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Consumo

- Publicada em 18 de Abril de 2018 às 18:11

Autoridades alertam para irregularidade em venda de ingressos por sites

Site da Viagogo comercializa ingressos de eventos culturais e esportivos pleo mundo

Site da Viagogo comercializa ingressos de eventos culturais e esportivos pleo mundo


Viagogo/Reprodução/Divulgação/JC
Órgãos de defesa do consumidor, Ministério Público e Polícia Civil no Rio Grande do Sul emitiram nesta quarta-feira (18) nota conjunta alertando para irregularidades na venda de ingressos pelos sites internacionais Viagogo e Subhub. No comunicado, os organismos e autoridades afirmam que as plataformas digitais entregam aos consumidores bilhetes diferentes daqueles comprados pela internet.
Órgãos de defesa do consumidor, Ministério Público e Polícia Civil no Rio Grande do Sul emitiram nesta quarta-feira (18) nota conjunta alertando para irregularidades na venda de ingressos pelos sites internacionais Viagogo e Subhub. No comunicado, os organismos e autoridades afirmam que as plataformas digitais entregam aos consumidores bilhetes diferentes daqueles comprados pela internet.
De acordo com a diretora executiva do Procon Porto Alegre, Sophia Martini Vial, a principal irregularidade consiste no envio de bilhetes na modalidade meia-entrada a pessoas que pagam pelo valor integral. Este problema atinge a maio parte dos casos que chegaram ao conhecimento do órgão. Como não possuem o direito de utilizar o benefício, os compradores perdem o valor investido na compra e sequer conseguem ser reembolsados, já que os sites estão hospedados fora do País.
Sophia afirma que já foram registradas cerca de 50 queixas no Estado contra a Viagogo e a Subhub. “Como muitos compradores sequer registravam a reclamação por não terem a expectativa de reembolso, o número de lesados pode ser muito maior”, projeta a diretora executiva. Sophia orienta que todas as pessoas que quem sofreu prejuízos nessas transações devem registrar ocorrências no Procon e na Delegacia do Consumidor (Decon), que já abriu um inquérito para investigar a Viagogo.
“As empresas podem ser obrigadas a realizar a restituição dos valores e até a pagar indenizações em casos de deslocamento”, explica a diretora. Conforme a Decon, caso for comprovado que houve fraude, os responsáveis pela plataforma podem ser indiciados por estelionato e crimes contra as relações de consumo.
Em nota divulgada nesta quinta-feira (19), a StubHub informou, por meio da assessoria no Brasil, que seu serviço de atendimento ao consumidor que funciona 24 horas por dia e 7 dias por semana e que disponibiliza aos clientes um mecanismo denominado FanProtect, por meio da qual, caso alguma eventualidade impeça a entrada no evento escolhido, os ingressos são substituídos por outros semelhantes e melhores do que aqueles inicialmente adquiridos. A companhia também garante que, em caso da falta de bilhetes, reembolsa completamente o comprador.

Portais já são investigados no exterior

Os site da Subhub e da Viagogo trabalham com a intermediação entre usuários que querem comprar e vender ingressos para diversos eventos pelo mundo. Sediados nos Estados Unidos e na Suíça, respectivamente, as plataformas oferecem, por exemplo, tíquetes para shows e festivais de música, como o Tomorrowland, e eventos esportivos, como a Liga dos Campeões da Europa e a Copa do Mundo da Rússia. As empresas também são investigadas na Inglaterra por suspeitas de violações às leis de defesa do consumidor.
Reportagem publicada em novembro de 2017 pelo jornal britânico The Guardian afirma que investigadores locais apuravam informações sobre o relacionamento dos portais com agências que compram ingressos para grandes eventos e os revendem através dos dois sites. O que se buscava descobrir era se as empresas oferecem informações suficientes aos compradores e se as agências se beneficiam das conexões com os sites para obter vantagens indevidas sobre os consumidores.
No Brasil, o Procon de Minas Gerais multou, em 2016, o então representante da Viagogo no País, José Vieira Zárate, em R$ 13 mil, por conduta abusiva na comercialização de ingressos. A ação, que ainda está em tramitação no Ministério Público mineiro, acusa o site de não disponibilizar aos consumidores a opção de cancelamento de compra e a posterior devolução de valores pagos. Nenhuma das empresas tem sede registrada no Brasil. A reportagem tentou contato com a assessoria internacional da Viagogo, mas não obteve retorno até o momento.