A pobreza aumenta desde 2015 na América Latina e no Caribe, segundo a Comissão Econômica para a América Latina e o Caribe (Cepal). Em 2017, mais de 187 milhões de pessoas ainda viviam na pobreza, ao passo que 62 milhões encontravam-se em condições de pobreza extrema. A situação mantém a região como a mais desigual do mundo.
Já o número de desempregados chegou a 22,8 milhões em 2017. As mulheres são as mais atingidas. Em 2016, a taxa de desemprego urbano foi de 7,9% no caso dos homens e 10,2% no das mulheres. Grupos como indígenas e afrodescendentes também sofrem com o desemprego e com limitações impostas pela discriminação, diz a Cepal.
Os dados constam de relatório apresentado ontem durante o Fórum dos Países da América Latina e do Caribe sobre o Desenvolvimento Sustentável. O encontro ocorre até sexta-feira no Chile com representantes de governos, instituições internacionais, setor privado e sociedade para discutir a implementação da Agenda 2030.
A agenda foi adotada em 2015 e sintetiza os chamados Objetivos pelo Desenvolvimento Sustentável (ODS), metas que devem orientar políticas nacionais e atividades de cooperação internacional no caso dos 193 países que a subscreveram. Ao todo, são 169 objetivos, entre os quais erradicação da pobreza, redução das desigualdades, igualdade de gênero, adoção de padrões sustentáveis de produção e de consumo e outros.
O prazo para o que a Cepal considera uma agenda de transformação civilizatória, contudo, pode não ser suficiente para que a mudança ocorra. "Nos próximos anos, com as incertezas que ainda existem acerca do desempenho da economia mundial e à luz do baixo dinamismo recente da região (as taxas de crescimento se situam em torno de 1%), o desafio de cumprir com os objetivos do desenvolvimento sustentável se torna mais difícil", destaca o relatório.