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Economia

- Publicada em 03 de Junho de 2018 às 21:55

Indústria gaúcha começa a voltar ao normal

CMPC Celulose Riograndense, em Guaíba, prevê retorno do trabalho a pleno ainda nesta segunda-feira

CMPC Celulose Riograndense, em Guaíba, prevê retorno do trabalho a pleno ainda nesta segunda-feira


/EURICO SALLES/DIVULGAÇÃO/JC
Jefferson Klein
Aos poucos, os reflexos mais claros e intensos da paralisação dos caminhoneiros começam a desaparecer dentro dos segmentos da economia. Apesar de algumas perdas serem consideradas irrecuperáveis, representantes da indústria e do comércio vislumbram, a partir de agora, a volta "aos trilhos". Além da retomada dos níveis antigos de produção, a expectativa é do aquecimento do varejo.
Aos poucos, os reflexos mais claros e intensos da paralisação dos caminhoneiros começam a desaparecer dentro dos segmentos da economia. Apesar de algumas perdas serem consideradas irrecuperáveis, representantes da indústria e do comércio vislumbram, a partir de agora, a volta "aos trilhos". Além da retomada dos níveis antigos de produção, a expectativa é do aquecimento do varejo.
O presidente da Federação das Indústrias do Rio Grande do Sul (Fiergs), Gilberto Petry, calcula que a recuperação da indústria gaúcha poderá levar até o começo da próxima semana. Segundo estimativas da entidade, as perdas previstas para o setor industrial, até a última quarta-feira, já chegavam a R$ 2,9 bilhões em termos de faturamento. Conforme Petry, o ciclo de retomada varia de empresa para empresa, de acordo com o tipo de negócio. "Algumas se recuperam mais rapidamente, outras menos. Depende do insumo que recebem e como está organizada sua cadeia de fabricação e entrega de produtos", comenta.
O levantamento realizado pela Fiergs não inclui o custo que muitas indústrias terão para a retomada das suas atividades, tais como aquecimento de caldeiras e fornos, limpeza e manutenção de máquinas que não poderiam parar. Também não abrange o impacto nas indústrias exportadoras, cujas perdas não significam apenas redução de faturamento por não embarcarem os seus produtos, mas também cancelamentos e multas pelo atraso na entrega.
Dois importantes complexos industriais do Rio Grande do Sul já estão retomando a partir de hoje suas atividades corriqueiras. A CMPC Celulose Riograndense, em Guaíba, espera operar a pleno a partir de hoje. Conforme uma avaliação preliminar, as perdas com a greve são estimadas em 20 mil toneladas de celulose. Já o Comitê de Fomento Industrial do Polo (Cofip), diante do cenário de volta gradual à normalidade dos fluxos logísticos de suprimento de materiais e serviços, informa que as equipes administrativas que atuam nas empresas do Polo Petroquímico de Triunfo retornam ao trabalho nesta segunda-feira. As plantas industriais estavam operando com redução de carga e segurança dos processos produtivos, no aguardo dos desdobramentos da greve dos caminhoneiros.
Um bom termômetro que demonstra a volta da economia aos eixos é o setor portuário. O diretor técnico da Superintendência do Porto do Rio Grande, Darci Tartari, comenta que o fluxo de caminhões no porto gaúcho foi regularizado desde sexta-feira. No entanto, a total estabilização da operação portuária ainda levará mais alguns dias, porque é preciso atender à carga represada.
Tartari comenta que no terminal de contêineres há unidades que ficaram no pátio, sendo necessária a remoção, alguns terminais de granéis baixaram bastante seus estoques, a importação de fertilizantes também foi afetada, entre outras atividades. O diretor técnico da Superintendência do Porto do Rio Grande informa que, em um dia de operação sem problemas, o complexo portuário chega a verificar mais de 2 mil caminhões circulando pela área. Durante a greve, esse número caiu para zero.
Apesar dos sinais de retomada, alguns setores ainda estão sofrendo com os impactos da greve. O diretor superintendente da União Brasileira do Biodiesel e Bioquerosene (Ubrabio), Donizete Tokarski, comenta que, com a parada dos caminhoneiros, várias unidades de biodiesel paralisaram em função da não retirada do biocombustível das usinas. Com isso, a Agência Nacional do Petróleo, Gás Natural e Biodiesel (ANP) permitiu a flexibilização da adição obrigatória de 10% do biodiesel na fórmula do óleo diesel. No entanto, Tokarski comenta que, mesmo com as rodovias desobstruídas no País, a adição de 10% do biodiesel no óleo diesel ainda não voltou ao normal. "Não entendemos por que isso não está devidamente reparado", frisa o diretor superintendente da Ubrabio.
Em Gravataí, a unidade da montadora General Motors (GM) segue em férias coletivas até o dia 18 de junho. A paralisação na planta começou no dia 28 de maio. No entanto, a parada do funcionamento da fábrica não é atribuída às dificuldades criadas pelo protestos dos caminhoneiros, mas sim à manutenção e instalação de equipamentos.
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