A temporada da Fórmula 1 ainda está em seu início, com a quarta etapa sendo disputada neste final de semana, no Azerbaijão, mas uma equipe em especial já está na mira da Federação Internacional de Automobilismo: a Ferrari, vencedora de duas das três primeiras provas, com Sebastian Vettel.
São dois os detalhes do carro ferrarista que chamam a atenção e que podem até estar interligados: o provável uso dos gases do escapamento para ganho aerodinâmico, o que é proibido pelo regulamento, e um controle extra no volante especificamente de Vettel, cuja finalidade é desconhecida.
Antes da corrida de Baku, a FIA enviou uma carta às equipes dizendo que estaria mais atenta ao uso dos gases do escapamento. São dois os carros que, presume-se, estão usando algo que está proibido no regulamento desde 2014.
O sistema, usado em grande escala pela Red Bull em seu tetracampeonato, começa com modificações no motor para que ele continue jogando gases no escapamento continuamente, mesmo quando o piloto tira o pé do acelerador. Esses gases, então, são direcionados por meio de apêndices aerodinâmicos para a asa traseira, aumentando a pressão aerodinâmica gerada pelo carro e deixando-o mais estável e rápido.
A suposição de que Renault e Ferrari estão fazendo isso vem do desenho de peças que estão na parte traseira de seus carros. Elas claramente direcionam o ar que sai do escapamento para a asa, algo que, em si, não é proibido. Porém, se esse fluxo não é contínuo, não existe ganho e, por conta disso, os rivais passaram a questionar a FIA.
A resposta veio do chefe de questões técnicas de monopostos da entidade (e ex-projetista da Ferrari) Nikolas Tombazis. "Não aceitamos que modos de motor sejam especificamente desenhados para aumentar o fluxo do escapamento nas curvas. Para que sejam permitidos, esses fluxos devem ser o resultado de configurações que genuinamente aumentem a performance ou a confiabilidade do motor em si, e não apenas para melhorar o fluxo do escapamento."
O procedimento da FIA é geralmente analisar caso a caso e, se encontrar algo irregular, pedir para que o time faça alterações. A chance de desclassificação é mínima.