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Consumo

- Publicada em 09 de Junho de 2018 às 12:03

Sistema B: é possível empreender e fazer o bem

Usar a força do mercado para solucionar problemas sociais e ambientais. Essa é a proposta do selo B, movimento criado para inspirar negócios a gerar impacto positivo na sociedade. Ao criar produtos que pretendem ser referência de novos modelos econômicos, centenas de empreendedores vêm tecendo uma rede de alternativas para viver de forma colaborativa, sustentável e independente do mercado financeiro tradicional.
Usar a força do mercado para solucionar problemas sociais e ambientais. Essa é a proposta do selo B, movimento criado para inspirar negócios a gerar impacto positivo na sociedade. Ao criar produtos que pretendem ser referência de novos modelos econômicos, centenas de empreendedores vêm tecendo uma rede de alternativas para viver de forma colaborativa, sustentável e independente do mercado financeiro tradicional.
São, ao todo, 2,4 mil empresas no mundo e mais de 100 no Brasil. Grandes marcas como a sorveteria Ben & Jerrys, os alimentos da Mãe Terra e a Fazenda Da Toca, e os cosméticos da Natura são alguns exemplos. Nos encontros, virtuais ou presenciais, seus participantes debatem tendências em inovação, compartilham sua visão de futuro e geram conhecimento sobre como os negócios podem alcançar objetivos para além do lucro.
Pioneira entre as companhias de capital aberto, a Natura é a grande referência no País. Paula Contim, coordenadora de Sustentabilidade, diz que a empresa usa métricas para dimensionar impactos positivos da sua atuação. Inspirado no Índice de Desenvolvimento Humano (IDH) da Organização das Nações Unidas (ONU), o indicador apontou que a qualidade de vida das consultoras teve uma melhora de 7,8% e, quanto maior o tempo como consultora, melhor.
"Como a gente transforma os desafios do planeta em oportunidade de negócio? Buscamos um tipo de inovação que possa regenerar o meio ambiente e não apenas extrair", afirmou durante participação em um evento na Pucrs, em Porto Alegre.
Segundo Paula, por conta dessa visão sobre desenvolvimento, o equivalente a 257 mil hectares de mata ainda estão em pé na Amazônia. Em um ecossistema em que a economia é movida a hidrelétrica, mineração, madeira, soja, gado e extrativismo, trabalhar com o manejo sustentável é um desafio e, ao mesmo tempo, um diferencial competitivo. O caso da produção de ucuuba, uma manteiga natural extraída pelas comunidades tradicionais da Amazônia, é simbólico: o manejo que respeita o ciclo natural faz com que a comunidade ganhe o triplo do que com a derrubada das árvores para extração de madeira. "Com isso, estamos conseguindo reverter da extinção da ucuubeiras", comemora Paula.

Voluntária ajuda na adaptação

Camila auxilia empresas que buscam certificação na área

Camila auxilia empresas que buscam certificação na área


/VIRADA SUSTENTÁVEL/DIVULGAÇÃO/JC
No Rio Grande do Sul, empresas que buscam a certificação podem contar com o apoio especializado de Camila Luconi Viana, voluntária da organização desde 2016. Além de disseminar o conceito em solo gaúcho, ela auxilia de forma presencial ou a distância para apoiar na certificação. "Uma espécie de autodiagnóstico, o questionário permite que a empresa melhore por conta própria, apontando suas práticas em relação a temas como governança, meio ambiente, trabalhadores e comunidade. Depois, a segunda etapa é o envio de documentos para o BLab nos EUA, com evidências como, por exemplo, uma cópia da política de diversidade", afirma.
Camila conta que se conectou ao tema da sustentabilidade em 2008, quando trabalhava em uma multinacional. Voluntária também na Net Impact, teve oportunidade de conhecer diversas iniciativas e participar de grupos ligados ao tema sustentabilidade que foram decisivos para aprimorar sua visão.
Segundo a especialista, para ganhar a certificação, a empresa tem que alcançar a pontuação 80. Ir até o final do questionário e ter as práticas documentadas é o grande desafio. Mas quem encara não se arrepende: benefícios como estar conectado a grandes líderes do mercado e participar de um círculo de indicações são vantagens, além do próprio selo.
"Para o consumidor, fica mais fácil diferenciar o que é greenwashing (marketing verde) de uma empresa que está mudando o mundo de verdade. Essas marcas viram os grandes inspiradores e passam a ser admiradas por toda a cadeia, influenciando a mudança para que existam mais negócios bons para o mundo, e não apenas os melhores do mundo", completa Camila.
 

Copo eco reduz consumo de plástico

Marca apresenta-se como uma empresa de sustentabilidade que se mostra através do copo

Marca apresenta-se como uma empresa de sustentabilidade que se mostra através do copo


/COPOECO/DIVULGAÇÃO/JC
Mais do que simplesmente distribuir embalagens plásticas para bebidas, a empresa MeuCopoEco vende um serviço com a ideia de reduzir o consumo, algo que é aplicável a eventos de grande porte até aniversários de família. De acordo com Manuela Fretta, coordenadora de marketing, a marca é muito mais do que um copo: é uma ferramenta para acabar com a cultura de consumismo.
Nascida há seis anos, em Florianópolis, a marca apresenta-se como uma empresa de sustentabilidade que se mostra através do copo. Faz isso por meio do conceito-caução: a pessoa paga para usar o objeto, com a proposta de que o valor seja devolvido depois. Se gostar do copo, pode levá-lo para casa pelo preço da caução. Manuela esclarece que a ideia não é estimular que as pessoas tenham uma coleção de copos, e sim, substituir o descartável e criar uma nova cultura de consumo consciente. As sobras dos eventos são reaproveitadas em outros.
"O plástico demora mais de 100 anos para se decompor, e a realidade da reciclagem no Brasil é que menos de 3% do lixo será reciclado. Por isso, a empresa nasceu com a lógica de uma empresa B", afirma Manuela.
 

Dobra sem segredos

Moldes estão disponíveis para qualquer pessoa

Moldes estão disponíveis para qualquer pessoa


DOBRA/DIVULGAÇÃO/JC
Em Montenegro, a Dobra, empresa de carteiras, faz peças dobráveis, deixando o molde disponível para quem quiser fazer a sua própria carteira em casa. Além disso, com um modelo de gestão horizontal e inspirada na lógica da abundância, aposta em conceitos como capitalismo consciente, economia colaborativa, movimento maker (extensão da cultura Faça-Você-Mesmo ou, em inglês, Do-It-Yourself) e cultura open source (código aberto).
A técnica é sem segredos. Quem quiser saber como funciona o produto, é só informar o nome e o e-mail, e o arquivo dos moldes em pdf é enviado na hora. Guilherme Hommerding Massena, cofundador, diz que responder ao questionário do Sistema B fez a diretoria refletir sobre que tipo de empresa que haviam criado, levando a uma série de adaptações internas e pequenas mudanças de rota para alcançar seu objetivo: deixar um legado e inspirar outras empresas. A marca ainda está nos seus primeiros anos de vida, por isso tem o selo de empresa B pendente.