Os Estados Unidos mantiveram a isenção de tarifas de aço e alumínio de Brasil, Argentina e Austrália, argumentando que os três países aceitaram adotar medidas para reduzir o volume exportado para solo americano. Comunicado divulgado nesta quinta-feira (31) pela Casa Branca informou que o presidente dos EUA, Donald Trump, assinou dois decretos apontando que foram aplicadas medidas nos três países para reduzir "o prejuízo à segurança representado pelas importações de aço e alumínio".
Segundo o governo, não há medidas similares com relação às importações de aço ou alumínio do México, Canadá ou União Europeia, por isso, a partir de 1º de junho, tarifas serão aplicadas aos produtos importados desses locais. "O governo continuará as discussões com eles e permanece aberto a discussões com outros países."
A Casa Branca disse que as tarifas de aço e alumínio já tiveram efeitos positivos importantes sobre os trabalhadores e empregos do setor de aço e alumínio americano e que esse impacto continuará no futuro. "As ações do governo Trump enfatizam o seu compromisso com as negociações de boa-fé com nossos aliados para melhorar nossa segurança nacional enquanto apoiamos os trabalhadores americanos."
O comunicado disse ainda que a administração continuará monitorando importações de aço e alumínio e "ajustará as medidas em vigor, conforme necessário, para proteger a segurança nacional dos Estados Unidos".
No começo de maio, o setor siderúrgico brasileiro concordou em reduzir suas exportações para o mercado norte-americano com a adoção de cotas. Para produtos acabados e semiacabados, a cota é dada pela média das exportações brasileiras para os EUA no período de 2015 a 2017. No caso dos produtos acabados, será aplicado ainda um redutor de 30% sobre a média. Representantes do governo brasileiro indicaram, à época, que foi uma decisão unilateral dos EUA, que não deixou opção ao País.
França trabalha com Alemanha e UE por resposta 'firme e única' contra tarifas
O governo da França está trabalhando com a Alemanha e as autoridades da União Europeia uma "resposta firme e única" contra a imposição de tarifas de importação de aço e alumínio, de acordo com um conselheiro próximo ao presidente Emmanuel Macron.
Segundo a fonte, Macron está "extremamente mobilizado" na resposta a ser dada aos EUA. O presidente francês já havia pedido a Donald Trump, no mês passado a isenção permanente das tarifas de importação.
Reino Unido se diz 'desapontado' com decisão de Trump sobre tarifa do aço
O governo do Reino Unido disse estar "profundamente desapontado" com a decisão dos Estados Unidos. "O Reino Unido e os outros países da União Europeia são aliados dos Estados Unidos e deveriam ser permanentemente isentos de qualquer tarifa siderúrgica", disse, em comunicado, o governo britânico.
O gabinete da primeira-ministra Theresa May disse ainda que "é claro para os Estados Unidos a alta importância do aço e do alumínio do Reino Unido em projetos de defesa e de empresas do país".
A nota diz ainda que o governo britânico vai seguir trabalhando com a União Europeia e os EUA por uma saída que signifique a isenção permanente de tarifas de importação.