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Agro

- Publicada em 02 de Março de 2021 às 14:37

Exportações rurais além das commodities crescem no Rio Grande do Sul

Embarques internacionais de mel são destaque na pauta alternativa, sobretudo aos Estados Unidos

Embarques internacionais de mel são destaque na pauta alternativa, sobretudo aos Estados Unidos


NECO VARELLA/DIVULGAÇÃO/JC
Thiago Copetti
Pequenos e médios produtores do Rio Grande do Sul estão ajudando a diversificar a pauta de exportações do agronegócio no Estado. Ir além das tradicionais commodities, como soja e carnes, e embarcar itens como mel, chás e frutas, por exemplo, também está em alta no agronegócio brasileiro e é uma das prioridades da Confederação da Agricultura e Pecuária do Brasil (CNA) em 2021.
Pequenos e médios produtores do Rio Grande do Sul estão ajudando a diversificar a pauta de exportações do agronegócio no Estado. Ir além das tradicionais commodities, como soja e carnes, e embarcar itens como mel, chás e frutas, por exemplo, também está em alta no agronegócio brasileiro e é uma das prioridades da Confederação da Agricultura e Pecuária do Brasil (CNA) em 2021.
É fato que prospectar mercados internacionais para produtos diferenciados exige um bom trabalho de qualificação e gestão. Também é certo, no entanto, que exportar além das commodities tem sido recompensador. O projeto Agro.BR, coordenado pela CNA e já com adesão de diferentes produtores rurais no Estado, mostra números férteis de crescimento entre 2019 e 2020.
Um dos produtos que bem representa esse potencial é o mel. Em 2019, o Rio Grande do Sul embarcou 920 mil quilos do produto, e mais do que dobrou em 2020, com 1,91 milhão de quilos. As vendas foram principalmente para os Estados Unidos, seguido por Holanda, Canadá e Alemanha. A Cooperativa Apícola do Pampa Gaúcho (Cooapampa), de São Gabriel, por exemplo, atualmente exporta sua produção, mas a partir de Maringá (PR), principalmente, e parte por Santa Catarina e São Paulo, por questões logísticas e de certificação.
Agora, a Cooapampa está investindo cerca de R$ 10 milhões para construir seu próprio entreposto e embarcar pelo Rio Grande do Sul, comemora o presidente Aldo dos Santos. "Ainda não estamos com nosso entreposto próprio habilitado com o SIF para poder exportar, mas a obra já está em fase avançada. O mel brasileiro tem excelente aceitação no exterior", assegura Santos.
A ideia da cooperativa agora é ingressar no mercado chinês, com apoio da CNA. Da produção de 1 mil toneladas, 50% é direcionado ao mercado interno e o excedente vai para fora do Brasil. Também de olho nas exportações, ainda pouco expressivas a partir do Rio Grande do Sul, estão produtores de noz-pecã, como Carlos Eduardo Scheibe, ex presidente do Instituto Brasileiro de Pecanicultura (IBPecan).
{'nm_midia_inter_thumb1':'https://www.jornaldocomercio.com/_midias/jpg/2020/01/30/206x137/1_noz_peca___credito_divulgacao_divinut_4-8965542.jpg', 'id_midia_tipo':'2', 'id_tetag_galer':'', 'id_midia':'5e33287654ee6', 'cd_midia':8965542, 'ds_midia_link': 'https://www.jornaldocomercio.com/_midias/jpg/2020/01/30/noz_peca___credito_divulgacao_divinut_4-8965542.jpg', 'ds_midia': 'noz-pecã - credito divulgação divinut 1', 'ds_midia_credi': 'DIVINUT/DIVULGAÇÃO/JC', 'ds_midia_titlo': 'noz-pecã - credito divulgação divinut 1', 'cd_tetag': '1', 'cd_midia_w': '800', 'cd_midia_h': '531', 'align': 'Left'}Produtores de noz-pecã estão de olho no mercado chinês. Fotos: Divinut/Divulgação
Hoje são 10 mil hectares com a fruta no Estado, com expansão de 1,5 mil hectare/ano, mas nem todos em produção ainda. E de olho em consumidores que buscam itens mais saudáveis na alimentação, como a riqueza de vitaminas da noz-pecã, diz Scheibe, os embarques ao exterior são um caminho natural, como a China. "Em uma missão brasileira recente para China conseguimos mandar uma mala cheia de noz-pecã para divulgar lá. E eles ficaram encantados. A China compra hoje 25% da produção mundial", explica o produtor.
O desafio é obter as certificações necessárias e ter produção em grande volume para o mercado asiático - que exige sempre embarques consideráveis. As portas internacionais para o produto já foram abertas nos Estados Unidos e na Europa, por exemplo. Renan Hein dos Santos, analista de Relações Internacionais do Senar/RS, avalia que a busca por alimentação saudável ao redor do globo é um estímulo a essas exportações. "Temos boas opções com flores, mel, frutas e sucos, erva-mate como energético, entre outras. E o papel do programa Agro.BR, que tem um escritório no Estado, é organizar esses setores para isso. Exportar exige uma série de processos que precisam ser trabalhados", destaca Santos.
Na erva-mate, como foco nos chás e nas exportações, uma das empresas que também buscou o apoio da CNA para levar o produto para o exterior é a Inovamate, de Ilópolis, no Vale do Taquari. Amostras da produção beneficiada já foram para Portugal e Estados Unidos. "Ainda estamos apresentando produto e envios de amostras, mas a expectativa é grande ainda para este ano. O Estado exporta a erva-mate no formato commodity, para chimarrão. Nós estamos focando em beneficiamento e mais valor agregado", explica Ariana Maia, sócia-proprietária da empresa.
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Embarques em em alta
  • As exportações brasileiras de frutas totalizaram cerca de US$ 67,8 milhões no primeiro mês de 2021, esse foi o 13º principal setor dentre os 25 setores do agronegócio brasileiro. Os cinco produtos mais exportados respondem por mais de 75% do setor, sendo eles: melões frescos (US$ 24,0 milhões), mangas frescas ou secas (US$ 7,4 milhões), castanha de caju (US$ 6,8 milhões), melancias frescas (US$ 6,7 milhões) e limões e limas frescos ou secos (US$ 6,6 milhões).
  • As exportações de chá, mate e especiarias atingiram US$ 31,5 milhões no primeiro mês de 2021, o que representou um crescimento de 32,0% frente a janeiro de 2020. Os principais produtos exportados pelo setor são: pimenta do reino (US$ 20,9 milhões); mate (US$ 6,8 milhões) e cravo-da-índia (US$ 1,4 milhão).
  • Em destaque, pontua-se o desempenho das exportações de gengibre, que cresceram, em média, à taxa superior a 100,0%, entre janeiro de 2020 e janeiro de 2021. Em termos de valor, as vendas passaram de US$ 383 mil, em janeiro de 2020, para US$ 1,2 milhão, em janeiro de 2021, aumento de US$ 840,5 mil.
  • O Brasil exportou US$ 14,5 milhões em produtos apícolas em janeiro de 2021. O crescimento acima de 100,0% nas exportações do setor foi o melhor resultado mensal desde 2010. Além disso, a variação absoluta supera US$ 11,4 milhões.
  • Os produtos compreendidos pelo setor são mel natural – que teve exportações de US$ 13,7 milhões em janeiro de 2021 e foi responsável por 94,1% das exportações totais do setor – e ceras de abelha, que atingiu US$ 858,9 mil no mesmo período. Destaca-se que, apesar de o crescimento setorial ter sido impulsionado pelo produto natural, a elevação de ceras de abelha foi extremamente relevante, estando próxima de 650%.
    O programa Agro.BR
  • Ao longo do segundo semestre de 2020 o Agro.BR, da CNA, concretizou negócios com a exportação de produtos lácteos para o Chile, de sementes de pastagem para a Bolívia e de pêssegos para o Canadá. Foram promovidas duas rodadas de negócio virtuais: em setembro, participaram 20 empresas brasileiras e 37 compradores internacionais de países da América do Sul, e resultou na expectativa total de vendas de US$ 2.739.339,49.
  • Em novembro, voltada para a exportação indireta, 30 empresas do projeto tiveram a oportunidade de apresentar seus produtos para 15 comerciais exportadoras brasileiras, selecionadas com o apoio do Conselho das Empresas Brasileiras Comerciais Exportadoras e Importadoras (Ceciex).
    Além das iniciativas de promoção, programa realiza seminários, capacitações e treinamentos virtuais sobre temas relacionados ao comércio internacional de bens agropecuários - como vantagens da exportação para pequenos e médios produtores, cooperativismo como estratégia exportadora, inteligência competitiva e promoção comercial.
  • Como participar: os produtores interessados devem efetuar primeiramente um cadastro no endereço https://conteudo.agrobr.org.br/cadastro_completo
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