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Agro

- Publicada em 30 de Setembro de 2020 às 13:15

Carne de frango deve ficar mais cara para o consumidor

Preços podem subir até 15% nos proximos dias, devido aos custos maiores de insumos como milho e farelo de soja

Preços podem subir até 15% nos proximos dias, devido aos custos maiores de insumos como milho e farelo de soja


AGROSTOCK/DIVULGAÇÃO/JC
Marcelo Beledeli
A carne de frango está ficando mais cara para os consumidores. Pressionados por grandes altas nos preços dos principais insumos para aves (milho e soja), os produtores estão repassando ao comércio o aumento dos custos de produção. Segundo entidades representativas das empresas do setor, esse reajuste deve seguir até 2021, fazendo com até as aves das ceias natalinas, como peru e chester, fiquem mais caras neste ano.
A carne de frango está ficando mais cara para os consumidores. Pressionados por grandes altas nos preços dos principais insumos para aves (milho e soja), os produtores estão repassando ao comércio o aumento dos custos de produção. Segundo entidades representativas das empresas do setor, esse reajuste deve seguir até 2021, fazendo com até as aves das ceias natalinas, como peru e chester, fiquem mais caras neste ano.
De acordo com dados compilados pela consultoria em agronegócios Cogo Inteligência, divulgados pela Associação Gaúcha de Avicultura (Asgav), em 12 meses o preço em reais do milho, principal componente da ração para as aves, teve variação de 65,5% no mercado interno brasileiro. O farelo de soja, outro insumo para alimentação dos animais, teve alta ainda maior, de 68,9%, no mesmo período. Em comparação, o preço do quilo do frango teve aumento de apenas 24,2% no mesmo período.
“Os produtores e a indústria não têm outra alternativa senão repassar esses custos”, alerta José Eduardo dos Santos, presidente executivo da Asgav. O dirigente lembra que, antes de chegar ao varejo, o preço da carne de frango está em torno de R$ 6,60 o quilo, patamar que colocaria o setor em situação de desiquilíbrio, quando comparado o peso do custo de produção e o valor de venda do produto.
Segundo Santos, os ajustes devem oscilar na faixa de 15% nos preços dos produtos avícolas nos próximos dias. O dirigente da Asgav destaca que os preços só não devem subir mais por que o setor precisa ter condições vantajosas de concorrer com a carne bovina e suína. “Buscamos um reajuste que não inviabilize o consumo”, afirma.
Os aumentos já são sentidos no varejo. Segundo a Associação Gaúcha de Supermercados (Agas), em setembro, os valores da carne de frango na linha de cortes resfriados estavam 8% maiores do que no mesmo mês de 2019. Já na linha de congelados, a elevação foi menor, de 5% no mesmo período. “No caso dos congelados, as empresas podem formar estoques por períodos maiores, e aproveitam para fazer promoções”, explica Antônio Cesa Longo, presidente da Agas.
Ricardo Santin, presidente da Associação Brasileira de Proteína Animal (ABPA), lembra que, ao contrário do arroz, onde o aumento de preços tem uma relação com saída de produto do mercado nacional devido às exportações, o frango não teve redução de oferta. “A disponibilidade de frango no mercado interno é 5% maior do que era no final de 2019, enquanto as exportações cresceram apenas 1,8% nessa comparação”, destaca o dirigente.
Além dos preços mais elevados dos insumos, Santin lembra que as indústrias do setor tiveram aumentos expressivos de gastos devido à pandemia de Covid-19. “As empresas tiveram que fazer gastos em proteção dos trabalhadores, desinfecção de plantas, compra de equipamentos, usar mais ônibus para transporte de funcionários a fim de respeitar o distanciamento, entre outras várias medidas. Isso tudo também tem um custo”, explica.
Para os representantes das indústrias do setor, os reajustes dos preços do frango devem seguir pelo menos até a entrada da nova safra de milho, no início de 2021. Com isso, os valores dos principais produtos das ceias natalinas, como peru e chester, também serão maiores. “Infelizmente o Natal será mais caro para o consumidor, não por falta de aves, mas por que a produção está mais cara”, alerta Santin, da ABPA.
Como solução para evitar flutuações fortes de preços, o presidente executivo da Asgav defende que o governo federal forneça subsídios para a aquisição de grãos pelas empresas e, dessa forma, facilitar a formação de estoques dentro do Brasil. “No momento, o que estamos buscando é política que permita adequação da produção conforme a demanda e que subsidie a compra de milho e farelo de soja para não inflacionar os alimentos, especialmente a proteína animal”, comenta.
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