Está programada para os próximos dias uma nova vistoria da Fundação Municipal de Meio Ambiente de Gravataí (FMMA), que deve averiguar a situação em torno dos cervos no terreno do antigo Pampas Safari. Após vários desdobramentos jurídicos, o abate de cerca de 300 animais, que chegou a ser autorizado pelo Instituto Brasileiro do Meio Ambiente e dos Recursos Naturais Renováveis (Ibama), segue vetado pela Justiça. A suspeita é de que um número ainda incerto de animais tenha contraído tuberculose.
Segundo Jackson Müller, presidente da FMMA, a situação envolvendo a paralisação dos caminhoneiros fez com que a prefeitura tivesse que contingenciar o uso de combustível, o que atrasou a inspeção por alguns dias. Uma decisão da 1ª Vara Cível de Gravataí garante à fundação conferir se os proprietários do Pampas Safari estão cumprindo adequadamente as exigências referentes à sobrevivência e ao bem-estar das 17 espécies que se encontram no terreno de 320 hectares.
Em incursões anteriores, a FMMA constatou que os cervos estão alimentados e em boas condições de saúde. Além disso, estaria sendo cumprida a determinação de manter machos e fêmeas em espaços separados, de forma a impedir a reprodução. A contagem dos animais tem sido feita com uso de drones, aproveitando situações em que eles se reúnem para comer, e a quantidade tem se mantido estável, aponta Müller.
Exames feitos em 2013 e apresentados pelos proprietários do Pampas Safari apontavam que mais de 35% dos espécimes estariam doentes, mas testes posteriores não detectaram a presença de tuberculose em nenhum dos animais. Além do alegado risco sanitário causado pela tuberculose, os donos do local dizem que, como o negócio está fechado, desejavam o abate para reduzir custos e para vender a carne dos não contaminados a estabelecimentos comerciais.
A prefeitura de Gravataí também tenta retomar negociações com grupos interessados em receber não apenas os cervos, mas outros exemplares que habitam o local, como hipopótamos, zebras, emas e dromedários. "Há várias consultas, em especial de locais que desejam compor plantel de determinadas espécies e ter companhia para animais (que já possuem)", explica Müller. "Mas é preciso ter cuidado na entrega, seguir critérios de segurança e vigilância sanitária, e garantir que os animais vão ser bem tratados. Queremos conduzir o processo com seriedade", garante.