Assim como outros países importadores de carne suína e subprodutos da Alemanha, o Brasil suspendeu as compras de carne suína in natura e processada do país europeu. A informação foi confirmada nesta segunda-feira, 14, pelo Ministério da Agricultura.
A decisão ocorre após a Organização Mundial de Saúde Animal (OIE) ter reportado, na semana passada, a incidência de um foco de peste suína africana em um javali encontrado próximo à fronteira da Alemanha com a Polônia. China, Japão, Coreia do Sul e Argentina também já anunciaram embargos à comercialização do produto alemão.
Em nota, o Ministério da Agricultura informou que enviou um comunicado solicitando informações detalhadas às autoridades sanitárias da Alemanha sobre as medidas de biossegurança adotadas pelas plantas industriais de carnes do país.
A preocupação com o fornecimento de alimentos seguros foi, inclusive, tema de declaração conjunta assinada pelos ministros da agricultura da Argentina, Brasil, Canadá, Estados Unidos da América e México, na qual ressaltam a importância de manter o fluxo do comércio agrícola durante a pandemia.
Declaração Conjunta de Líderes de Agricultura do Hemisfério Ocidental sobre Comércio de Alimentos
“Nós, os Ministros da Agricultura da Argentina, Brasil, Canadá, México e Estados Unidos, expressamos nossas mais profundas condolências pela trágica perda de vidas sofrida em todo o mundo como resultado da pandemia Covid-19 e expressamos nosso grande apreço por todos os trabalhadores da linha de frente nos setores de saúde, agricultura e outros, que abnegadamente dedicam seus esforços em benefício de terceiros.
Enquanto enfrentamos os efeitos desta crise, cadeias de suprimentos agrícolas confiáveis e resilientes continuam sendo essenciais para garantir a disponibilidade de alimentos seguros e nutritivos em todo o mundo. Nossas nações tomaram as medidas necessárias para manter as cadeias de suprimentos agrícola operacionais, garantindo a continuidade da produção e distribuição de produtos seguros e de qualidade, ao mesmo tempo em que asseguraram a saúde e o bem-estar dos trabalhadores do setor agrícola. Estamos abertos para negócios. Podem contar conosco como fornecedores de alimentos seguros e de alta qualidade.
Como líderes agrícolas do hemisfério ocidental, com nossos países representando 35 por cento das exportações globais de alimentos, reiteramos a importância de manter os fluxos de comércio de produtos agrícolas e evitar medidas restritivas injustificadas, de forma a manter os mercados abertos e garantir a segurança alimentar global, especialmente para os mais vulneráveis. Ressaltamos a orientação publicada pela Organização das Nações Unidas para Agricultura e Alimentação e pela Organização Mundial da Saúde em 7 de abril de 2020, que afirma, “não há evidências até o momento de transmissão por alimentos ou embalagens de alimentos de vírus que causam doenças respiratórias” e conclamamos os parceiros comerciais a permitirem que o comércio flua sem atrasos indevidos ou requisitos injustificados.
Continuaremos a trabalhar com nossos parceiros e organizações regionais e internacionais relevantes para intercambiar informações, melhorar a coordenação e fortalecer nossa resposta global à crise.
Olhando para o cenário pós-pandemia, reconhecemos que a agricultura será um importante motor para a recuperação econômica. A inovação e o desenvolvimento tecnológico serão vitais para garantir que os sistemas alimentares se desenvolvam de forma sustentável para alimentar a crescente população mundial. A maneira como sairemos desta crise será nosso maior legado para um futuro de segurança alimentar e nutrição global.”