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Agronegócios

- Publicada em 11 de Fevereiro de 2021 às 09:39

Exportações do agronegócio no Rio Grande do Sul caem 16,1% em 2020

Embarques reduzidos de soja estão entre as principais razões da queda

Embarques reduzidos de soja estão entre as principais razões da queda


JONNE RORIZ/AE/JC
No ano passado as exportações do agronegócio gaúcho totalizaram US$ 10,1 bilhões, o que representou queda de 16,1% em valor na comparação com o ano anterior. Em termos absolutos, as vendas externas do agronegócio gaúcho somaram o menor valor desde 2010. Entre as razões para a queda, segundo o governo do Estado, estão perdas com a estiagem.
No ano passado as exportações do agronegócio gaúcho totalizaram US$ 10,1 bilhões, o que representou queda de 16,1% em valor na comparação com o ano anterior. Em termos absolutos, as vendas externas do agronegócio gaúcho somaram o menor valor desde 2010. Entre as razões para a queda, segundo o governo do Estado, estão perdas com a estiagem.
A maior redução no segmento, em termos absolutos, foi o complexo soja (menos US$ 1,2 bilhão; -23,5%), seguido do setor de produtos florestais (menos US$ 580,4 milhões; -37,7%) e fumo (menos US$ 437,8 milhões; -24,7%). No total, a queda no comércio foi de US$ 1,9 bilhão no período.
Dos cinco principais setores exportadores do agronegócio do Rio Grande do Sul, dois apresentaram alta nos números de 2020: carnes (US$ 286,8 milhões; +16,9%) e cereais, farinhas e preparações (106,3 milhões; +19,1%). Os números finais do quarto trimestre e o acumulado do ano, além dos dados sobre emprego formal no campo, estão no boletim Indicadores do Agronegócio do RS, elaborado pelos pesquisadores Sérgio Leusin Junior e Rodrigo Feix, do Departamento de Economia e Estatística (DEE) da Secretaria de Planejamento, Governança e Gestão (SPGG).
Conforme o boletim, as exportações do complexo soja apresentaram queda em função da estiagem e da quebra na produção, estimada em 38,9%, segundo o IBGE. No caso dos produtos florestais, que tem na celulose seu principal item da pauta, ainda que o volume embarcado teve redução de 1%, o principal impacto foi a baixa nos preços médios pagos, que chegou a 37,1%. Quanto ao setor de fumo e seus produtos, os preços médios (-19%) e o volume embarcado (-7%) também apresentaram baixa, refletindo o impacto da estiagem na qualidade e na quantidade produzida.
Entre os desempenhos positivos, no segmento de carnes o ano apresentou alta significativa nas vendas das carnes suína (mais US$ 215,8 milhões; +52,4%) e bovina (mais US$ 65,5 milhões; +24,9%). No setor de cereais, farinhas e preparações, o destaque nas exportações ficou por conta do arroz, com alta de 37,3% em valor e que, assim, alcançou o segundo maior volume em vendas da série histórica, iniciada em 1997, com 1,3 milhão de toneladas.
Considerando apenas o último trimestre do ano passado, as vendas externas do agronegócio totalizaram US$ 2 bilhões, uma queda de 37,5% na comparação com o mesmo período do ano anterior. A queda nas vendas de soja no período (menos US$ 1,3 bilhão, -83,4%) foi a principal responsável pelo resultado.
Os principais setores exportadores no trimestre foram os setores de carnes (US$ 523,1 milhões), fumo e seus produtos (US$ 450,8 milhões) e produtos florestais (US$ 289,9 milhões). De acordo com o documento elaborado pelo DEE, a menor disponibilidade da soja devido à estiagem e o intenso movimento de embarques nos meses anteriores explicam a baixa.
Principais destinos de exportações 
  • Quanto aos principais destinos das exportações do agronegócio em 2020, a China manteve a liderança na lista de países compradores do Rio Grande do Sul, responsável por 41,4% do total. 
  • Apesar do primeiro lugar, o país asiático apresentou redução de 23,2% nas compras, o que significou menos U$$ 1,3 bilhão no ano, com destaque para a redução nas compras de soja em grão (-29,2%), celulose (-57,2%) e fumo não manufaturado (-60,4%). 
  • Por outro lado, as vendas de carnes (+103,9%) tiveram forte expansão para o país, em especial a carne suína, com alta de 147,1% nas vendas. 
  • O ranking de principais destinos das exportações do agronegócio gaúcho é seguido por União Europeia (13,8%), Estados Unidos (4,7%), Arábia Saudita (3,2%) e Coreia do Sul (3%). Com exceção da Coréia do Sul, que apresentou alta de 4,6% nas compras do Rio Grande do Sul, todos os demais reduziram o comércio com o Estado.
    Fonte: DEE/Secretaria de Planejamento

Diferentes pontos exigem atenção em 2021

Menos tensões entre EUA e China pode trazer redução de compras do Brasil

Menos tensões entre EUA e China pode trazer redução de compras do Brasil


Thiago Copetti/especial/jc
Preços agropecuários elevados, incertezas em relação às compras de soja brasileira pela China e às condições climáticas no Rio Grande do Sul, além da manutenção dos patamares elevados de vendas no setor de carnes, são algumas das perspectivas apontadas para o agronegócio gaúcho em 2021 no boletim.
Com a redução das tensões comerciais entre Estados Unidos e China, a preferência dos asiáticos pela soja brasileira pode diminuir, ao mesmo tempo em que o rebanho suíno chinês, impactado pela Peste Suína Africana nos últimos anos, ainda seguirá em recuperação, o que significa uma forte demanda pelo produto. Quanto aos impactos da pandemia nas vendas do agronegócio gaúcho, a perspectiva é para uma dinâmica similar à registrada em 2020.
"De maneira geral, no último ano houve uma elevação na demanda mundial por alimentos básicos, seja para a formação de estoques preventivos, mas também porque uma parcela maior da população realizou suas refeições em casa. Os efeitos mais visíveis foram na demanda, nos estoques e nos preços do arroz e do trigo, que apresentaram crescimentos expressivos em 2020", ressalta Sérgio Leusin Junior.

Emprego formal em alta

Frigoríficos estão entre atividades com expansão nas contratações

Frigoríficos estão entre atividades com expansão nas contratações


BRF/DIVULGAÇÃO/JC
O ano de 2020 terminou com saldo positivo no número de empregos com carteira assinada no agronegócio gaúcho. A diferença entre admissões e desligamentos no setor foi positiva em 11.643 postos de trabalho, o segundo maior número da série histórica do Ministério da Economia, iniciada em 2007. Como base de comparação, em 2019 o saldo positivo havia sido de 331 postos de trabalho. No encerramento do ano, o agronegócio do Estado mantinha 337.048 vínculos ativos.
A cadeia produtiva da pecuária foi a principal responsável pelos números, com um saldo de 6.626 empregos, seguido do setor de fabricação de tratores, máquinas e equipamentos agropecuários com 1.740 postos. No lado oposto do ranking, os setores com maiores baixas no número de empregos em 2020 foram os de fabricação de produtos de panificação (-384 postos) e curtimento e preparações de couro (-288 postos).
Quando considerado apenas o quarto trimestre de 2020, o saldo de empregos formais no período foi de 3.802 postos, enquanto no mesmo período do ano anterior o saldo se mostrou negativo em 352 empregos. Na série histórica, o saldo do quarto trimestre do ano passado é o melhor desde 2010.
"Nos últimos anos, o quarto trimestre tem se caracterizado por apresentar o maior equilíbrio entre admissões e desligamentos no agronegócio gaúcho. O desempenho de 2020 é explicado, principalmente, pela criação de empregos nos segmentos situados antes da porteira, como o de fornecimento de insumos e maquinário, e depois da porteira, constituído pelas atividades agroindustriais, em que se destacam as carnes", explica o pesquisador Rodrigo Feix.