O economista Gustavo Franco, um dos idealizadores do Plano Real e presidente da Fundação Novo, proferiu, ontem à noite, a palestra "O Novo na Economia", sobre algumas das diretrizes do partido homônimo para a disputa eleitoral deste ano. Defensor da adoção de uma economia liberal, Franco descreveu a crise vivida pelo Brasil como "desnecessária e auto infringida", ou seja, sem causas externas, e propôs uma "nova ideia de progresso".
Para o economista, é preciso "tirar as ideias liberais dos subterrâneos dos partidos, onde sempre estiveram" e focar em redução do custo de capital e aumento da produtividade. Segundo Franco, é necessário retomar a "economia de mercado sem as restrições impostas no passado" e "privatizar, sim, a Petrobras, o Banco do Brasil, se for necessário".
Lembrando da época em que a equipe econômica da qual fazia parte, no governo Fernando Henrique Cardoso, elaborava o Plano Real, Franco recorda que o principal alvo a ser atingido era a inflação. "Era um momento de hiperinflação e havia uma espécie de pacto social perverso através do qual o governo fechava suas contas. O subversivo antes era propor mercado, meritocracia, igualdade diante da lei e da economia. Hoje, tratar desses temas é aceito. É o que as pessoas desejam", pontuou.
Uma vez superados esses pontos, o desafio agora é propor um "crescimento civilizado" com menos desigualdade e retomada do desenvolvimento. "O Brasil é campeão na cobrança de juros, mas está entre as economias com menores investimentos - apenas 16% do PIB", destacou.
A apresentação de Franco foi descrita como um prosseguimento da apresentação do encontro nacional do partido, realizada no final do ano passado. Em 2017, também, foi lançado o site da Fundação Novo, da qual é presidente, e que, segundo Franco, é o mais visitado do Brasil entre os canais de comunicação de fundações partidárias. A ideia é que o site conte com fóruns de discussões e que sejam utilizados outros canais virtuais como as principais ferramentas para chegar aos eleitores.
Após sua fala, Franco participou de uma sessão de autógrafos do livro "A Moeda e A Lei". Hoje, ele é o convidado do encontro Tá Na Mesa, realizado pela Federasul.