Umidade no solo beneficia desenvolvimento do trigo, diz Emater

As condições de nebulosidade e pancadas de chuva nas últimas semanas, alternando com dias ensolarados e temperaturas de amenas a elevadas, beneficiaram o desenvolvimento do trigo no Rio Grande do Sul. Segundo o Informativo Conjuntural da Emater divulgado na quinta-feira (17), a presença de adequada umidade no solo contribui para absorção dos nutrientes pelas plantas.

A área total semeada com trigo no Rio Grande do Sul já apresenta 3% das lavouras em fase de maturação. Outros 43% estão em enchimento de grãos; 36%, em floração; e 18%, em germinação.

Nos municípios abrangidos pelo escritório regional da Emater de Santa Rosa, 8% das lavouras de canola já se encontram colhidas. A produtividade média é de 1.208 quilos por hectare, enquanto o normal da cultura é em torno de 1.500 quilos por hectare. Tal redução, segundo a Emater, decorre das geadas de agosto que diminuíram de forma significativa a quantidade de síliquas na parte superior das plantas. Produtores seguem encaminhando comunicações de perdas para realizar perícias para o seguro Proagro.

Os danos das geadas nos municípios das regionais da Emater de Ijuí, Santa Maria, Frederico Westphalen e Soledade apresentaram comportamento distintos nas lavouras de aveia branca. Na de Ijuí, há grande variabilidade de potencial produtivo: aproximadamente 20% das lavouras da região com danos acentuados não apresentam viabilidade econômica, restando aos produtores utilizar parte para fenação e demais áreas como cobertura do solo. Segundo a Emater, tem aumentado o número de produtores interessados em armazenar o produto nas propriedades para utilizar como alimento para animais e semente para a próxima safra. Já nas lavouras pouco afetadas pelas geadas, o desenvolvimento é excelente e elevado o potencial produtivo.

As lavouras de cevada da regional da Emater de Ijuí apresentam grande desuniformidade em função dos danos provocados pelas geadas, do nível de tecnologia adotada e também das condições físico-químicas do solo. A redução do potencial produtivo dos cultivos pode auxiliar na qualidade dos grãos, uma vez que as plantas têm menor número de espiguetas e, consequentemente, menor número de grãos, circunstância na qual toda a energia produzida pelas plantas passa a ser canalizada para a formação dos mesmos.

Seguem o preparo de áreas e o plantio de milho, feijão primeira safra e arroz. A condição de tempo instável promoveu comportamentos distintos no Estado. Em parte das regiões, houve interrupção do preparo e do plantio, enquanto em outras, a chuva foi importante para resgatar a umidade do solo e impulsionar as atividades agrícolas.

Na regional da Emater de Pelotas, a comercialização presencial de hortaliças ocorre ativamente, e o e-commerce se intensifica. A alta umidade e os dias nublados e com chuvas favoreceram a ocorrência de problemas fitossanitários nas plantas. Porém, com o tratamento intensificado, não há registros de grandes perdas.

Nos municípios da região de Pelotas, segue o transplante de tomate e pimentão para áreas definitivas. Alface, brócolis e couve-flor em aumento de oferta; cenoura com pouca oferta e bom desenvolvimento das áreas implantadas. Os preços que apresentaram alteração constam no quadro abaixo; os demais ficaram estáveis.

A colheita de citros em Rosário do Sul atingiu 98% da safra de bergamota e 85% de laranja. Em Caçapava do Sul, nos cultivos de oliveiras são efetuados o tratamento de inverno e a adubação foliar. Alguns olivais já iniciaram a floração; produtores apreensivos com a possibilidade de geadas em setembro, que poderão causar grandes prejuízos à cultura.

Em Quaraí são cultivados cerca de 70 hectares de uvas viníferas de diferentes variedades: Cabernet Sauvignon e Franc, Merlot, Syrah, Tannat, Chardonnay, Sauvignon Blanc, Arinarnoa. Nesse ano estão sendo introduzidas Tempranillo e Marselan. Os vinhedos estão em fase de brotação e com boas perspectivas de comercialização para as vinícolas da Serra e da Campanha.