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Economia

- Publicada em 28 de Maio de 2018 às 22:29

Setor alimentício enfrenta desafios com protestos

Asgav contabiliza morte de mais de 2 milhões de pintos de corte

Asgav contabiliza morte de mais de 2 milhões de pintos de corte


/CLAUDIO FACHEL/ARQUIVO/JC
Carolina Hickmann
Responsável por 40% do abastecimento de hortifrúti do Estado, a Ceasa-RS teve ontem um dia praticamente parado. Pelo levantamento realizado internamente, as vendas atingiram entre 10% e 15% do esperado para uma segunda-feira padrão. Além disso, desde quinta-feira, nenhum atacadista que traz de outros estados produtos em entressafra chegou ao local com alimentos - o que afetou a diversificação do produto e reduziu a oferta a folhas.
Responsável por 40% do abastecimento de hortifrúti do Estado, a Ceasa-RS teve ontem um dia praticamente parado. Pelo levantamento realizado internamente, as vendas atingiram entre 10% e 15% do esperado para uma segunda-feira padrão. Além disso, desde quinta-feira, nenhum atacadista que traz de outros estados produtos em entressafra chegou ao local com alimentos - o que afetou a diversificação do produto e reduziu a oferta a folhas.
O diretor-presidente da Ceasa-RS, Ernesto Teixeira, disse que a situação é nacional. "Tenho contato com os diretores das grandes Ceasas do Brasil, e ontem foi um dia péssimo para todos", lamenta. Na quinta-feira passada, dia em que geralmente hospitais e restaurantes costumam movimentar o local, o que chegou para ser vendido não passou de 20% da oferta normal, que alcança mais de 4 toneladas de alimentos diários.
A principal consequência do desabastecimento é a falta de cotações precisas de preços, o que leva à alta no valor dos produtos ainda ofertados. Ainda na semana passada, o valor de uma caixa de tomates, que estava entre R$ 60,00 e R$ 70,00 antes da paralisação, atingiu os R$ 100,00.
A Associação Brasileira de Supermercados (Abras) também informou a dificuldade em manter a oferta de hortifrutigranjeiros, açougue, laticínios e derivados. "Os supermercados de todo o Brasil têm se esforçado para minimizar a falta de produtos em suas lojas, remanejando estoques e buscando fornecedores alternativos", diz, em nota.
O comunicado, por outro lado, lembra que, em média, os supermercados operam com estoque para 15 dias de produtos não perecíveis. "Muitos já estão chegando próximos à metade do seu abastecimento, a evolução da greve tem nos mantido alertas." Assim, a orientação da associação é no sentido de evitar prática de preços abusivos sem justa causa, e a entidade lembra que, após a greve, serão necessários de cinco a 10 dias para normalizar o abastecimento.
No que tange à oferta de leite, o Conselho Paritário Produtores/Indústrias de Leite do Estado do Rio Grande do Sul (Conseleite-RS) informa a partir de nota assinada por Sindilat, Fetag, Fecoagro e comissão do leite da Farsul, que a paralisação pode levar ao colapso centenas de tambos gaúchos, que já enfrentavam "a pior rentabilidade da atividade em anos". Ao total, são 8 milhões de litros do produto perdidos por dia somente no Rio Grande do Sul.
O restante da cadeia de proteína animal também está sendo atingida. Segundo a Associação Brasileira de Proteína Animal (ABPA), 167 fábricas do segmento em todo o País estão sem funcionar. O problema afeta gigantes como a JBS e a BRF. As exportações que deixaram de ser realizadas durante os sete dias do movimento somam US$ 350 milhões (R$ 1,25 bilhão), segundo a associação.
Além dos prejuízos e das fábricas paradas, as fabricantes de alimentos - que processam bovinos, suínos e aves - também estão sofrendo com a dificuldade para alimentar os animais, uma vez que a paralisação do transporte afeta o acesso a insumos. A entidade disse que 64 milhões de pintinhos e frangos já morreram no País - e a conta só deve aumentar. A ABPA afirma que falta espaço nas granjas.
Já a Associação Gaúcha de Avicultura (Asgav) e o Sindicato da Indústria de Produtos Avícolas do Estado (Sipargs) emitiram nota ontem afirmando que os problemas prosseguem mesmo após o atendimento das propostas pelo governo federal. O comunicado, intitulado "Alerta máximo, situação crítica e desesperadora", chama atenção pelos números: mortalidade de mais de 2 milhões de pintos de corte e de mais de 300 mil aves de corte e postura. "Com aumento da mortalidade, teremos muitos problemas de destino de animais mortos, que poderão ter impacto ambiental de largas proporções", diz a nota.
 
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