Corrigir texto

Se você encontrou algum erro nesta notícia, por favor preencha o formulário abaixo e clique em enviar. Este formulário destina-se somente à comunicação de erros.

Agro

- Publicada em 10 de Setembro de 2020 às 15:48

Soja deve ultrapassar 6 milhões de hectares no RS

Segundo levantamento da Emater, safra gaúcha de grãos pode ser a segunda maior da história

Segundo levantamento da Emater, safra gaúcha de grãos pode ser a segunda maior da história


JOSÉ SCHÄFER/EMATER/DIVULGAÇÃO/JC
Marcelo Beledeli
Depois de enfrentarem uma forte estiagem no último verão, os bons preços das commodities devem incentivar os agricultores a expandir a área plantada com soja no Rio Grande do Sul. A lavoura gaúcha do grão pode, pela primeira vez, ultrapassar 6 milhões de hectares de soja na safra 2020/2021. A previsão foi apresentada nesta quinta-feira (10) pela Emater, que divulgou as estimativas para a safra de verão no Estado.
Depois de enfrentarem uma forte estiagem no último verão, os bons preços das commodities devem incentivar os agricultores a expandir a área plantada com soja no Rio Grande do Sul. A lavoura gaúcha do grão pode, pela primeira vez, ultrapassar 6 milhões de hectares de soja na safra 2020/2021. A previsão foi apresentada nesta quinta-feira (10) pela Emater, que divulgou as estimativas para a safra de verão no Estado.
De acordo com o levantamento, os agricultores gaúchos devem plantar 6,07 milhões de hectares de soja na próxima safra, um crescimento de 1,55% ante os 5,98 milhões de hectares registrados no ciclo 2019/2020. O aumento de área recorde é puxado pelos elevados preços pagos pelo grão, que vêm aumentando com a retomada de compras da China e pela elevação do dólar, o que favorece às exportações. De acordo com a Emater, o valor médio oferecido pela saca de R$ 60 quilos no Rio Grande do Sul na última semana estava em R$ 127,56. O montante é 65,77% maior do que os R$ 76,95 pagos nesta mesma época há um ano.
"Com certeza o fator indutor desse aumento de área é o preço", destaca Alencar Rugeri, diretor técnico da Emater. Na década de 1970, lembra Rugeri, o Rio Grande do Sul chegou a ter 4 milhões de hectares de soja. "Depois houve uma retração que seguiu até 1994. A partir de então houve um reestabelecimento da lavoura, que agora alcança níveis nunca antes vistos na historia. Nesse jogo, o maior peso é o econômico", afirma.
O principal crescimento de área esperado nesta safra está na Metade Sul. Apenas na região da Emater de Bagé, que abrange municípios da Campanha e da Fronteira Oeste, é esperado um aumento de 6% na área de soja, passando de 782 mil hectares para 835 mil hectares na próxima safra. "É uma região onde a soja vem ocupando espaços que tradicionalmente eram utilizados para a pecuária. Além disso, vem crescendo muito o plantio do grão em rotação de culturas em áreas de várzea com o arroz", explica Rugeri. 
A Emater também espera aumento de área plantada nas demais culturas, especialmente no milho (alta de 4,7%, para 786.988 hectares) e no arroz (crescimento de 1,71%, para 967.499 hectares). No total, as lavouras de verão devem ocupar uma área de 7.866.470 hectares, crescimento de 1,88% ante os 7.721.594 hectares do ciclo 2019/2020.
Em relação à produção, a Emater espera uma colheita total de 32,5 milhões de toneladas, um aumento de 40,2% em relação à safra 2019/2020. Caso os dados de safra sejam confirmados, o Rio Grande do Sul teria a segunda maior colheita de verão da história, depois do recorde de 33,6 milhões de toneladas de grãos registrado na safra 2016/2017. “
No entanto, o forte crescimento previsto deve-se aos baixos resultados obtidos no ciclo anterior, devido aos efeitos da estiagem, que gerou uma queda de cerca de 30% no resultado das lavouras gaúchas, que colheram apenas 23,19 milhões de toneladas.
De acordo com o levantamento da Emater, a soja tem a expectativa de maior aumento na produção (68,8%, para 19 milhões de toneladas) e na produtividade (alta de 65,7%, para 3,1 toneladas por hectare) em relação à última safra. No milho, a perspectiva é de aumento de 34,83% na produtividade, para 7.545 quilos por hectare, alcançando uma colheita de 5,9 milhões de toneladas, alta de 43% ante o ciclo passado. Já no arroz é estimada uma queda de 3,97% na produtividade, para 7.855 quilos por hectare, resultando na produção de 7,6 milhões de toneladas, uma redução de 2,14 em relação a 2019/2020.
Segundo o diretor técnico da Emater, as estimativas apresentadas estão baseados na tendência apresentada pelas produtividades médias municipais registradas ao longo dos últimos 10 anos. “Por isso, estão muito acima do resultado obtido na última safra que foi prejudicada pela estiagem”, explica Rugeri. Os dados foram coletados de 7 a 21 de agosto.
Devido à pandemia e ao isolamento social, o levantamento, que tradicionalmente era apresentado durante a Expointer, no Parque de Exposições Assis Brasil, em Esteio, foi divulgado em coletiva de imprensa virtual. O evento contou com a participação do secretário de Agricultura, Pecuária e Desenvolvimento Rural, Covatti Filho, e do presidente da Emater, Geraldo Sandri.
Conteúdo Publicitário
Leia também
Comentários CORRIGIR TEXTO