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- Publicada em 03 de Junho de 2018 às 22:05

Clínicas populares se multiplicam no Rio Grande do Sul

Almeri Kaiper e a filha Lúcia Elias exaltam o atendimento e os preços

Almeri Kaiper e a filha Lúcia Elias exaltam o atendimento e os preços


/MARCO QUINTANA/JC
Em um cenário de recessão e de sobrecarga do Sistema Único de Saúde (SUS), dezenas de clínicas médicas com preços populares surgem como um alento não somente à população de baixa renda, mas também para milhares de desempregados no País. Disseminados de forma muito rápida nos últimos anos, inclusive sob forma de franquias, muitos centros de saúde de baixo custo já possuem unidades espalhadas em todo território nacional, a exemplo de uma das maiores, a Docctor Med, presente em 14 estados com 43 clínicas que atendem 50 mil pessoas por mês.
Em um cenário de recessão e de sobrecarga do Sistema Único de Saúde (SUS), dezenas de clínicas médicas com preços populares surgem como um alento não somente à população de baixa renda, mas também para milhares de desempregados no País. Disseminados de forma muito rápida nos últimos anos, inclusive sob forma de franquias, muitos centros de saúde de baixo custo já possuem unidades espalhadas em todo território nacional, a exemplo de uma das maiores, a Docctor Med, presente em 14 estados com 43 clínicas que atendem 50 mil pessoas por mês.
A facilidade para agendamento de consultas com especialistas - em média viabilizadas para até 48h após a solicitação - é um dos principais atrativos destes estabelecimentos, que também se destacam por manterem "ambientes agradáveis, cobrarem preços acessíveis e oferecerem serviços de qualidade", segundo avaliação de usuários. "Há um ano, consulto na dermatologia e psiquiatria, e gosto muito do atendimento", afirma a dona de casa Almeri Kaiper, 68 anos. "Pelo SUS, muitas vezes se leva mais de seis meses para conseguir uma consulta. Na clínica popular que frequentamos o agendamento é rápido e o valor é muito acessível. Vale muito", comenta a microempresária Lúcia Elias, 42 anos, filha de dona Almeri.
A dona de casa Elisangela Oliveira Mendes, 42 anos, descobriu o atendimento das clínicas populares há seis anos. "Sempre acertaram os diagnósticos, e a única vez que tive um problema referente à marcação de consulta, logo foi resolvido", garante ela, que utiliza os serviços de dermatologia, clínica-geral e odontologia. "Desisti do plano de saúde que eu tinha através de convênio da empresa onde trabalho, porque achei mais em conta pagar particular em uma clínica popular."
Ao contrário dos planos de saúde, na grande maioria das clínicas populares, o paciente só paga pelos serviços que utiliza, que são limitados a consultas e exames eletivos (preventivos, sem regime de urgência). "Contamos com 35 especialidades médicas, contemplando também odontologia, e não médicas, incluindo profissionais como fonoaudiólogo, psicólogo, e nutricionista", destaca o presidente fundador da Docctor Med, Geilson Silveira. Fundada em 2013, hoje a empresa conta com uma grande quantidade de unidades, a partir do modelo de franchising iniciado em janeiro de 2014. "São mais de 3 mil serviços, incluindo exames de laboratório, imagem e outros procedimentos", resume o gestor.

Alternativa para quem não quer (e não pode) ficar em filas

SOS Consultas oferece 80 médicos e dentistas em suas cinco unidades

SOS Consultas oferece 80 médicos e dentistas em suas cinco unidades


MARCO QUINTANA/JC
Com queda no emprego e o anúncio de corte de benefícios de algumas empresas - que, para reduzir custos, decidiram encerrar convênios com operadoras de planos de saúde - muitos brasileiros perderam a comodidade de ter acesso a especialistas, sem precisar esperar por meses, e até anos.
"A existência destas clínicas é uma declaração de papel assinado da falência do SUS, que é muito deficitário - a ponto de se esperar de dois a três anos para consultar com um especialista", avalia o presidente do Sindicato Médico do Rio Grande do Sul (Simers), Paulo Argollo Mendes. Segundo ele, resolução do Conselho Federal de Medicina (número 2170/17) entrou em vigor em abril deste ano, estabelecendo uma série de normas para este tipo de estabelecimento. "Uma delas é a obrigatoriedade de se ter um responsável técnico, médico, para responder em nome da clínica ao Conselho de Medicina, caso necessário." De acordo com o dirigente, estas empresas, a princípio, têm atuado de forma correta. "Não tenho notícia de que tenham reclamado de alguma clínica popular junto ao sindicato", afirma. "Se houvesse problemas seguramente chegariam denúncias à entidade", afirma.
A SOS Consultas, aberta há oito anos, possui cinco unidades em Porto Alegre e Alvorada e disponibiliza mais de 20 especialidades, entre elas, ginecologia, cardiologia, oftalmologia, dermatologia, pediatria, psiquiatria e outras. Em média, oferece 80 médicos e dentista em suas unidades de atendimento. "A falta de eficiência do SUS e altos custos dos planos de saúde, criaram um novo segmento no mercado para atender à grande demanda por consultas", reforça o diretor Gustavo Kupski.
 

Negócio se torna lucrativo também para médicos especialistas

Atuando na área da saúde desde 2009, o presidente-fundador da Docctor Med, Geilson Silveira percebeu já naquela época o movimento de clínicas populares no Brasil, que "começou a crescer muito e em alta velocidade". Segundo ele, este não é um negócio simples. "Tem um nível de complexidade grande, porque é popular, mas precisa ter qualidade de qualquer outra clínica particular", adverte. E no que se refere ao pagamento dos profissionais não tem mágica, comenta Silveira. "Conseguimos remunerar os médicos com praticamente o mesmo valor dos planos de saúde, graças ao volume de atendimento, e ainda nos sobra margem para arcar com os valores do negócio", conta. Atualmente, esta remuneração gira em torno de
R$ 21,00 a R$ 80,00 por consulta no Brasil. Em Porto Alegre, a média é de R$ 45,00.
"O médico que trabalha conosco não tem despesa com secretária ou telefone, nem com aluguel de imóvel, IPTU, encargos, entre outros custos, e, em função de ser uma clínica de multiespecialidade, fazemos um marketing tão intenso que conseguimos agendas sempre lotadas", garante o presidente da Docctor Med. Bem aplicado, o negócio tem rentabilidade acima da média, admite o gestor. "Crescemos rápido. Até dezembro, teremos outras 12 unidades implementadas no País."

Média de valores cobrados

Consultas: R$ 65,00 no Rio Grande do Sul (em São Paulo este valor sobe para R$100,00).
Check up anual: R$ 300,00 (incluindo mamografia, ultrassom e exames de sangue).
Ultrassom: R$ 80,00.
Ressonância Magnética: R$ 500,00.