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Economia

- Publicada em 27 de Maio de 2018 às 22:48

Cenário eleitoral exige organização do varejo, afirma Luís Artur Nogueira

Sobre a greve dos caminhoneiros, Nogueira afirma que ganhará o varejista que negociar com fornecedores

Sobre a greve dos caminhoneiros, Nogueira afirma que ganhará o varejista que negociar com fornecedores


LUÍS ARTUR NOGUEIRA/ARQUIVO PESSOAL/DIVULGAÇÃO/JC
Carolina Hickmann
O ano de 2018 tem calendário lotado de eventos significativos que podem desviar o olhar do consumidor. Entre eles, as eleições, que acirram as consequências ainda sentidas da crise econômica para o comércio.
O ano de 2018 tem calendário lotado de eventos significativos que podem desviar o olhar do consumidor. Entre eles, as eleições, que acirram as consequências ainda sentidas da crise econômica para o comércio.
Sem definições nas candidaturas dos principais partidos, o nível de confiança do varejista, e dos empresários no geral, dificulta a tomada de grandes decisões, segundo o economista Luís Artur Nogueira - que palestra, amanhã, sobre o impacto das eleições no varejo, na 6ª Feira Brasileira do Varejo (FBV), que acontece pela primeira vez no Centro de Eventos da Fiergs, entre os dias 28 e 30 de maio.
Nogueira fará parte do Congresso Brasileiro do Varejo, que, desde 2013, reúne nomes de referência nacional e internacional no setor para uma agenda de palestras. Informações e inscrições para o evento pelo site www.feirabrasileiradovarejo.com.br.
Jornal do Comércio - Quais as consequências de um ano eleitoral ao varejo?
Luís Artur Nogueira - As eleições, normalmente, significam um ponto de incerteza em relação ao consumo. Claro que ela pode ser de maior ou menor expressividade, dependendo do que as pesquisas indicam. Neste cenário de 2018, há uma incerteza muito grande. São muitos candidatos, em um cenário fragmentado, e não se tem, sequer, clareza dos principais candidatos. Assim, precisamos avaliar que o empresário de qualquer setor precisa de confiança para planejar e executar investimentos. Na medida em que se tem um cenário duvidoso, isso fica mais dificultado ou não.
JC - Comparando os cenários destas eleições com as majoritárias de 2014, quais são as diferenças?
Nogueira - São situações bastante diferentes. Nesta altura do campeonato, em 2014, já tínhamos um cenário de candidatos muito mais claro. No final de maio já sabíamos que a Dilma Rousseff seria candidata, e o senador Aécio Neves também estava na disputa. Sabíamos da terceira via clara em uma chapa de Eduardo Campos e Marina Silva. Neste ano, não há essa estruturação. Michel Temer não será candidato, e o principal candidato, o ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva, está preso, fora do jogo eleitoral. E ainda temos meia dúzia de candidatos que pulverizam votos nesse cenário indefinido. Uma incerteza significativamente maior neste ano.
JC - As eleições e a Copa do Mundo, pensadas como eventos, atrapalham o comércio?
Nogueira - As eleições, por acontecerem em um domingo, não significativamente. Domingo é um dia importante para o comércio, mas as pessoas que precisarem efetivamente comprar, compram antecipadamente. Já a Copa do Mundo é um outro panorama. Serão três jogos do Brasil já na primeira fase. Pelo fuso da Rússia, o Brasil jogará em horário comercial. Então, no dia em que o Brasil joga, incorporamos a ideia de que é feriado, e o comércio perde um dia de vendas. Especialmente a venda por impulso. A sugestão é fazer campanhas de marketing, incorporar o clima da Copa, para convencer as pessoas a frequentarem a loja. O dia em que o Brasil joga está perdido mesmo, então vamos usar o clima de bom humor do evento para dentro da loja.
JC - Os dias atípicos vividos pela greve dos caminhoneiros têm qual reflexo na organização do varejo?
Nogueira - Na sexta-feira passada, por exemplo, o trânsito nas principais cidades era muito menos intenso do que em outras datas que não havia racionamento de combustíveis por parte do consumidor. Da mesma maneira que a Copa do Mundo, as vendas de ocasião, por falta de circulação, também foram afetadas. Ganhará aquele varejista que tiver organização e negociar com fornecedores o reabastecimento do seu estabelecimento no momento em que esse consumo retraído retornar.
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