animal precisa de ração, que poder ser feita com trigo específico, e não apenas suínos e aves, destaca, mas também bovinos, de corte e de leite.
A necessidade de os moinhos contarem mais com trigo nacional e dependerem menos de exportações também são fatores que estão fermentando a atividade. Dólar alto e frete elevado encarecem a compra externa, e o cenário de pandemia também demonstrou que é preciso ter produção local e garantida, acrescenta o representante da Farsul. O foco hoje, destaca Jardim, é produtividade, tecnologia e qualidade. E necessidade, já que o trigo e a única cultura importante em que o Brasil não é autossuficiente.
“Consumimos 12 milhões de toneladas e colhemos metade. Há muito espaço para crescer. E hoje o mercado prefere comprar aqui do que trazer em dólar. É dinheiro que vai beneficiar toda a economia gaúcha”, pondera o representante da Farsul.
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Especialistas apontam vantagens históricas neste ciclo

Tendência é de concentração do trabalho de plantio em junho

Tendência é de concentração do trabalho de plantio em junho


Raquel Tumelero/Divulgação Biotrigo/JC
Apesar de uma certa dose de risco climático maior (com chuva, frio e geada) o trigo tem lá suas vantagens – que neste ano são ainda maiores. O custo menor de produção e uma maior segurança genética das cultivares (que resistem mais às intempéries) estão entre elas.
Segundo o pesquisador do setor de Economia Rural da Fundação ABC, Cláudio Kapp Júnior, uma vantagem importante para o produtor neste ano é a média de cotação da cultura com preços superiores no momento da formação do orçamento. "Na safra de 2021 o agricultor vai economizar em média 390 kg de trigo grão por hectare para pagar o custo. Além disso, há uma expectativa de comercialização com bons preços”, assegura Kapp.
A isso se soma a perspectiva de que o resultado suba de aproximadamente R$ 527,00 para R$ 1.240,00 – ou seja, R$ 713 a mais por hectare trazidos pelos bons preços.
Kapp ressalta que o saldo é positivo para o produtor nesse ano mesmo com o aumento de aproximadamente 30% na composição dos custos variáveis do trigo. Essa pressão passou de R$ 2.461 em 2020 para R$ 3.204 em 2021 para a região de atuação da Fundação ABC, mas a cotação do preço pago aumentou 60% no período.
Tiago de Pauli, gerente regional Sul da Biotrigo Genética, explica que o otimismo é agronômico e mercadológico. Isso porque a maior qualidade das sementes atualmente oferta o trigo com características exigidas pelos moinhos em um momento de demanda e preços aquecidos.
“Tudo isso contribui para maior rentabilidade do produtor, renda e emprego para o Estado como um todo. A utilização vem se expandindo com uso no mercado da proteína animal, na fabricação de rações, o que dá liquidez ao grão”, analisa Pauli.