Um grafite em frente ao Instituto Goethe, em Porto Alegre, tem causado alvoroço nas redes sociais da organização nas últimas semanas, tudo por conta da manifestação contrária de grupos religiosos e de conservadores ao conteúdo da arte ali exposta.
O problema foi tamanho que, na madrugada de terça-feira,
o muro foi vandalizado e a imagem original apagada. O trabalho retratava a cabeça de Jesus Cristo separada do corpo e colocada em uma bandeja e fazia parte da exposição Pixo/Grafite: Realidades Paralelas, de autoria de Rafael Augustaitiz e de Amaro Abreu.
Ontem, diante dos acontecimentos, por meio de nota, o Instituto Goethe informou que “acolhe e respeita todas as manifestações a favor e contra o projeto, no âmbito da civilidade. Nos próximos dias, o Instituto discute internamente quais as ações a serem tomadas diante da repercussão do projeto”.
O grafite no muro é parte de uma exposição maior, chamada Pixo/Grafite: Realidades Paralelas, de autoria de Rafael Augustaitiz e de Amaro Abreu, em cartaz no Goethe. Ela será mantida até 19 de maio, data do encerramento.
Não é a primeira vez que Augustaitiz se envolve em polêmica: em 2010, ele tentou interferir em uma obra de Nuno Ramos na Bienal de São Paulo, escrevendo a frase "libertem os urubus", referente aos animais que no local estavam. Abreu, por sua vez, expressa as mazelas do cotidiano porto-alegrense com gnomos e monstros híbridos.
No caso da obra no muro do Goethe, desde que os protestos contra o muro surgiram, segundo frequentadores do centro cultural, o instituto tem sido alvo de ameaças e chegou a pedir auxílio de autoridades policiais.