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Política

- Publicada em 26 de Abril de 2018 às 08:41

Ação do MP afasta dez servidores de Guaíba por irregularidades em contratos de saúde

Investigações apontam prejuízo de aproximadamente R$ 4,9 milhões em 14 contratos médicos

Investigações apontam prejuízo de aproximadamente R$ 4,9 milhões em 14 contratos médicos


MINISTÉRIO PÚBLICO/DIVULGAÇÃO/JC
Dez funcionários públicos de Guaíba, entre vereadores, secretários e servidores, foram afastados pelo prazo de até 120 dias após ação do Grupo de Atuação Especial de Combate ao Crime Organizado (Gaeco) – Núcleo Saúde – e da Promotoria de Justiça de Guaíba, na manhã desta quinta-feira (26). As investigações apontam prejuízo de aproximadamente R$ 4,9 milhões em 14 contratos médicos, assinados entre 2014 e 2017.
Dez funcionários públicos de Guaíba, entre vereadores, secretários e servidores, foram afastados pelo prazo de até 120 dias após ação do Grupo de Atuação Especial de Combate ao Crime Organizado (Gaeco) – Núcleo Saúde – e da Promotoria de Justiça de Guaíba, na manhã desta quinta-feira (26). As investigações apontam prejuízo de aproximadamente R$ 4,9 milhões em 14 contratos médicos, assinados entre 2014 e 2017.
O Secretário Municipal da Saúde, Itamar José da Costa, do Presidente da Câmara de Vereadores de Guaíba, Renan dos Santos Pereria (inclusive do cargo de médico da prefeitura), do Secretário Municipal de Administração, Finanças e Recursos Humanos, Leandro Luis Wurdig Jardim, do Vereador de Guaíba Bento Alteneta da Silva, e de seis integrantes da Comissão Municipal de Licitação são os alvos dos afastamentos devido a irregularidades envolvendo os contratos.
O Ministério Público também cumpre o decreto de suspensão de contratos com seis empresas investigadas.
De acordo com o MP, as investigações identificaram a atuação de uma ação criminosa responsável pelo rodízio de empresas para a prestação de serviços médicos no Pronto Atendimento Solon Tavares e no Samu de Guaíba, por meio de dispensas irregulares de licitação, contratações emergenciais e subcontratações.
No caso do Pronto Atendimento, a empresa contratada por dispensa de licitação subcontratou a empresa pertencente ao Presidente da Câmara de Vereadores, para a prestação dos serviços. A empresa, no entanto, não possui funcionários, estava inativa durante parte do período dos contratos, não possui estrutura física e é utilizada para que o vereador receba valores da subcontratação sem ter qualquer tipo de atividade empresarial. Após o término do contrato, foram realizadas várias dispensas ilegais de licitação para a contratação de outras empresas investigadas.
O Gaeco Saúde ainda detectou indícios da atividade de ilegal de “fura-fila” no SUS, em tese, praticados pelos vereadores Renan dos Santos Pereira e Bento Alteneta da Silva. Renan se utilizava da sua condição de regulador local do Telessaúde para beneficiar determinadas pessoas mediante o convencimento do médico regulador do Telessaúde em Porto Alegre de que esses pacientes deveriam ter maior prioridade no atendimento em detrimento a outros mais graves ou há mais tempo na fila de espera.
Dados fornecidos pelo Telessaúde sobre as teleconsultorias discutidas com profissionais médicos do Município de Guaíba no período de 1º de janeiro de 2017 a 26 de janeiro de 2018 e verificou que, dos 441 registros realizados, 124 foram realizados por Renan dos Santos Pereira – quase 30%.
Há também indícios da ocorrência de fraude à licitação para a contratação de serviços de vigilância da Câmara de Vereadores. As provas colhidas até agora, de acordo com o MP, apontam para o fato de que o certame foi fraudado para que vencesse empresa vinculada aos investigados. Tal contrato, após apontamento do Tribunal de Contas do Estado, foi suspenso pelo investigado Presidente da Câmara, Renan dos Santos Pereira.
A pedido do MP, a Justiça decretou o bloqueio de bens e valores de 30 investigados, além de seis empresas, possivelmente adquiridos com o proveito dos crimes investigados e, por vezes, utilizados para lavagem de dinheiro.
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