Mais de 370 cidades gaúchas devem paralisar as atividades de transporte nesta sexta-feira, em adesão aos protestos nacionais contra o aumento no preço dos combustíveis. A orientação é de que sejam mantidos somente os serviços de saúde. "Todos os prefeitos foram orientados a reservar combustível para o transporte de pacientes", informou o presidente da Federação das Associações de Municípios do Rio Grande do Sul (Famurs), Salmo Dias (PP). "Aulas podem ser recuperadas, serviços de maquinário pode esperar, mas os pacientes, não", completou.
Conforme levantamento feito pela entidade municipalista, 372 prefeituras confirmaram adesão ao protesto, que pode se estender, caso se mantenha o quadro de desabastecimento nos postos de combustível. "Nossa intenção é que se encontre um caminho para restabelecer o abastecimento nacional. Não somos pela paralisação, mas nos manifestamos por contrariedade." A mobilização foi articulada em Brasília, durante a Marcha dos Prefeitos, que se encerrou nesta quinta-feira.
O preço dos combustíveis foi debatido durante as atividades da marcha. Na manhã de quarta-feira, os presidentes do Senado, Eunício Oliveira (MDB-CE), e da Câmara dos Deputados, Rodrigo Maia (DEM-RJ), foram cobrados, pelos prefeitos, para não atrelar a política de diminuição de preços dos combustíveis à redução da Contribuições de Intervenção no Domínio Econômico (Cide), que é um imposto que retorna aos municípios.
Na sessão da Câmara, uma articulação de Maia garantiu que o Programa de Integração Social e a Contribuição para o Financiamento da Seguridade Social (PIS/Cofins) sobre os combustíveis, tributações de impacto federal, sejam zerados até o fim do ano.
À tarde, os participantes chegaram a questionar, durante a fala do ex-ministro da Fazenda e pré-candidato à presidência Henrique Meirelles (MDB), como voltariam para casa. Contudo os voos de Brasília partiram normalmente na quarta e quinta-feira.