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Eleições 2018

- Publicada em 28 de Maio de 2018 às 19:57

Presença de militares nas eleições de 2018 tende ser a maior em 12 anos

Luciano Zucco planeja se candidatar a deputado estadual pelo PSL

Luciano Zucco planeja se candidatar a deputado estadual pelo PSL


LUIZA PRADO/JC
O discurso nacionalista tem tomado conta dos debates políticos nas eleições de 2018. Faltando pouco menos de cinco meses para a população ir às urnas e definir seus representantes pelos próximos quatro anos, uma onda de militares está se organizando para concorrer a cargos eletivos neste ano.
O discurso nacionalista tem tomado conta dos debates políticos nas eleições de 2018. Faltando pouco menos de cinco meses para a população ir às urnas e definir seus representantes pelos próximos quatro anos, uma onda de militares está se organizando para concorrer a cargos eletivos neste ano.
Levantamentos iniciais apontavam 71 pré-candidatos ligados ao Exército, Marinha e Aeronáutica  em todo o país, o maior número de candidatos em uma eleição geral pelo menos desde 2006. Mas para Carmen Flores, presidente do diretório estadual do Partido Social Liberal (PSL), principal partido a estimular as pré-candidaturas, militares também deverão disputar cargos por outros 13 partidos parceiros - PSDB, PSC, PR, PEN, PRP, PRTB, Novo, Patriotas, DEM, PHS, PROS, PTB e PSD - , nas convenções. Em sua estimativa, o número de candidatos pode passar de 200.
No Rio Grande do Sul, pelo menos cinco pré-candidatos disputarão uma cadeira na Assembleia Legislativa. Um deles é o tenente-coronel Luciano Zucco. O militar se apresenta como "o candidato do Bolsonaro no Sul" e acredita que esta maior presença da categoria nas eleições gerais é causada pela "vontade de ver mudanças sociais, baseadas nos nossos princípios e virtudes, e porque depois de tanto tempo, de forma democrática, queremos ter voz novamente".
Zucco observa que os candidatos não estão todos na ativa. "Aproximadamente 90% estão na reserva do exército e demais forças", afirmou. O que realmente pesou no lançamentos destas pré-candidaturas, na visão do tenente-coronel, foi o apoio dos militares de expressão, como o general Mourão e o general Augusto Heleno.
Com a crise política e a crise socioeconômica, diversas teorias de uma possível intervenção dos militares foram levantadas. Sobre esse tema, Zucco respondeu que "não temos mais espaço e nem tem mais esta tensão", afirmando acreditar na mudança pela via democrática.
Com a expectativa de poucas verbas para financiar a campanha de seus candidatos, o tenente-coronel afirmou que buscará recursos através de "uma vaquinha online, além de investir valor próprio na minha campanha".

O que um militar da ativa precisa para ser elegível

Além da Constituição Federal, os militares também são regrados pelo Estatuto Militar. O promotor Rodrigo Zílio, coordenador do Gabinete de Assessoramento Eleitoral do Ministério Público Eleitoral, explicou que militares estão sujeitos a regras diferentes para disputar eleições. Um exemplo é a proibição do uso das funções hierárquicas e do uso do uniforme em campanha, porque "a pessoa não pode valer da sua posição pública, trata-se de um crime constitucional", afirma.
Quesitos para militares disputarem a eleição
  1. Desincompatibilizar da sua patente seis meses antes de concorrer a cargo eleitoral (caso tenha menos de 10 anos de carreira militar)
  2. Agregar (se afastar temporariamente da patente) antes da convenção partidária (somente para militares com mais de 10 anos de carreira)
  3. Renunciar a hierarquia militar, ou seja, não pode utilizar seu cargo como manobra política para se eleger
  4. É estritamente proibida a utilização de uniforme em pré-campanha, assim como durante a campanha eleitoral
  5. Militar da ativa não precisa estar filiado a partido, basta estar desligado ou agregado na convenção partidária.
Fonte: Lei nº 6.880/80 e Resolução nº 21.787 do TSE.